terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quando caí da escada

QUANDO CAÍ  DA ESCADA...
LIÇÕES DE UMA QUEDA!
Pr. Neucir Valentim
Estou digitando esse pastoral com dor no meu braço esquerdo, esforçando-me para fazê-la, isto porque caí, isto é fui vítima de uma queda da escada quando tentava trocar lâmpadas do lustre da minha casa, na altura de 3,60 metros, bati com minhas costas na estante que me fraturou a costela. Conseguiu formar uma pleurite com sangue no pulmão e maculou o tendão de meu ombro esquerdo.. 

Posso dizer que por fora estou bem, mas por dentro, estou quebrado. Não posso fazer nada a não ser ficar sossegado e tomar remédios, pois costelas não se engessam, nem tendões. Estou até ausente da igreja. Quedas fazem isso.
Por isso eu gostaria de tirar lições espirituais desse fato fazendo uma analogia à queda, sinônimo do pecado, que ronda a vida de todos nós (Hb 12:1), e sem saberem que estão próximos a cair, e quando mal perceberem já estarão no chão, espiritualmente falando, baseando-me nas fases do que aconteceu comigo no meu pequeno acidente:

A primeira fase para a queda está na incapacidade de saber que podemos cair, digo, na alta confiança perigosa, onde achamos que quedas só acontecem na vida dos outros e que não somos vulneráveis a ela e dizemos em nossa vaidade: "Eu tiro de letra... Não preciso de ninguém..." Cuidado com essa prepotência. Seja vigilante, porque em um milésimo de segundo você poderá estar no chão, e é mais rápido do que imagina. "Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia." I Co 10:12.

A segunda fase é ter uma obstinação cega em conquistar o alvo, no meu caso, eu queria estar acima do lustre para lá trocar as lâmpadas, querer ver o brilho delas sem saber que o olhar deve ter pelo menos três dimensões: o alto, o  baixo, e os lados. Olhe tudo, não se fixe num objetivo, por mais nobre que seja sem saber quem e o que estará ao seu lado, olhando a sua base e não se esquecendo de olhar para o céu. Muita gente cai porque olha somente para o objeto do seu desejo, o brilho ofuscante do mesmo e esquece o mundo que o rodeia: gente, pessoas amigas, pais, mães, conselhos, experiências de outros e não considera mais nada na vida, isso é um perigo, mesmo em coisas banais. Olha o que a Bíblia diz: "Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem." Pv 15:22

A terceira fase é querer estar no topo a qualquer custo, no meu caso, quis subir até o último degrau, quando descobri que o lugar mais perto do topo é ironicamente o chão. Sim tem gente que faz de tudo para estar no topo, perto das luzes, acima do bem e do mal, desconsiderando às vezes, que o topo é muito perigoso, e que o lugar mais seguro na escada da vida é o meio, onde há mais segurança. Foi assim com Gideão, que se sentia o menor de todos, nas tribos de Israel e diante de Deus, mas quando  achou que era alguém importante, caiu e fez todo Israel errar: Disso fez Gideão um éfode, e o pôs na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel se prostituiu ali após ele; e foi um laço para Gideão e para sua casa. Jz 8:27." No topo, qualquer desequilíbrio derruba, qualquer movimento por menor que seja, abate
Aliás, a nossa sociedade vive pregando que devemos estar no topo a qualquer preço, mesmo desconsiderando os meios, pisando nas pessoas. Tolice para os que já  aprenderam como o topo é um lugar passageiro, ilusório e muito perigoso, pois nele, e só acima dele está você, e não tem ninguém com você, às vezes, você pensa que nem Deus está  acima e vive sem Ele, essa é a tragédia de quem vive querendo obstinadamente o lugar mais alto. Cuidado com esse chamariz tão propagado, onde os fins justificam os meios. Foi assim que o Diabo caiu! O fim neste caso, será inevitavelmente uma grande  queda, pois quanto maior o topo, maior o impacto da queda.

A quarta fase na queda é não entender que o conhecimento é bom, a cultura, seja ela secular, teológica ou genérica é importante, mas na hora da queda, elas não te seguram, falo isso porque caí com as costas na minha estante, cheias de  livros e de várias informações, mas foi justamente no lugar do "meu conhecimento", que me machuquei mais. 

Não acredite que já sabe tudo, que o conhecimento  intelectual pode evitar a queda, pelo contrário, em algumas horas ele machuca mais do que você imagina. Busque a sabedoria, mas não se estribe na cultura para se garantir da queda. O sabe-tudo pode ser o seu maior vilão.

A quinta fase é administrar a queda. É muito difícil - a primeira coisa que acontece é que quando batemos com força no chão, nossa voz se cala. Apesar de querermos gritar! Sim, eu chamava "alto", mas ninguém me ouvia, porque na verdade eu não conseguia gritar, e as quedas seculares revelam a nossa incapacidade de conseguir ser ouvido, pois só somos ouvidos quando estamos no alto, no chão, o som some, o grito é interno e nada mais.

A sexta fase é perceber que não conseguimos gritar, porque o ar do pulmão fica bloqueado, o ar no texto bíblico original é pneuma, representa a ausência do Espírito Santo, que foi deixado por nós, quando inspiramos outros ares, muitas vezes da arrogância, da soberba ou da vaidade, da vida que nos inflam, mas que se vão tão facilmente. Somente o Espírito Santo é o nosso Ajudador, mas na queda, e somente nela é que descobrimos que devemos orar como Davi: "Não retires de mim o Teu Espírito.."

A sétima fase é buscar levantar para procurar ajuda... Ver o que estragou e identificar a nossa impotência diante do qual frágil somos, mas por vezes arrogantes. 

No meu caso a minha filha queria me levar para o Hospital, mas... Ora bolas, quem sou eu para precisar de ajuda! Foi só questão de tempo, horas depois vi como meu braço estava paralisando, as dores aumentando e minha esposa, que estava ausente, já sem nenhuma resistência de minha parte, me levou para o médico ver o estrago... 

Por último, quando se cai da escada, se quebra a costela, há um significado importante que tiro daí. Adão disse com respeito à Eva, no projeto de Deus para a família: "Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada." O que eu quero dizer que a nossa costela quebrada representa a esposa, e por extensão os nossos filhos, ninguém cai absolutamente sozinho, sempre leva alguém a sofrer junto, no meu caso, foi minha costela que sofreu comigo, ficou fraturada, meu braço ficou machucado, enfim a família, querendo ou não sofre com as nossas quedas e falências. 

Por isso, entenda as fases da queda,  veja como funciona e aprenda como evitá-la, lembre-se e desvie delas a todo tempo, é mais fácil cair do que se imagina, eu nunca me imaginei caindo de uma escada, me achava um exímio trocador de lâmpadas! Talvez você nunca se veja caindo num pecado... Mas é muito mais  fácil do que imagina e os estragos são enormes, mas se caiu, procure ajuda, ainda que não consiga falar sussurre, clame e alguém te ouvirá, e, sobretudo o próprio Deus, mas tenha muito cuidado, o brilho das luzes encantam, e a busca do topo cega os nossos olhos quanto as possibilidades de um grande tombo. Se cair, faça da sua queda um meio para aprendizado, pois a Bíblia diz que a tribulação produz peso de glória, faça dela uma oportunidade de aprendizado: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória." II Co 4:17.
Pense nisso, e cuidado com as escadas da vida, são perigosas...


