quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ENTENDES O QUE LÊS?
Concórdia Parvae Res Crescunt, Discódia Máximae Dilabumtur

Pastor Neucir Valentim

O pensamento acima, escrito em latim, data aproximadamente do segundo século da era cristã. E, apesar de ser antigo, é bastante atual em seu significado, que traduzido é: “PELA CONCÓRDIA AS PEQUENAS COISAS CRESCEM, PELA DISCÓRDIA AS MAIORES DESABAM.”

Ele encerra uma verdade comumente observável nas relações humanas, que vai desde a primeira relação que estabelecemos na infância, que é a familiar, entre pai, mães e irmãos, depois a vida conjugal, para muitos, e, atinge todas as relações sociais da vida: escola, trabalho, vizinhança, igreja, clube, etc.

O resultado deste pensamento poderia ser resumido assim:

Quando temos uma boa disposição prévia, com esta ou aquela pessoa, a chance de caminharmos bem é muito maior, pois a toleramos mais ou dilatamos bem a nossa compreensão para entender o que ela “quer dizer”, “quer fazer” ou, buscamos-lhe, sempre conferir um crédito antecipado.

Por isso, nesse espírito concorde, grandes problemas, pontos de vistas diferentes ou até posições contraditórias se tornam toleráveis, e, em alguns casos, até aceitas, pois pela busca da concórdia, damos mais valor as boas intenções, ao sentimento de carinho e afeto que crescem em nosso coração em relação ao outro, a despeito de um pensamento diferente, ou até de uma palavra mal colocada, pois a rigor estamos com um espírito concorde, que sempre julga com boa intenção o objeto de nossa apreciação, mesmo que para isso se tenha que fazer algumas concessões.

 Aliás, quem vive uma vida conjugal, sabe como isso é importante para um casamento feliz. De modo antagônico reagimos sob a discórdia, pois ela promove um desastre em qualquer ambiente.

Quando se tem um ambiente assim, a situação está fadada ao atrito, ao mau juízo, a má compreensão, porque, em última análise, ela está residente, antecipadamente no coração e, assim, promoverá um espírito pronto a reagir de forma negativa a qualquer ação em relação ao outro, uma vez que está predisposto a discordar, quer a atitude do outro seja certa ou errada, seja boa ou ruim, a intenção do outro, no caso do discordante, sempre será a pior e promoverá um ambiente propício aos maiores desabamentos.

Neste caso, grandes sentimentos se desintegrarão como pó, boas intenções serão destruídas pelo descrédito, e gestos simples e as vezes singelos, serão entendidos como agressões gratuitas, quer seja em casa, na igreja, com o colega de trabalho ou com o vizinho, etc.

Portanto há dois caminhos a seguir, sobretudo, quando vivemos em comunidade, e isso implica diretamente em vida eclesiástica.

O primeiro é o da concórdia, onde num espírito amável, podemos subtrair tudo o que de bom há, prontos a olhar a atitude do outro com bom olhos. E assim, certamente, perceberemos que ao plantar confiança, colheremos o seu fruto, descobriremos que existem muitos amigos e irmãos, que se empenham em estabelecer uma amizade sadia, com um espírito aberto e saudável, e esse pomar florescerá rapidamente.

O segundo caminho é o da discórdia, que examina tudo com um pré-julgamento arbitrário e maldoso, onde vê escondido em cada canto, em cada sombra, em cada palavra ou gesto, um inimigo ou um opositor, e assim, corre-se o risco de transformar o companheiro, o amigo, o irmão, o “outro”, num inimigo em potencial.

Jesus também abordou essa forma dupla de se ver a vida, quando disse: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! MT 6: 22 e 23.

Portanto, meu querido irmão, como está o seu coração para com aqueles que se relacionam com você: Cheio de CONCÓRDIA ou de DISCÓRDIA? Seus olhos estão sendo BONS ou MAUS? Saiba que só a partir de sua resposta sincera você poderá descobrir se está fazendo pequenas coisas crescerem ou grandes coisas desabararem.



Pense nisso!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Museu do Holocausto - Uma reflexão importante



“Mas o caminho dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam.” Pv 4:18 e 19.



Lembro-me da visita que fiz ao Museu do Holocausto em Israel. Um lugar inesquecível. Primeiro porque nos faz lembrar da barbárie cometida pelos “homens civilizados” do nosso século, que conduziram aos fornos crematórios, sem nenhum tipo de misericórdia ou piedade mais de seis milhões de judeus, na chamada Solução Final.

O mundo não pode e nem deve esquecer do que é capaz homens sem Deus, de que qualquer regime político, seja de direita, centro ou esquerda, que distanciado de Deus, pode, inexoravelmente, levar milhões à morte (a história não nega isso!).

Segundo, porque aquele local lúgubre, mas muito bem feito, leva-nos a pensar nas verdades da Bíblia. Recordo-me de ter entrado num monumento dedicado a um garotinho chamado Uriel que morreu num Campo de Concentração nazista, cujo pai mandou construir o referido monumento em sua homenagem.

Entrávamos por um corredor totalmente escuro, com densas trevas, onde não se podia enxergar a própria mão. Ali, existiam jogos de espelhos que refletiam 6 velas, representando a idade do menino quando morreu, e estas, se reproduziam em espelhos, naquela escuridão absoluta, formando uma “constelação de um milhão e meio de reflexos de velas” como se fora o céu. E nomes e nomes de crianças mortas no holocausto nazista eram chamadas, uma a uma, com suas respectivas idades e o local onde morreram (um milhão e meio de crianças foram exterminadas pelos nazistas).

Uma cena dantesca, que faz arrepiar a alma de qualquer mortal normal. Na saída do monumento, nos deparamos com uma avenida, clara e bem iluminada, à luz natural do sol, chamada de “O Caminho dos Justos”, que chegava a ofuscar a nossa visão, uma vez que vínhamos de um lugar tão escuro.

Neste novo percurso existem árvores plantadas, de um lado a outro, que receberam nomes de todos aqueles que ajudaram os judeus na segunda guerra mundial. Ali figuram nomes como Oscar Schindler, Corrie Ten Boon e outros tantos. O contraste não poderia ser melhor, e os versículos acima foram bem ilustrados quanto ao seu significado: O caminho dos ímpios, revelado na escuridão das densas trevas, bem como, o caminho dos justos, com árvores que os representavam. Tudo magnifico se não trouxesse a lembrança da barbárie do nazismo, de um passado não tão distante.

Naquele museu, ao refletir sobre a tragédia dos judeus, me veio a mente, também, a grande tragédia que pode acontecer a todo homem, que não tiver um encontro de salvação com o Senhor Jesus.

Nesse caso o seu fim, de igual modo, redundará em perda, só que perda eterna, para um lugar onde não há luz...eternamente! Como nos diz o profeta Daniel: E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que converterem a muitos para a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. Dn 12:2 e 3.

Assim como aquele lugar simbólico nos relembrava o terror nazista, nos deve também fazer pensar na vida futura, depois da morte. Será que como aquelas crianças que, simbolicamente, brilhavam e tinham os seus nomes chamados, uma a uma, teremos os nossos nomes chamados por estarem escritos no Livro da Vida e por isso brilharemos eternamente? Ou estaremos na negrura eterna da vida sem Deus?

Será que o caminho dos justos, apresentado no final daquele monumento, revelará a nossa realidade eterna, quando adentrarmos nas delícias celestiais ou não temos uma perspectiva tão promissora? Certamente Deus deseja que o nosso nome seja chamado no dia da ressurreição (Jo 5:28 e 29), e que o nosso destino final seja a vida eterna com Ele, mas para isso, precisamos conhecer o Caminho dos justos, que se chama Jesus, porque Ele veio “para alumiar aos que jazem nas trevas e na sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés no caminho da paz.” Lc 1:79.


Que o museu do Holocausto nos ajude a pensar na vida eterna.


Pense seriamente nisso!

Pastor Neucir Valentim


quarta-feira, 16 de março de 2011

Entrevista Especial



ENTREVISTA ESPECIAL

Pastor Neucir Valentim
Sonhei que estávamos entrevistando alguns irmãos conhecidos da Bíblia sobre o tempo que estamos vivendo. A entrevista se dava com alguns personagens do Novo Testamento sobre os dias de hoje:
Ao apóstolo Paulo fizemos a seguinte pergunta: Apóstolo Paulo estamos vivendo dias difíceis, que tempo é este onde os homens são tão diferentes?
- Eu já escrevi sobre isso que nos últimos dias haveria tempos difíceis. Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião. Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. Serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a Deus.(II Tm 3:1 a 3)

Mas, Paulo, as pessoas da nossa fé seriam pessoas diferentes, não é? Mais puras, de maior fé, não é?
- Engano o de vocês: parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente! (II Tm 3:1 a 4).