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Minha conversão e a importância do trabalho infantil

MINHA CONVERSÃO E 
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
 INFANTIL NA IGREJA!
Pastor Neucir Valentim



Lembro-me como se fosse hoje: Aos seis anos, andava pelos cantos de minha casa triste e chorando escondido, sem motivos aparentes para isso. Sentia vontade de expor aquela tristeza interna que marcava a minha alma, e por isso chorava muito. 
Sempre fui muito amado pela minha família, e nunca tive motivos aparentes para aquela compulsão para o choro que me vinha regularmente.  
Lembro-me que um dia, ainda  com aquela angústia na alma, fui para rua brincar, como todo garoto de minha  idade. De repente, olhei para o céu. 
Vi algo que parecia uma mão acenando para mim, chamando-me para si. Nunca havia tido tal experiência, nunca havia freqüentado a nenhum grupo religioso cuja idéia de "visões" era comum. Para mim aquilo era estranho, inusitado, mas gostoso. Incontinente, procurei minha mãe, e lhe mostrei o que estava vendo. Ela olhou para o céu e nada viu. 
A visão da mão no céu me era exclusiva. Mas, mesmo desconhecendo o fenômeno, ou o que pudera ser, deu-me ela uma grande orientação: - Meu filho, se você está vendo alguma coisa, vá para casa, dobre o seu joelho no chão e peça a Deus que Ele há de esclarecer. 
Sem mais delongas, sozinho, ajoelhei-me aos pés da cama de minha mãe, e fiz uma pequena oração, de alguém que  nem ao menos sabia orar: Em palavras pobremente  colocadas, mas numa oração sincera, pedi a Deus um esclarecimento daquilo que via. Quando então o meu coração ouviu e entendeu de forma clara o significado daquele episódio: Segurança, dizia ao meu coração - Salvação! Era isso o que eu ouvira, Era isso o que me  estava prometendo aquela mão  e o meu coração entendera bem. Pouco tempo depois, mudei-me para Niterói. 
Aquela experiência nunca mais fora esquecida, havia marcado a minha pequena existência. Certo dia, andando numa rua próxima a minha casa, ouvi uns cânticos de uma igreja evangélica na rua Visconde do Uruguai, elas me atraíram como os insetos são levados à luz. As músicas procediam de um culto infantil, com bandinha e tudo mais. Entrei meio perdido e desajeitado e fiquei para ver o que era. Ao final do culto, o pregador fez o seguinte apelo: Quem quer ter SEGURANÇA e SALVAÇÃO, somente poderá encontrá-las em Jesus! Nada mais claro em minha vida. Ele estava falando comigo sobre o que me acontecera algum tempo atrás. Para completar, o hino cantado logo após o apelo foi: "Quando Jesus estendeu A SUA MÃO, quando Ele ESTENDEU A SUA MÃO PARA MIM, eu era pobre perdido, sem Deus sem Jesus, quando ELE ESTENDEU A SUA MÃO PARA MIM..." 
Naquela hora me rendi a Cristo, indo a frente,  atendendo ao apelo do pregador e reconhecendo-me como pecador, e aquela tristeza que invadia meu  coração durante minha pequena existência fora embora instantaneamente, e nunca mais  senti aquela agonia de alma que me levava a chorar, sem saber os motivos, mas que certamente eram de alguém que precisava e queria conhecer a Cristo, ainda criança.
Convém lembrar que naquele dia ninguém anotou o meu nome ou me deu atenção, afinal, eu era apenas uma criança... mas Jesus havia anotado o meu nome no Seu Livro da Vida.
Querido irmão, essa experiência não é só minha. Segundo o "Hand Book on Children's Evangelism" de Lionel Hunt, publicado pela Moody Press, os números abaixo, revelam, de maneira inequívoca, que a melhor idade para a evangelização e a conversão de uma pessoa está na infância. Observe como os coraçõezinhos estão abertos para Cristo em tenra idade:

Antes dos 5 anos - 1%
De 5 a 15 anos - 85%
De 15 aos 30 anos -10%
Após os 30 anos - 4%

Perceba como é grande o índice de conversão nas idades de 5 a 15 anos! Segundo as estatísticas, essas conversões são genuínas e duradouras, e parte dos que se decidem por Cristo nessa idade, tornam-se crentes sinceros até o final de suas vidas.
D. L. Moody disse: "Eu creio que, se as crianças tem idade suficiente para vir à Escola Dominical, elas têm idade suficiente para vir ao Calvário. Vamos abrir nossas mentes e que Deus nos ajude a ganhar as crianças para Cristo." Observe que Moody não está apenas dizendo que as crianças devem vir à Escola Dominical, mas sobretudo, serem levadas ao Calvário. A Escola Dominical não deve ser um fim em si mesma, mas o instrumento de Deus para levá-las a cruz, caso contrário, será apenas mais um ativismo, cujo fim se perde em si. 
C.H. Spurgeon, o príncipe dos pregadores afirmou: "Geralmente tenho encontrado um conhecimento mais claro do Evangelho e um amor fervoroso na criança convertida a Cristo do que no adulto convertido. Elas não precisam abandonar a incredulidade e as noções erradas que impedem tantos de aceitar o Evangelho" e ainda acrescentou: "Uma criança de cinco anos, devidamente instruída, pode verdadeiramente crer e ser regenerada tanto quanto um adulto."

 Como seres espirituais, existe nas crianças uma profunda sede de Deus, que certamente este mundo não pode saciar. Quando o salmista diz que a alma tem sede de Deus (Sl 42: 1 e 5), está incluso todo ser humano, entre eles as nossas crianças. Que desesperadamente carecem de Deus, como todo pecador, sendo no entanto, segundo as estatísticas, mais prontas a ir às águas cristalinas da fé.
Que Deus abençoe a nossa igreja dando-nos a firmeza do ministério infantil. Que pensemos mais em nossas crianças, que elas possam ser levadas ao Calvário, numa experiência de profunda regeneração.
Lembro-me dessa canção como se fosse hoje! Veja  no vídeo o Hino na voz de Luiz de Carvalho:

sábado, 27 de setembro de 2008

Impunidade de Hitler aos que adulteram remédio

IMPUNIDADE
DE HITLER AOS QUE ADULTERAM REMÉDIO
PARA GANHAR DINHEIRO
E MUITO MAIS...

Pastor Neucir Valentim

"E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. Ap 21:12"

Talvez, nenhum versículo bíblico infunde mais temor do que este, onde, revela-nos de forma clara que todos comparecerão diante do trono de Deus. No entanto, de igual forma, como nenhum outro, traduz-se numa profunda esperança, para os filhos de Deus, num mundo de impunidades. Segundo fica claro, ninguém, absolutamente, fugirá do Grande Trono da Majestade.

Foi possivelmente, esta a visão que o compositor bíblico Asafe teve, quando escreveu o Salmo 73. Neste Salmo, o autor bíblico quase entrou em perturbação mental, quando, analisando a vida, percebeu que os ímpios, os perversos, os prevaricadores, os odiosos, sempre se dão bem na vida.

Dentro de seu raciocínio humano, olhando a impunidade dos maus e a desdita dos justos debaixo do sol, tudo parecia funcionar as avessas, e que o mal é bem aquinhoado e o justo na maioria das vezes é prejudicado: "Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque eles não sofrem dores; são viçosos, e robusto é o seu corpo. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens. Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido." (Sl 73:3-5).

Depois de analisar a vida humana, Asafe tem uma profunda crise existencial, na dificuldade de assimilar tal contraste: "Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim" (Sl 73:16). E assim, os seus pés quase escorregaram, pois passou a julgar que não valia a pena ser justo, pois ao final da história, o arrogante, o soberbo, o usurpador, acabava sempre, levando a vantagem na vida.

Talvez você esteja sofrendo a síndrome de Asafe, em achar que não vale a pena ser justo, que o perverso é que se dá bem, que o ímpio cresce e não há quem o detenha, principalmente, se você foi vítima de um tirano, de um arrogante ou de um soberbo, dos quais, encontramos muitos exemplares vivos em nosso dia a dia.

Tranqüilize-se! Faça como fez o autor sagrado: Vá ao templo de Deus, e contemple pela fé o fim deles!

Olha o que descreve Asafe quando olhou com olhos espirituais: "até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles. Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína. Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de terrores. (Sl 78:17 a 19)

O que esse homem de Deus viu, foi que um dia a impunidade terá fim, que os maus serão chamados a juízo, que a causa do justo será cobrada do injusto, e que existe alguém que se assenta no trono, e que nada fica impune ao seu olhar perscrutador!

Não importa se for gente grande ou pequena, se é um grande salafrário, tirano, ou pequeno perturbador existencial.

Todos, grandes ou pequenos, importantes ou não, comparecerão diante de Deus. Certamente neste dia se apresentarão grandes personagens da história como Adolfo Hitler, Stalin, Nero, os grandes faraós, Calígula, Himmler (o chefe da terrível SS nazista), Napoleão, Mussoline e muitos outros, grandes nomes; mas estarão lá também o Zé da esquina que não lhe deixa em paz, o diretor tirano de sua empresa, o patrão que esfola o direito do seu empregado, o professor carrasco, que faz de sua sala de aula um nicho para massacrar seus alunos, o marido que humilha a esposa, dentro de quatro paredes, o pai que infringe castigo aos filhos por prazer mórbido.

Estará lá o seu Carlos da farmácia, que vende remédio falsificado contra o câncer, para ganhar dinheiro a custa da dor e da tragédia alheia, os construtores que burlam a lei, e expõe a risco vidas humanas. Estarão os políticos corruptos, os assassinos de nosso povo, os grandes traficantes e os seus "bagrinhos". Todos diante do tribunal, sem exceção! Porque aquele que se assenta do trono, é o Soberano Juiz. E ninguém pode fugir de sua presença. Aleluia!

Que esta lembrança o ajude a ver que não há mal que dure para sempre, e que um dia, todos, inapelavelmente, serão chamados a responder pelos seus atos. Que isso nos infunda temor, mas também, a certeza de que vale a pena servi-lo com amor, e não se deixar abater pelas ações do perverso. Lembre-se: Há um Deus no céu que tem um título muito precioso: JEOVÁ DÃ, que significa que Jeová é o nosso juiz, o que julga o mundo, e sobretudo, as nossas causas. Pense nisso!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O velho armário da igreja

O VELHO ARMÁRIO DA IGREJA
Pastor Neucir Valentim

"...a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um." I Co 3:13

Dia após dia, lá estava ele no corredor do edifício de Educação Religiosa da Igreja. Tratava-se se um armário velho, de madeira, que possivelmente, já dera tudo de si, durante boas décadas. Agora com o tempo, carcomido pelas traças já não prestava para nada, senão para ser queimado.

A sua aparência exterior não revelava o seu estado verdadeiro. Antes, quem o olhasse rapidamente, acharia nele um armário útil e lustroso, todavia, sem uso, sem serventia, apenas ocupando um espaço para a passagem de um transeunte ou mesmo para um móvel melhor.

Não tive dúvidas quando constatei a sua inutilidade. Levei-o para o pátio da igreja e ateei fogo. Não demorou muito para que as traças, suas moradoras antigas, começassem a sair rapidamente, certamente reclamando da expulsão repentina de tão amplo alojamento. O fogo também foi rápido. Como não havia muita consistência naquele armário oco, alquebrado pela antigüidade, logo se extinguiu e não resistiu por muito tempo as chamas que deram sobre ele. Em poucos minutos, um armário, talvez, de várias décadas, foi reduzido à cinzas, sem nenhuma parcimônia.

Posso tirar algumas lições importantes desse episódio corriqueiro. Em primeiro lugar, Deus nos vê como utensílios também, em sua casa. Em II Timóteo 2:20 o apóstolo relaciona os crentes como utensílios que servem à casa do Senhor, o exemplo no texto é o vaso, que ornamenta e guarda objetos ou muitas vezes torna-se símbolo de vexação e tropeço: "Ora, numa grande casa, não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro; e uns, na verdade, para uso honroso, outros, porém, para uso desonroso". Isto posto, entendemos que, por vezes, nos tornamos um armário na casa de Deus, que à semelhança desse que por mim foi queimado, devido a sua inutilidade, será também queimado pelo Senhor da seara, uma vez que não há mais utilidade na casa de Deus!

É isso aliás o que fala João Batista no tocante ao resultado do que produzimos na vida cristã: "Também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo." Eis aí uma analogia perfeita com o nosso armário. Toda árvore, isto é madeira, e pode ser a de um antigo armário, se não produzir bom fruto deve ser queimada mesmo! Sem dó nem piedade.
É por isso que o apóstolo Paulo nos exorta quanto a um constante exame de consciência, pois à semelhança do armário da igreja, as nossas obras se manifestarão, no fogo, onde, diante do Senhor, provaremos a nossa utilidade ou inutilidade no Reino de Deus!

Aquele armário parecia ser útil à vista, e durante bastante tempo guardou muita coisa boa, foi objeto de valor na igreja, mas chegou o dia em que não produziu mais nada digno de apreciação! Ficou oco e vazio e transformou-se em morada de traças. Muitas vezes, somos semelhantes a ele. Durante bons dias, já guardamos coisas boas, e por longo tempo, fomos vasos de honra, mas com o passar dos anos, começamos a guardar coisas antigas, sem utilidades para o presente, nutrimo-nos de um passado sem vida, que produziu em nós apenas um alojamento de traças, que não só destruíram a nossa espiritualidade, como colocaram em risco a utilidade de muitas coisas importantes no reino de Deus.

Mesmo assim, nos sentimos intocáveis, apenas ocupando lugar, atrapalhando o caminho dos que querem passar para uma caminhada mais espiritual. Nos tornamos como aquele armário inútil do edifício, que bonitinho por fora, carregando apenas uma fachada de espiritualidade, mas que na verdade, estava cheio de traças, coisas ruins, impiedade, sequidão e pecado!

Não se engane, assim como o armário de nossa história foi reduzido à cinzas em poucos minutos, assim também pode acontecer conosco, se não tivermos uma consistência espiritual verdadeira, seremos provados pelo fogo, e Aquele que a tudo examina, conhece de fato o nosso interior, pois os seus olhos são como chamas de fogo, a tudo prova e a todos examina e perscruta!

O nosso armário, para alguns, talvez, fosse importante demais, pela sua história na igreja, pelo seu passado de utilidades e pelo seu aparente proveito mas, quando foi provado pelo fogo, ficou evidenciado, que até a sua própria estrutura estava atingida pela ação do desuso e das traças. O fogo provou a sua inutilidade! E você meu querido irmão, pode ser provado pelo fogo também?

Você está sendo útil no reino de Deus, ou está apenas ocupando espaço? Você se sente intocável e guardião das antiguidades históricas ou está apenas sendo um depósito de traças? Cuidado para não se tornar um velho armário de igreja e acabar indo para o fogo do exame divino!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A síndrome do sabe-tudo

A SÍNDROME DO SABE-TUDO
Pastor Neucir Valentim
“ Ora, ao sair para se pôr a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? ninguém é bom, senão um que é Deus.” Mc 10:17.


A síndrome do sabe-tudo, é o comportamento que caracteriza aquele tipo de gente que sempre acha que sabe todas as coisas. Dá palpite em tudo, e sempre se acha o portador e porta-voz da verdade.

A sua palavra, numa discussão, sempre deve ser a última. E mais, está sempre atualizado nas últimas novidades, ainda que falando de coisas que desconhece. Os portadores desta síndrome sempre acham que os outros não sabem nada, são uns ignorantes à margem do processo do conhecimento, seja no conhecimento científico, político, filosófico, histórico ou até no bíblico.

Não possuem algo, popularmente conhecido como desconfiômetro, isto é, a capacidade de desconfiar que o seu ufanismo desagrada e o torna, por vezes, intolerável. Em última análise, os portadores desta síndrome gostam de sentir-se os bons mestres dos ignorantes.

Jesus nos dá uma linda lição no texto de Marcos 10:17. Um moço rico, possivelmente inteligente e culto, chama-o de Bom Mestre (o que faria vibrar qualquer portador da síndrome do sabe-tudo), ao que Jesus responde de imediato: Só há um que é bom - Deus. Jesus não usou de falsa modéstia, muito pelo contrário, foi honesto em sua resposta. Ele sabia que, mesmo sendo Deus, estava encarnado, por conseguinte, sujeito às limitações naturais da mente humana. Aliás, é um grave erro teológico entender que Jesus, enquanto homem, estava pleno de toda potencialidade divina. Paulo afirma-nos que Jesus humilhou-se a si mesmo, tomando forma humana (Fl 2:5 a 8), isto é, se esvaziou voluntariamente dos atributos incomunicáveis da divindade e ficou sujeito aos limites humanos.