Ao apóstolo Pedro, fizemos a seguinte pergunta: - Recentemente um pastor de uma igreja pentecostal histórica pediu dinheiro no culto e depois entrou em transe, dizendo que recebeu uma revelação de Deus de que quem colocasse notas de valores altos aos seus pés receberiam prosperidade, e muitas pessoas colocaram um monte de notas altas aos seus pés até que ele se levantou e foi pregar em estado de êxtase, o que o senhor acha disso?
- Pedro respondeu com melancolia: Essa gente em sua ambição pelo dinheiro, esses falsos mestres vão explorar vocês, contando histórias inventadas. Mas faz muito tempo que o Juiz está alerta, e o Destruidor deles está bem acordado. (II Pd 2:3).


Apostolo João, como o senhor olha essa grande nuvem de fumaça negra que invadiu toda a Europa como nunca, fazendo com que o dia naqueles países parecesse noites, ao ponto de impedir qualquer vôo de aeronave para qualquer lugar do mundo?


- Disse-nos João com olhar firme: Em meu livro, o Apocalipse, eu disse que um dos sinais do final dos tempos seria que haveria muitos terremotos, como o nosso Senhor nos falou quando esteve conosco "e haverá fomes e terremotos em vários lugares." Depois eu mesmo disse o que vi nos últimos dias "que a terra ficaria escura como encoberta como um saco de cilício (Mt 24:7 e Ap 6:12).
Prezado apóstolo Judas, estamos assustados com tantas acusações de líderes religiosos pela televisão. Que tipo de pastores são esses que nestes dias deixam de pregar o evangelho pela TV e falam, as vezes, bobagens ou ficam vendendo a fé como produto?
-O apóstolo Judas (também chamado Lebeu, e Tadeu Mt 10.3 - Jo 14.22) então respondeu com indignação:


"Eles cuidam somente de si mesmos, quero dizer, como se fossem pastores de si mesmos. São como nuvens levadas pelo vento, que não trazem nenhuma chuva; são como árvores que, mesmo no outono, não produzem nenhuma fruta; são como árvores que foram arrancadas pela raiz e estão completamente mortas. Eles são como as ondas bravas do mar, jogando para cima a espuma das suas ações vergonhosas; são como estrelas sem rumo, para as quais Deus reservou, para sempre, um lugar na mais profunda escuridão. Esses homens estão sempre resmungando e acusando os outros. Eles seguem os seus próprios maus desejos, vivem se gabando e bajulam os outros porque são interesseiros."


E nas igrejas, haveria paz entre os irmãos? Perguntamos ao apóstolo Tiago, que até este momento estava calado. Como será no meio cristão? Porque há tanta contenda em muitas igrejas e muitas divisões nestes últimos dias, em cada lugar surge uma igrejinha? As igrejas se dividem ou as pessoas mudam de igrejas por bobagens e brigas inúteis falando mal de todos...


Tiago então nos disse: "De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm dos maus desejos que estão sempre lutando dentro de vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam ardentemente; mas, como não conseguem possuí-las, brigam e lutam. Não conseguem o que querem porque não pedem a Deus. E, quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres. Gente infiel! (Tg 4:1 a 4).


Estamos vivendo um momento em que a tecnologia está nos colocando sobre um controle universal, está todo mundo conectado, pela internet, pela televisão, pelos cartões de senhas, por computadores, aonde isso nos levará?


João então entra na questão mais uma vez: - Isso é só o começo, mas já está chegando a hora em que o mundo inteiro será governado por um controle universal, pois chegará o homem do pecado, o anticristo e ele obrigará todas as pessoas, importantes e humildes, ricas e pobres, escravas e livres, a terem um sinal na mão direita ou na testa. Ninguém poderá comprar ou vender, a não ser que tivesse esse sinal, isto é, o nome da besta ou o número do nome dele. Isso exige sabedoria. Quem é inteligente pode descobrir o que o número do monstro quer dizer, pois o número representa o nome de um ser humano. O seu número é seiscentos e sessenta e seis.(Ap 13:18,19).


Pela evolução nas coisas parece que está muito próximo, o que fazer?
- Nesse momento Lucas, que não era apóstolo, mas um dos evangelistas. e que estava presente resolveu deixar o seu comentário -Lembrem-se das palavras do nosso Senhor Jesus Cristo que nos disse sobre esse dias: Fiquem alertas! Não deixem que as festas, ou as bebedeiras, ou os problemas desta vida façam vocês ficarem tão ocupados, que aquele dia pegue vocês de surpresa, como se fosse uma armadilha. Pois ele cairá sobre todos no mundo inteiro. Portanto, fiquem vigiando e orem sempre, a fim de poderem escapar de tudo o que vai acontecer e poderem estar de pé na presença do Filho do Homem, quando ele vier. ( Lc 21:34 a 36).
De súbito Paulo, com veemência cita alto uma palavra aramaica "marah natha!" Irmãos, para nós os salvos esses dias são de fato difíceis, devemos deixar os que não amam ao Senhor viver a sua própria vida, e quanto a nós devemos dizer Maranata, que quer dizer vem Senhor Jesus! (1 Co 16.22).

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Confissão


CONFISSÃO
Pastor Neucir Valentim
“Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” Sl 32:3, 4 e 5.
Todos nós, em algum momento de nossa vida, já experimentamos a realidade do salmista, evidenciada nos versos acima, pois nos diz a Palavra de Deus que não há homem que não peque (I Reis 8:46).

E o pecado se manifesta em nossas vidas de muitas e variadas maneiras, desde a nossa meninice. Existem alguns vocábulos bíblicos no grego que revelam suas várias faces, vejamos: Amartia, quando erramos o alvo de Deus para nossas vidas, Anomia, desregramento, desvio da verdade conhecida, quando desrespeitamos as regras da retidão moral. Asebeia, a impiedade que existe em nosso coração, que consiste na oposição a Deus e sua vontade, em uma autêntica rebelião da alma. Parabasis, motivação contra princípios piedosos reconhecidos. Paraptoma, isto é, passo em falso, cair de um lado para o outro. Enfim, existe muita linguagem técnica para descrever aquilo que fazemos por ato, estado, comissão ou omissão.
Mas uma coisa é certa. Por mais que não conheçamos todos os vocábulos que definem pecado, todos sabemos praticá-los, e não é preciso que ninguém nos ensine. Ocorre que quando cometemos pecado, transgredimos, ou pisamos em falso, algo acontece na nossa alma, ela fica enferma, e se não for rapidamente tratada através do perdão, esta enfermidade atinge a níveis inimagináveis. O salmista diz-nos que o pecado não confessado afetou seu corpo, seus ossos, sua mente, seu humor, de tal modo que se viu de mal com a vida: Por isso encontramos em Lamentações 3:39 a pergunta do profeta: Por que pois se queixa o homem vivente? Queixa-se cada um dos seu próprios pecado.”
Isso mesmo, o pecado nos deixa queixosos com tudo, insatisfeitos conosco mesmo, com os outros e até com Deus. O salmista percebeu que secou-se diante da vida, perdeu a alegria de viver. Meu irmão, não deixe o pecado instalar-se em seu coração.
Confesse-o, não o encubra, pois Deus está pronto a perdoar o seu pecado e a sua culpa. Lembre-se de I Jo 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”
Faça isso!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A incredulidade dos irmãos de Jesus


A INCREDULIDADE DOS IRMÃOS DE JESUS!
Pastor Neucir Valentim



Pois nem seus irmãos criam nele. (João 7:5)

Eu e você sempre pensamos que a família de Jesus fosse uma família modelo de fé, não é verdade?

Afinal eles tinham com eles o Deus encarnado em pessoa. Aquele que veio ao mundo de forma sobrenatural e tão singular para atrair todos a si. Todavia quando lemos o capítulo sete do evangelho de João, nos surpreendemos com a incredulidade dos irmãos de Jesus.