Por isso o Senhor tem fome, sede, não é onipresente, pois tem que caminhar de um lugar para outro, não sabe todas as coisas, (Mt 24:36). Sim, na sua limitação humana, Jesus estava despojado das prerrogativas divinas. Em momento algum deixou de ser Deus; não obstante, ficou limitado à natureza do homem, e feito um pouco menor do que os anjos conforme Hb 2:9. E qualquer ensinamento que não traduza a encarnação em humilhação, em perda, em esvaziamento, está distante do entendimento do fenômeno genuíno que aconteceu ao filho de Deus. Por isso Jesus recusou ser chamado de Bom Mestre, para nos ensinar a lição da humildade, contra a jactância daqueles que desejam ser chamados de mestres.

O Senhor Jesus não deu espaço a esta síndrome. Não quis ser o sabe tudo da história ou o detentor da sabedoria efêmera.
Rejeitou ser chamado de bom mestre! Preste atenção em algumas regras de boa convivência e perceba como você pode imitar ao Senhor.
1) Nunca ache que você sabe tudo e que os outros nada sabem.
2) Reconheça que você não é conhecedor de tudo na vida.
3) Seja honesto e corajoso para dizer: - Conheço muito pouco sobre este assunto.
4) Quando for necessário diga : - Você está com a razão.
5) Se der alguma informação errada, corrija-se, dizendo humildemente que errou.
6) Nunca se esqueça de dizer: Muito obrigado por me ensinar algo que eu não sabia.
7) Saiba que sempre existe alguém que tem algo a ensinar-lhe .
8) Reconheça as suas limitações.
9) Ouça mais o que os outros têm a dizer e se preocupe em falar menos.
10) Seja humilde! Fazendo assim você será muito mais admirado, pois está crescendo na estatura espiritual de Cristo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Hora para ficar calado

HORA PARA FICAR CALADO!

Pastor Neucir Valentim
“Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” Lm 3:26

Que refrigério este versículo do Livro de Lamentações. O profeta está desolado, está sentindo-se abandonado, o inimigo havia prevalecido, o seu povo havia sido destruído, levado para o cativeiro... era desgraça sobre desgraça... ele chora, geme, e não sabe o que dizer, como se defender, como argüir, como fugir desse cenário nebuloso... Fora vítima de mentiras e calúnias, e agora, os seus próprios detratores, a quem amava. Estavam mortos os escravizados pelo poder da Babilônia? O que fazer?

Em primeiro lugar, no meio da desesperança, ele rega a fé na esperança... “bom é ter esperança”. Sim, pode demorar um pouquinho, mas ela vem. Pode parecer que o céu se fechou, que não há respostas, que o errado prevalece. “PODE”, mas não “ SERÁ” pois a semente da esperança produz uma grande árvore de refrigério, quando canalizada no Senhor. Paulo diz em Romanos 5: 5“e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Quem tem esperança tem o Espírito de Deus ao seu lado.

Em segundo lugar ele trabalha em silêncio, sim fica calado. Não adianta falar, defender sua causa, tentar entrar no mesmo nível dos seus adversários que esbravejavam como trovão sobre ele. A prática do silêncio fala mais alto, pois Deus não ouve o barulho, mas sim a silente alma quieta, que com o coração puro crê na Sua justiça. Ora, como é tremendo ficar quieto diante do errado, diante do que tem um aparente poder, o silêncio nesse caso, é uma arma poderosíssima, pois denota a confiança no Altíssimo, e não em nós! O que podemos fazer? Como fazer? O que falar? A quem convencer? O melhor é deixar Deus falar, e quando Ele fala, a terra treme! Sl 50:3 “O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu redor.” È melhor Deus falar do que nós falarmos... lembro de um cântico da Harpa Cristã: Fala Deus! Fala Deus!

E Por último, ele tem plena certeza de fé de que o seu problema, a sua queixa, a sua dor será atendida pelo todo poderoso, pois diz que aguarda a salvação do Senhor. Sim, ele não confia em homens, em métodos, em estratégias humanas, ele acredita na ação do Todo-Poderoso, por isso a salvação virá, com certeza. Ele não tarda e não dorme o guarda de Israel... Lembre-se querido, o segredo da vitória de Jeremias em meio ao caos foi: Regar a esperança, ficar em silêncio diante dos homens, e por último, aguardar a salvação do Senhor. Vamos aprender com ele? No final a vitória não será de quem fala mais, mas de quem se entrega ao Jeová Dan, isto é, o Deus que é o nosso Juiz. Descanse nele.


quarta-feira, 2 de julho de 2008

Entendes o que lês?



ENTENDES O QUE LÊS?


"Concórdia Parvae Res Crescunt, Discódia Máximae Dilabumtur"
Pastor Neucir Valentim
O pensamento acima, escrito em latim, data aproximadamente do segundo século da era cristã.

E, apesar de ser antigo, é bastante atual em seu significado, que traduzido é: "Pela concórdia as pequenas coisas crescem, pela discórdia as maiores desabam.

Ele encena uma verdade comumente observável nas relações humanas, que vai desde a primeira relação que estabelecemos na infância, que é a familiar, entre pais, mães e irmãos, depois a vida conjugal, para muitos, e atinge todas as relações sociais da vida: escola, trabalho, vizinhança, igreja, clube, etc.

O resultado deste pensamento poderia ser resumido assim:
Quando temos uma boa disposição prévia, com esta ou aquela pessoa, a chance de caminharmos bem é muito maior, pois a toleramos mais ou dilatamos bem a nossa compreensão para entender o que ela "quer dizer", "quer fazer" ou, buscamos-lhe, sempre conferir um crédito antecipado. Por isso, nesse espírito concorde, grandes problemas, pontos de vistas diferentes ou até posições contraditórias se tornam toleráveis, e, em alguns casos, até aceitas, pois pela busca da concórdia, damos mais valor as boas intenções, ao sentimento de carinho e afeto que crescem em nosso coração em relação ao outro, a despeito de um pensamento diferente, ou até de uma palavra mal colocada, pois a rigor estamos com um espírito concorde, que sempre julga com boa intenção o objeto de nossa apreciação, mesmo que para isso se tenha que fazer algumas concessões.
Aliás, quem vive uma vida conjugal, sabe como isso é importante para um casamento feliz.
De modo antagônico reagimos sob a discórdia, pois ela promove um desastre em qualquer ambiente.

Quando se tem um ambiente assim, a situação está fadada ao atrito, ao mau juízo, a má compreensão, porque, em última análise, ela está residente, antecipadamente no coração e, assim promoverá um espírito pronto a reagir de forma negativa a qualquer ação em relação ao outro, uma vez que está predisposto a discordar, quer a atitude do outro seja certa ou errada, seja boa ou ruim, a intenção do outro, no caso do discordante, sempre será a pior e promoverá um ambiente propício aos maiores desabamentos. Neste caso, grandes sentimentos se desintegrarão como pó, boas intenções serão destruídas pelo descrédito, e gestos simples, e às vezes singelos, serão entendidos como agressões gratuitas, quer seja em casa, na Igreja, com o colega de trabalho, com o vizinho, e etc.

Portanto há dois caminhos a seguir, sobretudo, quando vivemos em comunidade, e isso implica diretamente em vida eclesiástica.

O primeiro é o da concórdia, onde, num espírito amável, podemos subtrair tudo o que de bom há, prontos a olhar a atitude do outro com bons olhos. E assim, certamente, perceberemos que ao plantar confiança, colheremos o seu fruto, descobriremos que existem muitos amigos e irmãos que se empenham em estabelecer uma amizade sadia, com um espírito aberto e saudável, e esse pomar florescerá rapidamente.

O segundo caminho é o da discórdia, que examina tudo com um pré-julgamento arbitrário e maldoso, onde vê escondido em cada canto, em cada sombra, em cada palavra ou gesto, um inimigo ou um opositor, e assim, corre-se o risco de transformar o companheiro, o amigo, o irmão, o "outro", num inimigo em potencial.

Jesus também abordou essa forma dupla de se ver a vida, quando disse: "A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!” Mateus 6: 22 e 23.


Portanto, como está o seu coração para com aqueles que se relacionam com você: Cheio de CONCÓRDIA ou de DISCÓRDIA? Seus olhos estão sendo BONS ou MAUS? Saiba que só a partir de sua resposta sincera você poderá descobrir se está fazendo pequenas coisas crescerem ou grandes coisas desabarem. Pense nisso!

sexta-feira, 27 de junho de 2008


ENTREVISTA COM DONA FOFOCA

PASTOR NEUCIR VALENTIM

O nosso BLOG conseguiu uma entrevista exclusiva com Dona Fofoca. Uma velha Senhora bastante popular, conhecida de todos.

BLOG - Qual a idade da Senhora?
Fofoca - Não direi a minha idade por questão de privacidade, mas sou do tempo de Adão e Eva. Aliás, cheguei a estar com eles no Éden. Meu pai, o Pai da Mentira me colocou ali com um propósito.
BLOG - Que propósito foi esse?
Fofoca - Fazer intriga entre o primeiro casal e o Criador. E fui bem sucedida visto que eles me deram ouvido quando lhes disse que Deus não queria concorrência.
BLOG - Porque a Senhora fala assim tão baixinho?
Fofoca - Faz parte de minha natureza. Sempre falo assim e as vezes sussurro apenas ao ouvido...
BLOG - A Senhora tem uma família grande e popular. Fale-nos de seus parentes.
Fofoca: O meu pai é famoso, é o Pai da Mentira, e a mentira é minha irmã mais velha. Tenho um irmão chamado Mexerico e três outras chamadas Injúria, Calúnia e Difamação. Somos uma família unida.
BLOG - Qual a sua atividade preferida?
Fofoca - Semear contenda, principalmente entre irmãos.
BLOG - Mas a Senhora não tem medo de atentar assim contra a fé das pessoas?
Fofoca - Para dizer a verdade, sou até muito religiosa. Gosto muito de estar nas igrejas. As vezes até procuro ajudar as suas lideranças para informá-las sobre o que as pessoas estão fazendo de errado e as críticas que lhes fazem. Acho que ajudo muito. Também exorto à prática da oração.
BLOG - Como a Senhora faz isso?
Fofoca - Quando um irmão me revela um segredo, comete um delito ou evidencia uma fraqueza (Pv 11:13) eu conto a todo mundo a fim de que todos tomem conhecimento e assim possam orar por ele.
BLOG - A Senhora pratica esporte?
Fofoca - Sim, o JOGOMÃO.
BLOG - Que jogo é esse?
Fofoca - é o jogo de jogar irmão contra irmão. É um excelente passatempo.
BLOG - Quais são as regras desse jogo?
Fofoca - É simples. Basta insinuar para alguém que outra pessoa falou mal dele e fez-lhe algumas críticas. Logo ele se enfurecerá e passará a falar mal do outro. Assim, o que ele falar é levado de volta, desta forma o jogo prossegue. Uma regra importante neste jogo é manter-se no anonimato. O bom deste jogo é que geralmente tem uma grande torcida.
BLOG - A Senhora tem algum inimigo?
Fofoca - Sim. Dona Verdade. Ela tem muita força contra mim, e também não me tolera...
BLOG - A Senhora parece muito vaidosa ao responder as nossas perguntas, por quê?
Fofoca - Porque eu sou muito poderosa. Eu consigo destruir quase tudo: A honra, a família, a igreja, a amizade e até a fé de alguns. (Pv 16:28, 18:8 e Pv 26:20,22).
BLOG - A Senhora teme alguma coisa?
Fofoca - Sim, eu temo a Palavra de Deus.
BLOG - Por quê?
Fofoca - Em primeiro lugar ela é a irmã gêmea da Verdade, que me odeia. Há também na Palavra de Deus coisas que me amedrontam como: “não há nada oculto que não haja de ser revelado” Mt 10 26. Há também nela uma advertência dizendo que Deus me abomina, bem como aos que gostam de mim (Pv 6:16 e 17).
BLOG - Qual o versículo da Bíblia que a senhora mais gosta? Fofoca - Aquele que diz “A morte e a vida estão no poder da língua “ (Pv 18:21) porque fala do meu poder.
BLOG - E o que a Senhora menos gosta?
Fofoca - É aquele que se encontra em Tiago 4:11: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros”, porque se as pessoas atenderem a sua orientação eu não consigo exercer meu "santo" papel.


NÃO TE ASSUSTES COM AS ONDASDO MAR!
Paráfrases da Bíblia – Pastor Neucir Valentim
“E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é
este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? Mt 8:27

Não temas! tenho visto o teu sofrimento e a tua aflição, sei onde estás e o que vives. Conheço a tua luta. Sofres, porque te sentes em terra árida, como o meu povo que estava no Egito, num ambiente estranho, vivendo angústias sendo fustigado todo dia e sofrendo na mão do exator (Ex 3:7).
Não te espantes, pois tenho ouvido o teu clamor e conheço a tua angústia; Assim como, com mão forte libertei o meupovo do cativeiro de Faraó, estarei com braço forte, estendendo a minha mão para te livrar. Saibas, não há poço tão profundo, que minha mão não possa penetrar, não há abismo tão profundo que eu não possa alcançar (Gn 49:25).
Agora precisas crer e descansar no meu poder, e só assim verás o que hei de fazer a teu favor, pois por uma poderosa mão te abençoarei, sim, por minha própria mão verás o inimigo ser destruído à tua frente (Ex 6:1). Agora, deixes de lamentar, de prantear e de chorar com as pessoas com as quais não tem parte comigo, pois tenho visto o teu clamor e tenho colhido as tuas lágrimas. Por isso, pergunto-te como fiz com Moisés meu servo: “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.
Sim, o que desejo ver em ti é a ousadia para marchar, sem olhar para trás, sem se espantar com o deserto, ou mesmo com o tamanho das montanhas à tua frente. Vede o mar! Ele te parece assustador? Como é grandioso e desafiador, talvez tão assustador como a grande dificuldade que está diante de ti! E você pensa que não pode suportá-lo ou mesmo vencê-lo!
Mas, lembre-se: Eu uso os mares, não recordas que fui Eu que os criei? Eu sou o Senhor que abre o mar e faço os meus filhos andarem no meio dele, a pé enxutos (Ex 14:29).
Sou Eu quem acalma o mar, por mais impetuoso que esteja e por mais encapeladas que sejam as suas ondas (Mc 4:39), pois elas atendem ao meu mandar, por isso, dize, a tua alma: - Sossegai! Descansa em mim, como a criança desmamada descansa ao seio de sua mãe (Sl 131:2). E assim, como a mãe cuida de seu filho, Eu cuido de ti. Peço de ti, neste momento uma coisa muito importante: “Tão somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente de todo o vosso coração; pois vede quão grandiosas coisas vos fez.” I Sm 12:24. Temas o Meu nome, pois este é o princípio da sabedoria.
Tu precisas aprender a ser sábio, no agir e no falar na hora certa. Não sejas precipitado. Aguarde o momento certo e Eu encherei a tua boca com as palavras que deves falar (Ex 4:12).
Sirva-me, pois, de todo coração, de toda tua força e de todo entendimento (Mt 22:37), e mais ainda, cante louvores, alegra a tua alma e regozije-se em mim, e serás grandemente abençoado. Eu sou um Deus de louvores, e habito no meio dos louvores do meu povo (Ex 15:11).
Fazendo assim, verás certamente coisas grandiosas acontecerem em sua vida, e com certeza, estarei definitivamente enxugando as lágrimas dos teus olhos, pois assim fiz com Davi, meu servo, pelo que ele disse: “Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar.” Sl 116:8.
Creias e descanses no Teu Senhor e os teus pés nunca tropeçarão.

quinta-feira, 19 de junho de 2008


CUIDADO COM O PÃO!
Pastor Neucir Valentim


"Então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor. Assim Josué fez paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento." Josué 9:14 e 15

O povo de Israel estava vencendo as nações residentes em Canaã ao apropriar-se da terra, uma a uma, porque o Senhor os havia orientado a possuí-la e expulsar todos os seus moradores. O rigor que Deus exigia era tão grande, que quando a nação tomasse uma cidade deveria por fogo nela, para que os seus habitantes não voltassem (Js 8:7,8). Em outras palavras Deus não queria aliança do seu povo com as nações pagãs. Não queria nenhum tipo de mistura ou de cumplicidade. Queria um povo separado numa comunhão exclusiva com Ele.