Certamente os irmãos de Jesus foram criados ouvindo de Maria os feitos sobrenaturais do nascimento de Jesus, entre eles o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, a manifestação do anjo Gabriel, os sonhos de José, marido de Maria e pai deles. A estrela que guiara os Magos até a estrebaria, os pastores que viram milícias de anjos anunciando o nascimento de Jesus, o ódio de Herodes para matar o “menino rei dos Judeus” os relatos de Simeão no Templo de Jerusalém e da profetiza Ana. A gravidez de Isabel, com João Batista no ventre, este primo de Jesus, a mudez de Zacarias pai de João Batista e parente próximo deles ao ver o anjo dizer que sua esposa Isabel que, era estéril, estava grávida e lhe dá o nome da criança, e o fato de ainda no ventre, Isabel grávida perceber que João Batista sentia a chegada de Jesus ainda quando ambos estavam no ventre das duas.

Enfim, muitas histórias descritas nos Evangelhos e outras tantas que nem conhecemos, mas certamente foram presenciadas e conhecidas mais minuciosamente pela mãe de Jesus e de José e seus familiares próximos.

A pergunta que naturalmente fazemos é: Como eles não acreditaram nem no pai nem na mãe de Jesus nem em sua família sobre efeitos tão sobrenaturais, que hoje cremos, simplesmente ao lermos? Porque duvidar do que os discípulos de pronto acreditaram? Veja que em João 7:3 os irmãos de Jesus debocham dele e ironizam os seus discípulos: “Disseram-lhe, então, seus irmãos: Retira-te daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes.”

Observe que somado a história miraculosa da vida de Jesus, que certamente ouviram dele e dos seus pais, eles também sabiam que Jesus operava milagres, leia o que está escrito em João 7:4 “Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando procura ser conhecido. Já que fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo.” Observe o que eles estão dizendo: Olha você aqui em Nazaré, mas vai lá para capital do país e do poder político, do governador, do Sinédrio, diante do poder romano para que para que todo mundo veja, vá para a Judéia!

Convém Lembrar que Jesus já operara muitos milagres por esse tempo, iniciado em Caná da Galiléia, na cura de diversas pessoas e paralíticos e de muitos sinais e prodigios realizados.

Estamos, portanto, vendo um caso típico de incredulidade.
Em primeiro lugar a incredulidade é um estado de espírito que empana os sentidos mais básicos do ser humano como a visão, audição, tato, paladar, olfato, etc., Ela obtura tudo, por mais que alguém veja, sinta, prove, cheire o poder de Deus, nada as fará crer ou mudar a percepção incrédula.

Não adianta perceber que o gosto da água se transformou em sabor de vinho puríssimo, e de grande qualidade, que essa transformação ocorreu por vontade divina, que os olhos viram um aleijado de 38 anos, andando carregando o seu próprio leito de enfermidade, completamente são. Não adiantava ouvirem que todo o povo de Israel, desde a Galiléia até regiões mais humildes se curvavam perante ele, ou mesmo sentirem o cheiro de um defunto prutrefado transformando-se e produzindo algo como o cheiro de bebê de banho tomado, que nada absolutamente muda para um coração endurecido pela incredulidade.

Em segundo lugar a incredulidade além de inutilizar os nossos sentidos para “o agir” de Deus, impede a ação de feitos miraculosos na vida de quem está próximo, isto é, a incredulidade é contagiosa, perigosa e destruidora da fé, que promove os atos poderosos de Deus na execução dos milagres em nossas vidas.

Quando Jesus estava com os seus parentes em Nazaré, não pode fazer muitos milagres, a não ser uns poucos em quem ele tem que colocar a mão (coisa que Jesus faz apenas ali) por causa da incredulidade deles. “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.” Mt 13:58.

A incredulidade produz um deboche irônico, uma soberba existencial que desdenha dos atos de Deus e seus milagres. Foi isso em síntese o que os irmãos de Jesus fizeram, debocharam, escarneceram, ironizaram com altivez dele... Se quiseres ser conhecido, vai lá para a Judéia... Lá tem gente importante... Imagino as risadas e o sarcasmo.
Em terceiro lugar incredulidade nos aparta de Deus! Que coisa horrível deve ser andar e viver longe de Deus. Olha o que diz o autor aos Hebreus: “Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo.” Hb 3:12

Em quarto lugar a incredulidade nos põe em guerra contra Deus, como diz o autor de Hebreus: “Por isto me indignei contra essa geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não chegaram a conhecer os meus caminhos. Assim jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Vede, irmãos, que nunca se ache em qualquer de vós um perverso coração de incredulidade, para se apartar do Deus vivo. Hb 3:10 a 12.

Por último, a incredulidade pode ser produto do pecado, forjado e desenvolvido no coração humano quer pelo ciúme, pelo ódio, pela inveja ou competições; observe que estamos falando do que pode ter acontecido no coração dos irmãos de Jesus para que a incredulidade se instalasse. Em Hebreus vemos que o pecado pode gerar incredulidade: “antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.” Hb 3:13.
Portanto meus queridos, se os irmãos de Jesus que viram, sentiram, tocaram, ouviram detalhes de sua história do que nós nunca vimos, viram os milagres e foram vítimas da incredulidade, tenhamos cuidado, porque isso pode acontecer no coração dos mais desavisados. E o risco da incredulidade é mortal. Fujamos dela, pois com ela jamais, repito, jamais poderemos ver a glória de Deus.

Creia que Deus pode usar aquele que você talvez menos acredite (pai, mãe, filho, esposo, esposa, conhecido próximo), porque Jesus era íntimo deles, mas essa intimidade se tornou em completa incapacidade de intimidade com o poder de Deus.
Não permita que a incredulidade tome conta do seu coração, antes nutra-o com a fé, pois , como dia a Bíblia (Mc 9:27) tudo é possível ao que crê!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eleições 2010


ELEIÇÕES 2010
Pastor Neucir Valentim
Eleições sempre produzem em muitos o aumento de adrenalina nos debates pessoais entre pessoas que gostam e desejam votar em determinados candidatos, e daí surgem ironias, agressões verbais e até inimizades.
Na igreja não é diferente, geralmente um irmão que deseja votar em determinado candidato ou leva ou dá uma resposta mais contundente ou até dura, para defender o seu pretendente, sobretudo os cargos majoritários como presidentes e governadores. Portanto, aos mais afoitos, gostaria de lembrar como o nosso país tem a tendência de votar mais em pessoas do que projetos partidários. Deixamos aqui umas dicas do que podemos entender nas eleições brasileiras para não nos estressarmos à toa.
Em primeiro lugar o voto no Brasil não é ideológico, e como dito acima, a maioria das pessoas vota, pela simpatia que determinado candidato tem ou como se fala em jargão político, no carisma pessoal do candidato.
Em segundo lugar, os candidatos no Brasil não têm compromissos éticos com o passado, sobretudo no campo das alianças partidárias ou pessoais: Não é raro ver um candidato que era inimigo, um do outro, por quem às vezes brigamos com nosso irmão, anos depois estarem juntos e nós separados pela discussão tola em torno deles.
A política brasileira chega ser folclórica nesse aspecto quando olhamos quem apóia quem. Por exemplo, vemos que o Collor em seu jingle diz que apóia Lula que apóia Dilma! Lembra-se de Collor? Sim, o mesmo que deixou muita gente irritada por ele dizer que o Lula não tinha condição de governar o Brasil porque era analfabeto e não sabia distinguir uma fatura de uma nota fiscal. Sim o Collor que disse que se o Lula fosse eleito cassaria a poupança do povo? E depois ele quem cassou? Estão juntos agora, unha e carne, juntos com a Dilma do PT!
Mas pense um pouquinho... Quem denunciou o mensalão (esquema de propina no Congresso Nacional) por ter sido o repassador e ter embolsado mais de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões!)? Faça uma retrospectiva histórica e lembrará que começou com... Roberto Jeferson do PTB, que nessas eleições dá apoio incondicional ao PSDB do Serra e está na organização da campanha do candidato do PSDB... em aliança eleitoral dando o tempo do PTB na TV, aliás, esse mesmo político, hoje cassado, já tinha sido da tropa do Collor contra o Impeachment. Mas não tinha sido o partido de Serra, que pedira as CPIs para descobrir o sistema de corrupção no Congresso!?!
Ufa! Mas tem a Marina Silva, boa moça boa crente, mas está no partido que é conhecido pelas suas bandeiras estatutárias levadas ao extremo como o apoio a liberação da maconha, liberação do aborto, do casamento gay e do evolucionismo! Como essa moça deve passar constrangimentos sabendo que os principais líderes que comporiam seu governo seriam necessariamente os que a elegem e defendem com unhas e dentes tudo contra o que ela crê? Mas convenhamos, ela não é tão ingênua assim.
Há também os que falam que se eleito tal candidato vai aprovar este ou aquele projeto de lei que vai acabar com a crença religiosa, prejudicar os cristãos, etc.,
Lembre-se que há muito terrorismo eleitoral nessa época. Em 2002 a Regina Duarte foi para a televisão dizendo que tinha medo do Lula, porque ia quebrar o país... Bem parece que ele não quebrou o país não...
Por outro lado, na última eleição o PT disse que o Alckmin ia acabar com a bolsa família, o que dizem que o Serra também há de fazer e o mesmo nega veementemente e diz que vai até aumentar...
Outra história boba é a discussão de que este governo ou aquele foi mais corrupto, ora bolas, desde as capitanias hereditárias que roubam no Brasil, então vamos fazer o seguinte: Ninguém deve ser eleito, ok? Não! Vamos votar no menos corrupto... Talvez, até que surja uma nova denúncia contra quem votamos. Outra questão é o tão falado programa de governo. Alguém governa no Brasil com programa de governo? O Lula não ia pagar o FMI, (ia dar calote). Hoje o FMI pede dinheiro emprestado ao Brasil. Os banqueiros e os empresários iriam sair do Brasil se o Lula fosse eleito, (foi o que disse na época o Mario Amato presidente da FIESP) e hoje, estes setores ganharam muito mais do que no governo que dizia os proteger.
Os programas de partido só valem na época de campanha, fora isso, é puro marketing.
Promessas mentirosas? Todos! O Serra quando foi candidato a prefeito de São Paulo prometeu que se fosse eleito não sairia no meio do mandato para ser candidato a governador... Dois anos depois era candidato a governador, na maior cara de pau, mas não ficou nisso, nos debates para governador de São Paulo, quando perguntado se ia renunciar de novo para ser candidato a presidência, ele disse no debate: Se fosse eleito governador prometia que se renunciasse novamente não votassem mais nele. Não duraram dois anos, ele renunciou para ser candidato a presidência. Tem todo o direito de ser, mas contou com a tradição brasileira de política não falar a verdade!
A Marina Silva é dura com a proposta de governo do PT, mas ela e a Heloisa Elena e o Plínio Arruda (que também é candidato a presidente), saiu do PT porque o mesmo não estava sendo coerente com o plano de governo que eles aprovaram e votaram e agora eles discordam!?!
É coisa de doido...
Se fôssemos colocar aqui todas as contradições e mentiras não sobraria ninguém. Então vamos fazer o seguinte: Cada um escolhe bem o seu candidato, de acordo com a sua consciência, e não tente convencer o outro que o seu candidato é pior, ou melhor, a rigor, na política brasileira, é tudo farinha do mesmo saco.
Sou pessimista? Não de maneira nenhuma! Creio que o processo democrático está sendo aperfeiçoado no Brasil, nunca no país em toda a sua história tivemos seis eleições presidenciais seguidas! Somos um país que está aprendendo a democracia, e isso tudo é um aprendizado... Agora já temos "o ficha limpa..." Opa, derrapei, vão dizer que estou dando apoio ao índio (vice do Serra) porque foi o relator do tal projeto, sim o mesmo que foi obrigado pelo TSE colocar no ar no site do PSDB que o que disse do PT e a ligação com as Farcs era uma calúnia dele, uma mentira... Na verdade, eleição no Brasil ainda é coisa de índio, mas estamos melhorando muito.
Para finalizar: Qual país tem um processo eleitoral cuja urna permite transparência e os votos de mais de 130 milhões de brasileiros são contabilizados em um dia e meio? Temos já algumas lições a dar aos nossos irmãos americanos sobre isso, pois até hoje não contaram as cédulas para eleição do Bush... e olha que já elegeram Obama... uau! Viva o Brasil!
Hoje temos CPIs sobre tudo! As leis estão começando a cassar políticos! Está melhorando muito! Já tivemos governador preso e mais de um cassado!
Por isso, cuidado com o partidarismo, isso é obra da carne e faz mal a igreja de Cristo. Lembre entre as obras da carne está o partidarismo, ou melhor, as inimizades promovidas por esse tipo de pecado.
Que Deus nos dê discernimento e oremos pelo país, que tenhamos os melhores governantes.

Pastor Neucir Valentim

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O culto e a pós-modernidade

O CULTO E A PÓS-MODERNIDADE
Pastor Neucir Valentim

Antigamente, tínhamos um número enorme de grupos na igreja e a juventude participava efetivamente dos trabalhos da igreja. Funcionavam as Confederações, as Federações e as Uniões de acordo com as suas respectivas faixas etárias.

De um tempo para cá, todos nós, e não digo levianamente de forma generalizada, porque acho que a generalização é perigosa, mas baseado nas conversas com pastores e líderes dos mais diversos agrupamentos que funcionavam assim, e de fato é: Algo mudou, e as coisas não são mais como antigamente. Não podemos negar uma verdade tão clara, ao mesmo tempo não adianta forçar algo que não está funcionando, porque buscamos com isso, colocar a culpa dessa natureza interna da igreja sem olhar o pano de fundo que nos envolve, aí culpamos alguém pela situação, primeiro o pastor,depois os jovens, depois os adolescentes, depois não temos mais desculpas para dar e voltamos à velha ladainha: não é mais como antigamente!

De fato não é mesmo. Dias desses um pastor veterano cuja igreja era poderosa em cantatas e em atividades de deixar os outro babando me disse: - Pois é as coisas mudaram na minha igreja, já não fazemos aquilo que outrora éramos bons, está todo mundo com compromissos, e já não existe aquela igreja ardorosa de outrora. Ele se sentia culpado, mas depois refletiu melhor e está entendendo o processo. Colocar a culpa na pós-modernidade parece que cai como uma "desculpa" para os mais antigos, pois não compreendem que ela mudou todos os relacionamentos.

Alguns insistem em não ver que ela mudou e que essa transformação alcançou a igreja, só os que não a conhecem bem, não entendem o poder do impacto em nossas relações.

Primeiro temos uma igreja hoje mais secularizada: Os jovens que viviam na igreja, geralmente tinham uma meta, terminarem o primeiro ou o segundo grau, arrumar um trabalho e viver com a família em sua igreja.

Só nesse quesito muitas coisas aconteceram. Hoje, ter uma faculdade já não significa muita coisa, e as pessoas "ralam" para conseguir um lugar ao sol, mais notadamente a maioria de nossos jovens e adolescentes estão "correndo atrás dos estudos" porque o mercado de trabalho não perdoa.

Os adolescentes estão em pré-vestibulares exaustivos ou em cursos de preparação, os que estão na graduação não tem tempo para nada, e quando terminam, precisam de uma pós-graduação e um mestrado. Faça uma enquete na igreja e veja quantos estão estudando alguma coisa para arrumar algum lugar ao sol, e você ficará espantado como está todo mundo exausto querendo uma qualificação melhor, e isso tem começado bem mais cedo do que imaginamos. Em segundo lugar a cultura da informação instantânea e de entretenimento é extremamente cativante e desigual para com as igrejas.

O Brasil é tido como o país onde o "internauta" passa a maior parte do tempo em frente ao computador, chegando a alguns casos há 13 horas por dia, a televisão como canal fechado (vários canais de entretenimento) também tem sido uma fonte de busca e de passatempo agora, disponível a uma parcela maior da população, nem quero entrar no mérito do YouTube que já concorre com a TV comum.

A TV aberta está cultivando novos ídolos do Brasil: O futebol, a novela e os realities Shows, a coisa é tão absurda que se consegue mais votos nesses programas "ao vivo" para os seus concorrentes, do que para Presidente da República! Ora bolas, se um jogador do Big Brother consegue mais de 60.000.000 (sessenta milhões de votos) é porque a audiência pega o nosso povo também, ou somos ingênuos em achar que os crentes não assistem a esses programas?

A Novela que antigamente era coisa de donas-de-casa, agora dominou completamente o mercado dos homens. Boa parte da população discute assuntos de novela como se fossem coisas reais, verdadeiras e do cotidiano, sendo até manchete de jornal! Sem pensar na destruição dos valores morais que elas trazem.

Quem não assiste novela fica como se fosse um alienado diante de brincadeiras oriundas de alguns personagens de plantão. E como diz o nome, novela vem de novelo, que enrola quem nela se apega. Temos também o futebol que mobiliza o mundo todo, como nunca! É o assunto do dia, da noite e da manhã e do dia seguinte, quem não assiste vira um ET.