Nesse contexto, surge um estratagema dos gibeonitas, povo residente em Canaã, que sabendo da ordem que Deus havia dado "buscou confundi-los e ganhar-lhes a alma e o coração", a fim de estabelecerem uma unidade com os filhos de Israel: "Vestiram-se de mendigos, fingiram vir de uma nação longínqua, trazendo pão bolorento e simulando uma história melodramática." (Js 9:11 a 12). "Tendo nos seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento."

Com pena dos amigos recém chegados "de longe", a nação abre a alma e escancara o coração para os vizinhos simuladores, caindo no "conto do vigário", e, desobedecendo a orientação do Senhor, faz uma aliança com o estranho à sua comunidade! E tomam tal atitude sem consultar Deus, apenas ao seu próprio coração, que facilmente enganado, tornara-se presa fatal dos que tratam, com sutileza, os sentimentos alheios.

Ao descobrir o plano maquiavélico dos gibeonitas, Josué fica furioso, mas com uma irritação tardia, pois o contrato já havia sido feito, o pacto selado e a aliança estabelecida. Agora restava tão somente a Israel, administrar a aliança mal feita, sem a orientação divina (Js 9:22 e 23).

A partir daquele dia, segundo o texto bíblico de Josué 9:27, os gibeonitas viveriam na mesma casa, sobre o mesmo teto, comendo e bebendo as mesmas coisas com os israelitas, pois fora feito um casamento, sem a bênção do Senhor; melhor, sem o Seu consentimento!

É baseado neste mesmo princípio que o Novo Testamento orienta-nos contra as ligações perigosas: " Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos?" (II Co 7:14 a 16a).

Para o autor sagrado, o jugo desigual, significava a união mais íntima, a sociedade mais comprometida e a comunhão cúmplice que adotamos com os que não pertencem a comunidade dos salvos. Era, na sua imagem, o comer o pão bolorento e o partilhar das vestes desgastadas dos que não pertencem a nossa gente, como ocorreu com os israelitas diante do engodo dos gibeonitas. Naquela ocasião, como hoje, o método do inimigo é o mesmo: Apelar para um coração aberto demais, que permite que sentimentos altruístas e amorosos falem mais alto que a Palavra do Senhor! É por isso que a Palavra nos exorta com os seguintes questionamentos: Que tipo de Sociedade há entre a justiça e a injustiças nos contratos consensuais pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a reunir esforços ou recursos para a consecução de um fim comum? Se a justiça aponta para um lado e as trevas para outro?

Que comunhão há da luz que as trevas posto que comunhão significa a participação em comum de crenças, interesses ou idéias? E que harmonia pode haver entre Cristo e Belial (os filhos do mundo)? Uma vez que a harmonia é a expressão absoluta da ordem, do acordo e da conformidade entre os que têm a Deus como pai e os que são filhos do malígno? A resposta a estas perguntas tem uma única resposta: Nenhuma! Isso mesmo, buscar sociedade, comunhão e harmonia com os que não pertencem a comunidade dos fieis é estabelecer ligações perigosas, das quais não se pode sair tão facilmente.

E esse tipo de consideração se aplica a muitas realidades: desde uma simples amizade que produz uma cúmplicidade perigosa e envolvente, ou uma sociedade mais íntima e por vezes ilegal, com determinado grupo social, até as relações amorosas, que podem prometer um futuro bonito, mas que lá na frente vão produzir pães bolorentos e vestes rotas debaixo de um mesmo teto, sob o pretexto de um coração sensível ao amor, que à rigor tornou-se frio para com o apelo da Palavra de Deus. Com certeza, para os que assim procedem, a possibilidade do vinho faltar ou as vestes envelhecerem mais rápido são muito maiores!

Pense nisso seriamente, meu irmão e consulte ao Senhor em todas as suas iniciativas e planejamentos, para não se arrepender quando for tarde demais, e ter que comer o pão bolorento para o resto de sua vida!

quinta-feira, 12 de junho de 2008


GABRIEL É CHAMADO PARA UMA MISSÃO ...
Pastor Neucir Valentim
Houve silêncio no céu. Do trono da Majestade ouviam-se vozes, relâmpagos e trovões.
Alguma coisa muito, muito especial estava acontecendo.

De repente um arcanjo tocou uma trombeta, cujo sonido ecoou por toda extensão celeste. Ouviu-se então uma convocação peculiar: Gabriel fora convocado a comparecer junto ao Trono, para uma nova missão, pois seria portador de uma grande mensagem, aliás, a maior mensagem de todos os tempos. Para tanto, o porta-voz de tamanha boa nova, deveria ser, também muito, especial e por que não Gabriel, aquele anjo cujo nome significava literalmente "o mensageiro?"

Sim, fora ele quem outrora, havia dado a boa notícia ao profeta Daniel sobre o final do cativeiro da nação de Judá na Babilônia, e havia predito a vinda do Messias (Dn 8 e 9). Nesta ocasião este anjo, contou com a ajuda do grande guerreiro celestial, o arcanjo Miguel, que, com suas tropas celestes, lutou contra o príncipe das potestades do ar, a fim de não impedir Gabriel, de transmitir a boa notícia ao profeta.(Dn 10:13).

Novos movimentos no céu. As tropas de guerra se alinharam de novo. Todos os arcanjos foram convocados. Todos os querubins, com suas espadas flamejantes, de igual forma, já colocavam-se, prontamente, armados, organizando os seus pelotões, em prontidão. Neste momento, todo o exército celestial já colocava-se em posição estratégica.

À frente de todos, estava o antigo comandante Miguel, o único ser angelical capaz de enfrentar o próprio Diabo e os seus exércitos, (Jd 1:9 e Ap 12:7), e colocá-los em debandada. Toda essa movimentação destinava-se a guardar o anjo Gabriel, que desceria à terra, com vistas a dar a sua mensagem em uma pequena aldeia em Nazaré. Do outro lado escuro, das regiões celestiais (Ef 6:12), ouvia-se, de igual forma, muitos movimentos. As hostes espirituais do mal sabiam que alguma coisa muito grande estava para acontecer, pois, desde a rebelião no céu, quando Lúcifer se rebelou, não havia por lá tanta movimentação. - O que estará acontecendo? Que mensagem tão importante é essa? A quem se destina? Porque tantos arcanjos e querubins para protegê-la? Miguel está à frente de novo? Será que já é o dia do Juízo final? Perguntavam-se, ansiosos, os seres espirituais caídos.

Tocou-se novamente uma trombeta. Agora, marcava o início da operação tão misteriosa, mas de igual modo tão esperada ( Cl 1:26 e Ef 3:9). Os arcanjos saíram à frente como batedores, Gabriel estava cercado por querubins, e estes por milhares de anjos. Só ele e Miguel conheciam o destinatário da mensagem, e apenas ele, Gabriel, o seu teor. Desta vez não houve resistência das hostes malignas, as forças titânicas do mal, sabiam que se houvesse qualquer tipo de reação, seriam prontamente estraçalhadas. Ficaram apenas em silêncio, aguardando o desenrolar dos fatos.

É aqui - Disse Miguel, quando chegaram sobre os céus da Galiléia, dirigindo-se para uma aldeia pobre, chamada Nazaré. Gabriel preparou-se para a missão, afinal, já vira a casa onde deveria deixar a mensagem tão importante. Faltava apenas encontrar quem a receberia... o seu alvo. Naquele momento parecia estar apreensivo (mesmo para anjos que não tem sentimentos humanos, era uma missão que demandava muita ansiedade).