Para que você tenha noção (E não vai aí nenhum juízo de valor) ninguém ia para uma igreja com camisa de times, e hoje isso é mais do que normal. Até pastores fazem isso. Imagina isso antigamente! Tem o play station (e sabemos que boa parte da casa de nossos jovens e adolescentes tem), as músicas, o mp3, mp4,mp5, mp10 e por aí vai... Os celulares servem também para serem usados como telefone, porque eles têm tantas coisas que falar ao telefone ficou em último lugar na prioridade da escolha.

Além do fato de que o celular virou motivo de urgência, deixá-lo desligado ou não atender a um chamado é como se deixasse alguém morrer.

A decisão de abrir o mercado no domingo também pegou muita gente pelo pé. Trabalhava-se no domingo sim, mas não era como hoje, depois que a Confederação Nacional do Comércio tirou as barreiras que desestimulavam o trabalho dominical, tudo funciona aos domingos, desde um supermercado, até serviços não essenciais, mas que dão lucro ao dono do negócio.

Poderia falar que o nosso tempo foi roubado pela pós-modernidade e ninguém tem tempo nem para viver, e a igreja acaba ficando em segundo ou pior, último plano.

Quem sobrevive a isso? As opções têm sido igrejas que funcionam como Comunidades, onde as pessoas entram, cantam e saem depois de ouvir uma "boa" palavra. Esse é o modelo vigente de culto da pós-modernidade. Faço uma exceção das "mega igrejas" e dos "mega ministérios", que pagam músicos e outras atividades afins, e que podem manter orquestras, grandes corais coisas do gênero.


Confesso que estamos precisando olhar este assunto com carinho antes que nos culpemos por um estado que não é só nosso, mas do mundo evangélico como um todo que vitima principalmente as chamadas igrejas históricas. Posso falar com sinceridade que tenho saudade da minha igreja da juventude, onde mais de oitenta jovens estavam à disposição aos dias de semana, aos sábados e aos domingos, mas hoje, estão mais velhos como eu, lamentando que as coisas mudaram, mas sabem, por experiência própria que precisam ter seus filhos na faculdade ou compreendem o que é de fato a pós-modernidade. E que o tempo que tínhamos outrora, foi-se embora. Posso lembrar também do principio fast-food que se instalou em nosso meio evangélico da pós-modernidade.

Apenas em São Gonçalo existem mais de 6.000 novas denominações evangélicas, imagina no Estado do Rio de Janeiro ou Brasil? Isso cria essa nova dinâmica, onde a igreja local deixa de ser o referencial absoluto e passa ser marginalizada, porque é muito fácil achar uma igreja nova, próximo a casa para experimentar os seus novos modelos.

Sim, perdemos as raízes, pois a pós-modernidade não deixa espaço para isso, ela transforma tudo em cultura do virtual, das comunidades virtuais, das amizades virtuais, dos jogos virtuais e dos relacionamentos virtuais também.

Esses dias ouvi alguém dizendo que não ía a igreja dia de domingo, mas não deixava de assistir o culto da igreja de um outro Estado, pela internet!


O que falar dos tele-evangelistas cuja concorrência ou dos conferencistas é desleal com os pastores de "carne e osso"? Sim porque esses parecem que são tão midiáticos, que são intocáveis, não tem contato com ovelhas, e por isso, são ótimos, perfeitos e incomparáveis ao pastor local que "conhecemos" os seus defeitos, pois os da mídia, só aparecem bonitos e com boas palavras.

A pós-modernidade na verdade está causando um mal maior, o da falta de ligação afetiva, e o custo disso está aí, na família destroçada, na sociedade hedonista e na busca do prazer a qualquer preço.

Um dos grandes problemas da pós-modernidade foi o fim dos paradigmas, ou se era de direita ou de esquerda, pentecostal ou tradicional, isso ou aquilo, ela relativizou tudo e nada está certo, e a moral nisso, onde fica? A moral na pós-modernide está no limite do padrão de prazer que alguém pode ter. Em outras palavras, se confere prazer, porque não fazer? Esse é o limite moral.

Ouço uma ladainha de pastores que gemem porque não conseguem compreender mais o mundo em que vivem, em contrapartida, para alguns pastores "aventureiros", adoraram os novos tempos, porque no período anterior à pós-modernidade, eles seriam cobrados por algumas atitudes que têm ou pelo que realizam em nome do sagrado, com a maior cara de pau.

Afinal, todos querem ser senhores de si mesmos, e quanto a isso, nada melhor do que uma igreja que mergulha de cabeça aproveitando a falta de amor dos dias atuais. Encaro o atual momento com dois versículos que Jesus falou: " Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? Lc 18:8.

Sim, porque o atual momento promove tudo, menos a fé singela e genuína do passado.

O segundo versículo também, de natureza escatológica é mencionado também em Lucas "Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço.", Lc 21:34. Jesus está falando desse tipo de embriaguês espiritual, afinal, ele fala para crentes.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Igreja e a política

IGREJA E A POLÍTICA
Pastor Neucir Valentim


Particularmente gosto de política.
Leio bastante sobre o assunto e não raramente procuro votar consciente quando o dever democrático me chama para o exercício do sufrágio universal e secreto.
Acho que a igreja, enquanto instituição, assim deve proceder também.
Procurando votar no melhor. No que está comprometido com a ética, com caminhos compatíveis com a fé cristã, e sobretudo comprometidos com a honradez.
Dentro desse contexto é importante frisar que todos nós temos as nossas preferências, inclinações ideológicas e simpatias políticas.
Por isso a igreja, em momentos eleitorais, deve caminhar no princípio da pluralidade, onde cada qual tem a liberdade para exercer sua decisão política sem patrulhamento.
Durante anos a nossa participação política era rotulada em dois níveis: ou se era de esquerda ou de direita e os que ficavam no centro, estavam em cima do muro.
Com isso, muitas vezes vivia-se verdadeiros conflitos internos entre o “reacionário e conservador contra o radical comunista, amigo de badernas” e vice-versa.
Era tão intenso este conflito que o irmão perdia a comunhão com o outro porque o outro estava doutro lado. E aí o rótulo se estabelecia: É de direita! É de esquerda! Etc.
Ora isto é uma grande ameaça a unidade cristã. Somos todos membros do Corpo de Cristo, a igreja, independente de nossas preferências político-eleitorais.
Quando entramos neste caminho certamente criamos em nós espaço para uma das obras da carne enumeradas por Paulo em Gálatas 5:19 e 20, que se chama paixão. A paixão é um sentimento exacerbado que nos faz ver o mundo por uma única ótica, que despreza a de outrem, é produto do homem carnal nascido no Éden.
Outra coisa importante.
A igreja deve votar bem, não obstante, o seu púlpito não deve servir de plataforma e palanque eleitoral para ninguém.
Como somos uma instituição plural, seria pecar contra a unidade e mais ainda, pecar contra o princípio maior da igreja: a evangelização e a proclamação dos oráculos do Senhor.
Para concluir deixo aqui a síntese deste artigo:
1) devemos ter convicções políticas e aprender a votar buscando a ética, a dignidade a honradez e a boa administração.
2) Devemos amar o nosso irmão, independente de suas convicções políticas, respeitando a todos neste universo plural que é a igreja.
3) Não devemos permitir que nossos púlpitos e nossos momentos devocionais e litúrgicos se transformem em horário político gratuito, em palanques eleitorais, uma vez que estamos comprometidos com Deus e sua Palavra.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não apenas um sonho de criança

NÃO APENAS UM SONHO DE CRIANÇA

Pastor Neucir Valentim



“E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos.” Ap 22 ss

Para mim a morte sempre tem aquela cara feia e ameaçadora que nos lembra sempre o quão frágeis somos, e de que um dia voltaremos ao pó, sujeitos às suas garras, como nos diz a sentença de Deus proferida lá no Éden:

- Tu és pós e as pó voltarás!


Quando, porém, leio o texto bíblico de Apocalipse cap. 22, que fecha com chave de ouro as revelações de João na ilha de Pátmos, alguma coisa acontece dentro de mim que me faz ver a morte com outros olhos, os olhos da fé, que me levam a sonhar com a vida futura, prometida pelo Senhor, e que não mais nos levará as lágrimas, pois o Senhor as enxugará de nossos olhos.

Duas coisas neste texto me saltam aos olhos:
Em primeiro lugar é que não haverá mais maldição. Sim, para nós que vivemos num mundo de maldições, esta é uma realidade difícil de compreender, isto porque nascemos sob maldições: da morte, do trabalho com suor, do parto com dores, da terra que produziria cardos e abrolhos, a maldição das perdas, das dores, e dos sofrimentos, etc. Como já disse, com bastante razão o filósofo mais renomeado de nosso século, Jean Paul Sartre que, na sua completa ausência de Deus, revela uma profunda verdade existencial: Viver é sofrer!