Gabriel parou em frente a uma simples choupana em Nazaré. Com ele as miríades celestiais. Houve um grande silêncio, até que, sob a supervisão de Miguel, recebeu a orientação: - Pode entrar e dar a mensagem! - Dentro da casa, estava alguém muito especial, que neste momento cantava uma melodiosa canção ao Deus Eterno. Uma jovem camponesa, da linhagem de Davi, meiga e ainda virgem, noiva de um jovem chamado José, que como ela, era temente a Deus. Chegou o momento tão esperado, quando Gabriel tornou-se visível e pronunciou-se alegremente a mensagem que lhe fora confiada: (Lc 1:28 a 36)

"
Salve, agraciada; o Senhor é contigo. A jovem, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa. Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Então a jovem perguntou ao anjo Gabriel: Como se fará isso, uma vez que sou virgem? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; porque para Deus nada será impossível. Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela."

A mensagem fora dada, e Gabriel, com todo o exército celestial, estavam contentes pelo sucesso da missão. Na sua memória angelical, ainda estava o teor da notícia: Aquela jovem donzela, estaria agora levando a sua mensagem, de forma diferente; encarnada em seu ventre materno. Não seria apenas uma mensagem verbal, mas traduzida em carne e osso, pois a partir daquele momento, o Verbo Eterno se fez carne, e estava habitando entre os homens.

Foi então quando percebeu a sua importância. O próprio Filho de Deus estava ali, naquela humilde aldeia da Galiléia, para salvar o mundo dos homens e destruir de vez, as forças titânicas do mal.


sexta-feira, 9 de maio de 2008


E A IGREJA EVANGÉLICA? NOSSOS OLHOS FORAM ABERTOS?


Pastor Neucir valentim



Na verdade o que temos sentido falta nos crentes hoje em relação ao evangelho está de alguma forma ligado com o extrínseco, mas, sobretudo, com o intrínseco, isto é, de dentro, o primeiro amor. E isso, só conseguimos, numa busca pessoal.

Tenho assistido de perto a crise da Igreja Evangélica, e confesso que vou lutar até o fim para manter esse nome, não é um ou outro que dele desfrutou e de suas benesses, que usaram e abusaram e agora o descartam, que descartarei também.

O que ocorre é que o mundo mudou e nós também.

Fomos contagiados pela embriaguês que Jesus falava, que atingiria a muitos, antes do fim.

Fomos contagiados com o consumismo.Fomos contagiados pela pós-modernidade da relatividade. Outrora, o que os nossos líderes diziam era a lei, agora não, tudo é relativizado. IsSo é bom? Tem seus valores, mas suas perdas também.

O mundo democrático e ocidental é visto como o Grande Satã pelos Árabes que não questionam seus aiatolás. Talvez, quem sabe, que a guerra árabe passe mais pela rejeição da anarquia do Ocidente do que por qualquer outro motivo. Ele tem medo da nossa promiscuidade, e nós de suas bombas!

É bom ser inocente, e seguir normas, obedecer, achar que alguém acima reponde e sabe por nós? Não sei! Mas, quando isso acontecia descansávamos mais. Só que na relativização, assumimos a liberdade de tudo, até de decidir as regras, o certo e o errado, e isso gera um desgaste enorme, um fardo que é pesado.

Quando os líderes carregavam por nós, embora falando bobagens, ou sendo ingênuos, não víamos isso, só experimentávamos a situação paternal por trás... Mas “os nossos olhos foram abertos”, e agora somos como deuses, conhecedores do bem e do mal e temos que carregar o fardo desse conhecimento. Perdemos a noção da inocência. Coisa rica, preciosa, mas ela foi embora, e agora sempre temos um "senão".

Perdemos a noção de segurança... Naquele tempo, disse esses dias o Arnaldo Jabor, 90% dos moradores das favelas não sabiam da sua criminalidade e nem eram cúmplices com o crime, hoje, disse ele, isto é uma falácia. Tá tudo dominado...Verdade, quantas vezes fui à casa do irmão numa favela, e via como, apesar de pobre o ambiente, era de paz, havia muita briga sim, de marido e mulher, briga de mulher por causa de água, mas não havia a falta da pureza em relação ao crime. Esses nossos irmãos hoje, estariam comprometidos com o que sabem ou deixam de saber. Embora não sejam culpados!

Certo pastor, amigo meu, cuja igreja é numa favela, disse-me que é obrigado a seguir certos caprichos porque senão, morre! De fato tudo mudou.

A igreja deixou de ser o referencial para nós, digo a igreja física mesmo, lembre-se:"nossos olhos foram abertos”, logo a igreja é apenas um prédio sem nenhum valor ou apego místico... histórico, totemizado, isso tem um preço. Lembro-me quando adolescente, uma bolinha de papel minha caiu no púlpito da minha igreja, e fiquei apavorado, não podia deixá-lá lá e ao mesmo tempo não tinha coragem de subir pois o local era santo... mas “nossos olhos foram abertos”, e a igreja agora é apenas um lugar em construção, pois desmistificamos a mesma, agora somos os construtores. Isso é bom? Tudo tem o seu preço.

Hoje ninguém se ajoelha mais no Templo, como disse o Edson Coelho... "Entrei no Templo, dobrei os meus joelhos, para conversar como Senhor..." ninguém o faz por livre e espontânea vontade, só quando o pastor quase obriga.

Perdemos a sacrossanta visão do mesmo, a visão de Ana, que apenas balbuciava no Tabernáculo em Siló. “Nossos olhos foram abertos.” Perdemos a noção do místico, do sagrado, do misterioso, e não estamos muito preocupados com isso, “nossos olhos foram abertos” para outras coisas, para o mundo virtual, para a Internet, agora somos semideuses, achamos tudo num clicar de mouse. Somos aficionados pelas novidades, pelo mágico e misterioso, sem as quais, como Adão deve ter pensado, não podia viver sem elas... Foi o que o Diabo mostrou a Jesus, o mundo e sua glória, ele sempre faz isso, sabe como isso nos encanta também. “Ele tem aberto os nossos olhos”.

Temos tudo, somos preocupados demais em atender a indústria da tecnologia, dos celulares às máquinas mais modernas e não temos nem de perto um pouco da repulsa do unabomber, terrorista americano que preferiu explodiu um prédio por não se conformar com a evolução gigantesca da tecnologia avassaladora, antes que, segundo disse, fosse destruído por ela, não que o que fez estava certo. Vidas são vidas! Mas ele, louco, não soube administrar o novo século, não quis abrir os seu olhos, só usava máquina de escrever e olhe lá..

Cometeu uma loucura, mas a loucura maior ainda continua por aí, nos engolindo... A Bíblia chama isso de Aion, ou de Mundo, ou de Presente século...Ficamos encantados com a pós-modernidade, com suas facilidades, com o encanto de um mundo livre, mas com a pós-modernidade, veio também a pós-cristandade.

Ninguém, absolutamente passou ileso disso.

Perdemos o nosso tempo. Perdemos a nossa liberdade, perdemos a nossa inocência. Perdemos nossos afetos, perdemos, perdemos, perdemos, enquanto tentam nos dizer: Vocês ganharam, ganharam e ganharam... falácia pura!

Deus já vem desconstruindo a sua participação há muito tempo em muitas igrejas... Lembra-se de uma mulher chamada Rosalee M. Apeble? Que começou o trabalho sério em sua igreja com o pastor Enéias Tognine lá na igreja da década de 60? Lembra da onde era?

Da santa Igreja Batista de Goiânia? Agora é a Batista da Lagoinha, da Unção de Toronto, do transe da Ana Paula Valadão, das riquezas da sua grife e ao mesmo tempo das loucuras da sua fé... Há se a Missionária estivesse por aqui... Talvez estivesse inserida no contexto...O que nos resta é voltar, não a igreja antiga, mas ao primeiro amor, e isso é de fato algo muito difícil, pois envolve renuncia, não acontece com métodos, com programas, é com conversão do coração individual ao primeiro amor.