Sim, viver neste mundo é sofrer quando não se tem a visão de algo maior, de alguma coisa transcendente, de uma realidade que seja maior do que esta vida medíocre.

A segunda coisa que me chama atenção neste texto é a presença visível, perceptível e acolhedora do cordeiro de Deus e do próprio Deus. Que coisa magnífica estar junto de Deus, da sua bondade, do seu amor, do seu carinho e da sua misericórdia, e tendo o cordeiro como o nosso eterno Sumo Pastor, que nos levará as águas cristalinas.

Lembro-me que um dia, ainda criança, sonhei que estava no céu. Hoje percebo como o céu do meu sonho se parecia com o céu de João. Chorei quando acordei porque não queria deixar aquele lugar maravilhoso.

Hoje, com o tempo já passado, lembro-me daquele sonho e, para minha alegria sei, pela fé que não era apenas um sonho de criança, mas a visão ainda que infantil daquilo que nos está prometido pelo Senhor todo poderoso, e mais, que um dia meu sonho de criança, há de se tornar um fato eterno na minha vida.

Por isso anseio o céu.

A inveja mata?

A INVEJA MATA?
Pastor Neucir Valentim
Disse Deus a Caim: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”


Costumo definir inveja como a sensação de mal estar ante a um bem alheio...

Não é o desejo de ter o que o outro tem, mas de mal estar pelo que o outro tem, representa ou é.

Certa pessoa me contou que sofria desse problema, chegou ao ponto em que tinha um livro raro, e que daria de presente... Mostrou ao “invejoso” sem maldades. Ele não se importou com o conteúdo do livro, mas ficou querendo ter um igual, mesmo sem entender bem do que se tratava.

A situação foi tão constrangedora que a pessoa teve que ir, debaixo de muita insistência num sebo (onde se vende livros usados) para achar algo parecido para ele. Ainda que inferior, não original e sem o valor daquele livro, mas meio parecido... Para aplacar o desejo infantil, mas perigoso do “invejoso”.

Contou-me ainda que a pessoa vivia observando os seus passos, copiando seus atos, imitando até seus pensamentos, sugando suas idéias, falas e quiçá, seus ditados. Disse-me a pessoa cuja credibilidade é indiscutível e não sofre de nenhuma patologia psicótica.

“Não sossegava enquanto me via bem, criativa e com os resultados do que tinha, fazia ou era.”- Contou-me. Aliás, algo comprovado pelo que observei também.

“Ao mesmo tempo em que me admirava, me angustiava,”- sofria assim a vítima da pessoa invejosa que vivia como Caim, pois não estava satisfeita com o que tinha, mas com o que a outra tinha.

Falei para quem sofria de tal caso, que tenho medo da inveja, sim, não a mística que trás presságios, agouros ou coisa do gênero, que faz secar plantas, de olho grande ou coisa assim, não, isso não existe! Isso é crendice pagã!

Existem cercas espirituais contra o Diabo! Mas temo a inveja que se manifesta de forma operacional, como Caim que pegou um cutelo e matou o seu irmão Abel. Fez diretamente! Invejou, sentiu-se mal e matou. Pronto. Fatídico e mortal, mas real. (Gn 4:8); José também foi vítima da inveja, e acabou sendo vendido por seus irmãos (Gn 37:11) pelo mesmo motivo.

Pessoas são capazes de tudo por causa da inveja, pelo medo de não ser admirada ou sentir-se mal ante o bem alheio.

Ocorre que eu nunca tinha ouvido nada assim, tão concreto, objetivo e real, e nem acreditava em tal situação.

Psicologicamente falando, poderia dizer que o ser humano é portador da díade “Existir-Sobreviver”, daí ter um instinto de competição voraz e antropofágica, que é a competição terrível de idéias, sentimentos e prazeres. Tal competição o leva a níveis altos de tensão, que gera o distresse (estresse maligno), causador de moléstias graves de caráter psicossomático.

Tenho entendido que “A Inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas (...). Assiste com despeito aos sucessos dos homens e este espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício”.

Como Cristão entendo que a inveja é obra da carne, apontada por Paulo em Gálatas 5:19 a 21, e como todas elas, deve ser mortificada como os demais pecados ali listados.

Como simples mortal, tenho medo de gente assim, que é capaz de tudo por essa doença da alma. Talvez você tenha sido vítima de algo tão tangível e real e próximo ao mesmo tempo.

A pergunta que devemos fazer é: O que fazer diante de tal situação, visto que não podemos nos desprender de tais pessoas facilmente, em virtude da proximidade com que as encontramos?

Em primeiro lugar evite o juízo temerário. Cuidado, não julgue as pessoas porque visitaram, sua casa e no dia seguinte a sua planta morreu, secou ou o peixinho do aquário morreu isto é superstição do paganismo mais baixo!

Em segundo lugar, procure ver se o desejo da pessoa é por você, de forma altruísta, se gosta de você e por isso te admira tanto, ao ponto de confundir admiração com o desejo puro e simples de imitá-lo. Isso acontece sem maldades! Se você causa impressão em determinada pessoa, pode ter alguém que o copie mesmo.

Em terceiro lugar, procure entender se é uma pessoa carente e está tentando agradá-lo com os seus elogios, é mesmo um amigo que gosta sinceramente de você.

Por último, se constatar que a pessoa, tem um instinto de competição voraz e destruidor, que é a competição terrível de idéias, sentimentos e prazeres, e que tal competição o levará a níveis altos de tensão, que gera em você o estresse maligno, causador de moléstias que atingem não só sua mente e seu corpo. Tome tais atitudes:

- Ore para ver se você está julgando certo!

- Peça a Deus ajuda para compreender a pessoa e amá-la e curá-la dessa enfermidade da carne.

- Lembrando! Cuidado para não cair no paganismo. Olho grande, olho gordo, inveja não são poderes mágicos que entram na sua casa. Se você é filho de Deus, mal nenhum chegará a sua tenda, ainda que existissem dessa forma, é o que diz o salmo 91. E em números 23 a Bíblia diz que essas coisas não valem contra os servos do Senhor: “Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem adivinhação contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus têm feito!”

- Ore para Deus dar um basta nesse sentimento que é tão cruel que atinge aquele que o tem, o invejoso, mas que Deus te proteja. Entregue sua vida na mão do Senhor e descanse!

- Não seja tão próximo, não abra tanto as comportas do seu coração para gente assim, afinal, Jesus disse que deveríamos ser simples como as pombas, mas prudente como as serpentes. (Mt 10:16).

- Peça proteção a Deus contra atos que essa pessoa pode fazer para prejudicá-lo direta ou indiretamente.

Confie em Deus!


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O poder da entonação na voz!

O PODER DA ENTONAÇÃO NA VOZ!





Muitas vezes, temos problema no nosso relacionamento porque não colocamos bem as coisas, ou as pessoas que nos ouve, não nos ouve com a entonação certa, por isso, existe muito mal entendido nas relações entre as pessoas.

Quando nós escrevemos, a vírgula é quem determina a entonação, quando falamos, essa vírgula é a pausa que damos.

Muitas vezes falamos bem de uma pessoa para outra, mas ela repete exatamente o que falamos mudando apenas a entonação, é o pior meio de causar contenda entre irmãos e nos tornarmos abomináveis para com Deus (Pv 6:16 e 17), vejamos o exemplo através da vírgula no texto, que na verdade é a entonação que damos na voz:



Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere.



Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.

2,34.



Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.



Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.



E vilões.

Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.



Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.



A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.

Não, queremos saber.



Uma vírgula muda tudo.



Detalhes Adicionais

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA LOUCAMENTE À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.



Viu, da próxima vez preste bem atenção, a pausa é pequena mas muda muita coisa!!!!!!!!!!!!!!!!!



Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.



Adaptado da ABL pelo pastor Neucir Valentim

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quando a angústia bate a porta!

QUANDO A ANGÚSTIA BATE A PORTA!
Pastor Neucir Valentim





Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele cuidaria de mim. Jó 23: 6
Gostaria que você desse asas a sua imaginação e contemplasse o autor desta oração.
Trata-se de Jó, homem íntegro e reto, que temia a Deus e desviava-se do mal, mas que por um momento de sua vida foi vítima de uma séria de tragédias. Perdeu os seus bens, sua família, seu status, sua auto-estima e seu amor pela própria vida (Jó 10:1).

Nesta sucessão de tragédias, surgem três amigos para consolá-lo. E Deus nos livre de amigos assim, “amigos da onça”, que acusavam-no de ser o responsável pela própria desgraça, não bastasse isso, surge em Jó um tipo de doença que produziu chagas purulentas em toda extensão de seu corpo.

Neste contexto, este homem torna-se uma ilha, ninguém, compreende a sua dor, ninguém fala a sua linguagem, não há quem dimensione aquilo que vai lá dentro de seu coração ou no recôndito de sua alma.
Talvez a saudade dos filhos que se foram, vergonha, depressão, medo, e muita angústia como se vê: “E agora dentro de mim se derrama a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim “ Jó 30:6.
A pergunta que cabe aqui é: Como Jó conseguiu vencer essa feia etapa de sua vida?

No capítulo 23:2 ele descobre que há um que pode entendê-lo, compreender o seu gemido e dimensionar sua dor, esse é Deus. Então sente uma profunda necessidade de chegar-se a Ele para expor sua miséria 23:3 e 4 pois diz: Com boa ordem exporia perante Ele a minha causa (...)
Jó percebe que em alguns momentos da vida, quando parece que não somos compreendidos, que a dor é lancinante, que a aflição é profunda, importa chegar-se a Deus de forma integral. Assim descortina o poder do Todo Poderoso , sua majestade, sua grandeza, que não o intimida, antes o estimula a buscá-lo. “Segundo a grandeza do seu poder contenderia comigo? Não; antes cuidaria de mim...

O Deus a quem Jó recorreu em seu momento de angústia, dor e amargura, é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente, e está a sua disposição para ouvir a sua dor e cuidar de você.

Por isso o autor de Hebreus nos orienta:
"Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” Hb 4:16. Sim, a mesma ousadia que Jó teve ao desejar apresentar-se a Deus, e expor a sua queixa devemos ter para sermos socorridos em tempo oportuno. Chegue-se a Deus!

Pastor Neucir Valentim

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alergia Espiritual

ALERGIA ESPIRITUAL
Pastor Neucir Valentim

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, uma hipersensibilidade além do normal a um estímulo externo. Em palavras simples alergia é uma ação desordenada e exacerbada do organismo, que ao invés de produzir saúde ao corpo, o adoece, pensando que o está protegendo.
Uma pessoa alérgica, reage muito diferente de uma pessoa comum a presença de um simples corante no refrigerante por exemplo, ou mesmo, pode desenvolver reações violentas no simples contato com um aracnídeo chamado ácaro que só é visto à luz de um microscópio, mas está em toda parte. Um alérgico pode ter uma reação de choque anafilático e mortal até por uma simples picada de abelha. Em outras palavras, o alérgico sofre com coisas com as quais todos convivem bem, como um simples pólen de flores, mas para ele é um grande problema. Seu corpo está em constante processo de irritação e inflamação, por qualquer bobagem.
Gostaria de pensar que assim como existem pessoas acima, existem também os alérgicos espirituais, gente que tem uma resposta exagerada e desproporcional ao que lhe cerca, e faz com que seu espírito adoeça facilmente.
Assim como há vários tipos de alergia física, há muitos tipos de alergias espirituais, desde uma pessoa que se sensibiliza fácil com o que vê, houve ou sente, como reage desproporcionalmente a uma palavra, uma ação que segundo os seus estímulos hipersensíveis, logo se ofendem. Ou pessoas que sofrem demasiadamente a coisas que são tão minúsculas como um micro ácaro. Gente que se escandaliza fácil, gente que se aborrece fácil, gente que se mordida por um pequeno inseto, é capaz de sentir-se ferido de morte.
Às vezes estranhamos aquelas pessoas que são perfeccionistas, exageradamente escrupulosas, ou profundamente sistemática que não consegue viver sem sofrer, as vezes por causa de uma vírgula, de uma coisa fora de lugar, de um simples esquecimento de alguém que deveria fazer alguma coisa e não o fez, a reação dessas pessoas é a de um alérgico espiritual, supersensível a qualquer coisa que entende como sendo certo, mas que na verdade, é uma reação exagerada as coisas comuns da vida.
O alérgico espiritual sofre tanto como o alérgico físico. Ele reponde a estímulos de forma desordenada ainda que não querendo, pois o seu grau imunológico é muito alto, e daí sofre mais do que os outros também.
Assim como a alergia simples que não tem cura, assim é a alergia espiritual, ambas precisam ser tratadas, cada qual de uma forma específica, através dos chamados histamínicos, remédios esses que informam ao organismo que esta tudo bem... Que ele se acalme e volte à normalidade diante de seu sofrimento desproporcional a um simples agressor, com quem todos convivem.
Assim como o alérgico começa na pesquisa das coisas que lhe fazem mal está na busca e na identificação do agente alérgino, assim também é o tratamento de quem tem alergia espiritual. A pergunta deve ser: O que me faz reagir assim, de forma exagerada? O que me causa problemas terríveis, mas a outros não? Por que eu tenho esse tipo de resposta onde poeira ser outra? Por que eu fico assim diante de coisas, as vezes, tão banais? E acima de tudo, qualquer alérgico deve ter em mente que o problema não está no mundo, nas coisas, nos detalhes, nos atos e fatos, está nele, no seu sistema imunológico adoecido, que lhe passa informações erradas.
Ao digitar essas palavras, o meu nariz está doendo, e acaba de pingar uma minúscula gota de sangue... Sabe por que? Eu sou alérgico. E o meu sistema imunológico não consegue viver com ácaro, mas como eu vou viver se tem ácaro em quase todos os lugares do mundo? E por que estou nesse estado? Porque as minhas reações imunológicas atentaram contra mim mesmo. Pensando em me defender, o meu sistema exagerou tanto que fez com que os cornetos do meu nariz ficassem inchados, que a adenóide ficasse com quase o triplo do tamanho, que a minha respiração se tornou um fardo. Por isso estou assim, e quando não consigo controlar mais essas coisas, elas são obrigadas a serem retiradas cirurgicamente! Quão terrível é ser alérgico! O que fazer? Em alguns casos um simples tratamento imunológico adequado resolve, ou vacinas sistemáticas, e remédios, mas uma coisa eu sei, o problema está em mim, não fora de mim. Se eu posso controlar o ácaro o farei, se não vou tentar usar remédios, caso contrário, vou parar é na mesa de cirúrgica mesmo.
Eu não gosto de ser alérgico, mas sou... Assim também como ninguém gosta de ser pecador... mas somos! Paulo, escrevendo aos Gálatas (Gl 5:19 a 21) ele enumera um monte de alergia que o nosso próprio ser produz... Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas. Sim, essas coisas são produzidas pelo homem pecador, que reage de forma errada a esses estímulos, e se agente não prestar atenção eles vão criar problemas, pois essas coisas reagem de forma errônea diante do mundo. Não é tirando o mundo que vamos resolver o problema, mas identificar “o quê” dessas coisas, nos faz enfermar.
No meu caso, como disse acima, não tive jeito, tive que ir para o bisturi, na vida espiritual é assim também, mas quem opera garante o resultado eficaz da cirurgia, não é como o meu médico, que disse que tenho 80% de chance de ficar bom, depois disso tudo, continuar tratando... na vida espiritual não é diferente.
Pense nisso, com carinho.

Confissões de uma vela





CONFISSÕES DE UMA VELA

Pastor Neucir Valentim




Sou uma vela de cera, tenho um pavio feito para clarear, moldada a parafina.
Sou frágil, e minha vida é fugaz. Em pouco tempo acesa a minha utilidade vai embora, e só restam ceras derretidas de mim.

Sou usada para utilidades domésticas, como, por exemplo, quando falta energia elétrica em alguma casa; se bem, que ultimamente, tenho sido substituída por luzes de emergência. Fico feliz quando numa casa, na escuridão, usam-me para iluminar o ambiente, livrar alguém de um tropeço ou mesmo tirar o medo de alguma criança.

Mas, confesso que como vela, fico muito triste, quando alguém me usa para um fim para o qual não tenho utilidade. Fui feita para iluminar a escuridão deste mundo aqui, e mesmo assim de forma muito breve, mas alguns, na ingenuidade espiritual acreditam que eu posso iluminar o caminho da eternidade, e me usam para "iluminar" o caminho de algum morto.

Ora, quanta tolice, se eu mal consigo iluminar a vida aqui, como posso entrar no indevassável mundo dos mortos! Como posso iluminar uma vida espiritual na eternidade se na vida material minha luz é tão passageira.

Certo dia uma senhora me comprou em uma loja com o objetivo de iluminar o caminho de seu filho que havia falecido.

Acendeu-me em uma praça, próxima a uma igreja, fez petições, chorou, rezou e ofereceu-me como uma luz para o seu filho que havia partido deste mundo, como ela estava triste, e como eu também fiquei.

Eu queria ser usada para um fim, de fato, útil e não para algo que não posso realizar: Iluminar o caminho eterno de alguém. Como sou tão passageira, logo que a senhora saiu, deu um forte vento e apaguei, não fui criada para uma atividade tão inútil.

Como alguém pode pensar que uma vela, como eu, cuja luz é tão breve, pode iluminar a eternidade? Amigas minhas são levadas a procissões para acompanhar imagens com o mesmo objetivo, tentar entrar no indevassável mundo dos mortais, para conseguir algum tipo de graça.

Ora que coisa mais sem graça. No dia em que a senhora que me levou para tentar iluminar o caminho do seu filho, ela recebeu um folheto que falava de umas lindas palavras da verdadeira luz: onde Jesus, dizia assim: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida." Evangelho de João 8:12.


Fiquei pensando comigo mesma: como pode uma pessoa, que tem a possibilidade de ter a Verdadeira Luz do Mundo, optar por uma simples vela? Como pode alguém que em vida não conseguiu a iluminação para sua vida aqui e na eternidade, esperar que uma simples vela possa fazer alguma diferença?

Como podem me colocar no lugar de alguém cujo brilho é superior ao brilho do sol, posto ser ele o Criador do universo? Como pode alguém trocar o Senhor Jesus por uma vela? Como posso eu iluminar a eternidade de uma alma, se Ele, como diz as escrituras é a luz insubstituível para os mortos e vivos: "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela."

Sim, não há trevas que ele não ilumine! Por um momento fiquei confusa, até que entendi porque muita gente não escolhe Jesus, porque se olharem para sua luz que de fato é a verdadeira: É que as suas próprias obras serão reveladas: "
E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más." Jo 3:19.


Sim, muita gente usa a luz de uma vela porque a sua luz é incapaz, inclusive de revelar-lhes os seus próprios erros e pecados, por isso não querem Jesus iluminando e preferem uma vela, talvez apenas para aplacar seus sentimentos de tristeza, culpa e dor e nada mais. É justamente isso o que a escritura ensina: "Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Jo 3:19"

Outros fazem por ignorância mesmo, mas não tenho como falar as pessoas, até porque uma vela não fala. Mas se você é um cristão, pode ajudar as pessoas a ouvirem o que a Verdadeira luz falou: "Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida." Jo 8:12.

Diga a essa gente que eu nada posso fazer para ajudá-las a iluminar o caminho de alguém. Diga-lhes que isso é tolice, e diga-lhes do Salvador Eterno, que pode iluminar dar verdadeira luz a vida, mas não se esqueça de dizer como ele ilumina nas trevas da eternidade, apenas aqueles que o conheceram aqui, uma vez que deixando esse mundo sem ele, as trevas de fato prevalecerão em suas vidas eternas, e que esses, jamais verão a luz de novo.


Façam isso, porque muitos estão perdidos sem conhecer as confissões de uma simples vela. Pregue acerca do Salvador que disse: "Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas." João 12:46, e que nunca confiem na incapacidade de uma simples vela que se apaga ao vento ou se derrete a simples chama de um pavio.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Aitofel

AITOFEL
Pastor Neucir Valentim



Davi Está lutando com seu filho rebelde Absalão e, reconhece que está vivendo algo que está além de suas forças, porque um inimigo novo se apresenta no contexto, com o qual ele não contava, um agente a mais para somar contra, o que torna a luta extremamente desigual.



Este inimigo tem um nome: Aitofel! Em II Samuel 15:31, diz que, quando Davi estava fugindo de Absalão, recebe uma notícia bastante desagradável: "Aitofel está entre os que conspiram com Absalão", diante do que Davi clama: "Ó Senhor, torna em loucura o conselho de Aitofel! "



Davi sabia que Aitofel era um elemento desestabilizador, uma inteligência poderosa a serviço daquele que desejava destruí-lo. Convém lembrar que Aitofel era nos dias de Davi uma mente sagaz, genial e altamente estratégica ao ponto de ser considerada a "voz de Deus", o oráculo do Senhor, tanto para Davi quanto para Absalão.



Veja o que diz II Samuel 16:23: "O Conselho que Aitofel dava naqueles dias era como se o oráculo de Deus se consultara." É por isso que Davi fica perturbado. Sua luta contra Absalão era ruim, mas era uma questão de tempo, afinal o experiente rei era perito em enfrentar inimigos ousados, mas agora é diferente; não é apenas uma peleja comum, envolve conselhos ardilosos, estratagemas, planos inteligentes de um inimigo que certamente é pior do que seu filho Absalão, e superior a sua capacidade de luta.



Muitas vezes vivemos um quadro semelhante ao de Davi; são aquelas lutas que enfrentamos e que com o tempo aprendemos a levar em banho-maria, até que um fato novo acontece e descobrimos que existe uma outra mente por trás, muito mais inteligente, mais perversa, e que certamente nos dá uma tremenda sensação de impotência. Cremos que muitos são os "aitoféis" em nossas vidas.



Eles representam aquelas possibilidades embaraçosas com as quais nem gostamos de pensar, representam os nossos medos, nossos receios ante um confronto maior, representam os nossos pontos fracos ou nosso calcanhar-de-Aquiles.



Representam também aquele tipo de situação que, em apenas imaginar, o nosso coração estremece e diz: Ó Senhor, se isso acontecer eu não agüento, desisto! Até este ponto da história, a briga era coisa de família, e Absalão não convencia a ninguém que sua batalha contra o pai era séria, mas com o conselho de Aitofel a coisa assume proporções inimagináveis.



Em II Samuel 16:20 e 21, está registrado que o conselho que Aitofel dá a Absalão é de tirar o fôlego, revelando a sua malignidade e inteligência: "Violenta publicamente as mulheres de teu pai e o povo saberá que o seu ódio é sério, e que você não está aí para brincadeira."



Nada mais perverso, mas ao mesmo tempo verdadeiro do ponto de vista político. O que Absalão promoveria seria algo tão abominável que impossibilitaria qualquer meio de reconciliação.
Assim os inimigos de Davi confiariam em Absalão e se juntariam a ele. Este tipo de mente perversa muitas vezes entra em nossos conflitos elementares, tornando coisas pequenas em problemas insuportáveis, que quebram, rompem as nossas forças e também toda chance de uma saída honrosa, de um desfecho pacífico.



Portanto, em última análise, Aitofel representa o diabo e suas astutas ciladas, as quais não podemos vencer sem o discernimento e a ajuda que vêm do alto. Ele é, portanto, a síntese do encurralamento e do estreitamento angustiante nas situações beligerantes da vida.



O que Davi faz quando está numa situação assim é apelar para aquele que é mais forte do que ele e mais forte do que seu adversário; é isso que lemos em II Samuel 15:31. Ele ora, clama a Deus diante do quadro trágico que vive e o medo que sente.



O Salmo 55 foi escrito quando Davi vivia esse momento, observe então a sua oração para sentir a angústia de sua alma: “quem me dera ter asas como pomba, então voaria e encontraria descanso, fugiria para bem longe... ” Este Salmo revela a sinceridade e o desejo de seu coração. O que é isso senão a vontade de sumir diante de algo desagradável? “Quem me dera estar longe disso tudo!" Ora, essas palavras de Davi também passam pela nossa mente e coração.



O segredo da vitória de Davi, entretanto, não está no desejo de fuga que todos nós temos quando a situação aperta, está no versículo 16 deste Salmo: “Eu invocarei a Deus e o Senhor me salvará.” Aí está a sua arma poderosa, a confiança no Deus que tudo pode e que por nós tudo executa. (Salmo 57:2). E ele, como fez com Davi, há de atender a sua oração e transformar em loucura o conselho de Ailtofel.



Ao final da história, Deus ouve a roação de Davi, vai ao encontro de seu servo, e confunde o grande "conselheiro" Aitofel, de modo que só cabe a ele o suicídio, afinal, é impossível derrotar a voz soberana de Deus quando atende aos seus filhos.



Aitofel, na verdade, acaba confundido e torna-se o primeiro homem da Bíblia a se enforcar, pois Deus dera o seu basta. "Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai. Samuel 17:23."


Confie no Senhor e Ele há de derrotar qualquer Altofel da sua vida!