Como eu costumo dizer, o passado é um continente, por vezes parece bonito, mas que não há embarcações para lá.

Ou podemos "ter os nossos olhos abertos" por Deus ou pela velha serpente.

Peço a Deus que eu não veja o que não é para ser visto e ver o que é para ser visto.

Fico pensando em Ezequiel, que via e sofria com o que acontecia...

Fico pensando em Jeremias que via e chorava...

Fico pensando em Elias que via e protestava...

Fico pensando em Habacuque que via e reclamava...

Fico pensando em Daniel, que viu o tempo da bagunça acabar, e em meio a Babilônia previu o retorno, que Deus não se esquece do seu povo, que há lutas travadas no céu, que o diabo existe, que passado 70 anos, as coisas mudariam. Que o império ruiria... Fico pensando nesse homem que em meio à tudo isso que estamos vivendo ouviu... E sobreviveu cheio de graças, ainda que cercado de leões..." Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Ele respondeu: Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. "

Que o Senhor Jesus, que anda no meio dos candeeiros diga quem é igreja ou não, pois ele é o único que tem os olhos como chamas de fogo e pés reluzentes como bronze polido, pois nunca pisou em nada sujo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008


VOCÊ FALA SIBOLETE
OU CHIBOLETE?

Pastor Neucir Valentim


“Então os homens de Efraim se congregaram, passaram para Zafom e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os amonitas, e não nos chamaste para irmos contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo.” E houve naquele dia grande batalha...

Nenhuma história bíblica retrata tamanha contradição e estupidez humana como essa. Os homens de Israel, da tribo de Efraim, ao saber que os homens de Israel da tribo de Manassés, estiveram lutando contra os amonitas, povo inimigo da nação, à qual pertenciam as duas tribos, ficaram profundamente irritados porque não foram convidados para pelejar juntos. E, assim, porque não foram lutar lado a lado, tornaram-se inimigos entre si, a tal ponto, que houve grande peleja naquele dia, de modo que nessa luta insólita, morreram, apenas de Efraim, cerca de 42.000 homens.

E para completar a tragédia, os homens de Manassés, chefiados por Jefté estabeleceram um código de morte: Para saber se os que vinham ao seu encontro eram efraimitas, solicitavam que dissessem: Chibolete; porém se o indivíduo dissesse: Sibolete, porque não o podia pronunciar bem, pegavam o tal, e o degolavam nos vaus do Jordão (Jz 12:6).

Traduzindo essa história estúpida em linguagem simples: O mesmo povo, a mesma gente, estava guerreando entre si, ao invés de unir forças e lutar juntos contra o inimigo comum a ambos, os amonitas, e por isso foram derrotados, porque, na ânsia de guerrear, usaram suas forças contra si mesmos.

Não bastasse isso, ainda estabeleceram esse código de morte: Quem usasse a palavra errada e trocasse, por descuido fútil ou banal, o som do “CH”, estava fadado à morte.
Essa história sinistra, tirada do livro dos juízes, faz-nos lembrar um pouco da nossa história evangélica no Brasil.

Isto porque, todos nós, enquanto denominações ou igrejas, as vezes ficamos profundamente irritados porque este ou aquele grupo ou seguimento evangélico, está travando uma peleja, da qual muitas vezes não somos chamados a estar juntos, quer por falta de contato, de comunicação ou de uma comunhão mais estreita, e aí surge aquele espírito “efraimita”, que começa a buscar um meio de estabelecer uma rixa, uma demanda ou contenda, de tal forma que, passamos a guerrear mais com os de dentro do que com os de fora. Ficamos, também como os homens de Jefté, buscando um meio de descobrir qual, dentre nós, tem a linguagem diferente, para patrulhá-lo e para segregá-lo, querendo saber se ele fala Sibolete ou Chibolete.

Só que os nossos ouvidos buscam identificar os sons de posições teológicas ou litúrgicas: Se tem um “essezinho” meio carismático ou quem sabe, se usa aquele “chezão” tradicional.

Busca-se descobrir até se é um CH misturado. Quem sabe pode haver um “S” camuflado!!! Cuidado com ele! O “CH” dele é diferente! etc. E dependendo da pronúncia, sai de baixo, porque a lenha desce, e desce feio! É por isso que temos um tão grande contingente denominacional espalhado por aí.

Um instituto de pesquisa religiosa do RJ - ISER, catalogou somente no Rio de Janeiro, mais de 8.000 nomes de igrejas ditas “evangélicas”, posto que cada qual quer batalhar sozinha e falar o “CH” certo! Uma vez que se acham como as únicas capazes de pronunciá-lo corretamente, e assim, não querem se juntar as que já existem, criam mais uma instituição, mais um nome, mais um grupo, mais uma facção, que ao invés de somar força na luta espiritual contra o Diabo, inimigo comum de todos os crentes, guerreiam entre si.

Reflitamos: Quantas vezes nos pegamos patrulhando o outro, não é verdade? Tentando descobrir-lhe a fala, a linguagem.

Se fala o nosso Chibolete ou um estranho Sibolete! Sim, e quantas vezes, também, nos vemos testados, onde desejam saber de nós qual tipo de “linguagem” usamos. Existem até aqueles que, na hora da Santa Ceia dizem: “Olha: - aqui só participam da Mesa do Senhor os que falam “Chibolete!”, como se a mesa fosse deles e não do Senhor.

Caímos assim, como instituição evangélica, na mesma estupidez dessas duas tribos de Israel, que se digladiaram entre si, quando podiam unir as suas forças contra os filhos de Amom, ao invés de ficar guerreando internamente. A grande tragédia é que as nossas guerras circulam, de forma ainda mais medíocre, em termos de coreografia: Se levantamos ou não a mão na hora do culto, se batemos ou não palmas, se temos ou não “corinhos” no louvor, se oramos alto ou baixo, enfim, mata-se muitas vezes a comunhão com o irmão porque ele fala um pouquinho diferente de nós, porque o “CH” dele, tem uma tênue diferença quanto ao nosso, e aí, acontece aquela luta retratada no livro de Juízes: “Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão.” Que possamos ter o discernimento espiritual para não entrarmos em lutas tolas, mas estarmos lutando firmes contra o nosso inimigo comum: O Diabo. E quanto aos que falam Sibolete ou Chibolete, que possam viver em paz, cada qual com sua própria maneira de ser e de falar, porque, sobretudo, pertencemos todos à mesma nação (I Pe 2:9), somos o mesmo povo que vai para o céu, quer se fale Sibolete ou Chibolete.

Somos a Igreja de Jesus!

Glossário: Chibolete significa riacho fluente. Palavra que os Efraimitas não conseguiam pronunciar corretamente, à semelhança de certas palavras regionais brasileiras, cujo som é diferente em outros estados.
CIDADE DE NITERÓI
Pastor Neucir Valentim



Niterói é uma palavra indígena que significa “águas paradas” ou “águas entre pedras.” Para nós que temos a nossa igreja situada no centro da cidade que leva esse nome, é bem sugestivo. Pense bem: Somos uma igreja situada em águas paradas, ou que vive em águas entre pedras. A partir deste desafio etimológico, podemos crer que, enquanto igreja, devemos procurar mover as águas, ainda que existam pedras gigantes a nos desafiar.

Águas paradas, geralmente, não são boas, são propensas a se transformarem em depósitos de parasitas, tornando-se em águas doentes, a semelhança das águas amargas de Mara, imprestáveis para dessedentar aquele que tem sede da água da vida. Que a semelhança de Moisés clamemos aos Senhor para que transforme estas águas paradas em águas potáveis, cheias de vida (Ex 15:25).

Quem sabe, temos também ouvido o clamor de muitos dos que aqui vivem e passam como o profeta Eliseu ouviu no passado: “Eis que a situação desta cidade é agradável, como vê meu senhor; porém as águas são péssimas, e a terra é estéril.” II Reis 2:19.
Recente pesquisa do IBGE revelou que Niterói está em 4º lugar no quesito cidade com melhor qualidade de vida no Brasil, e os seus administradores desejam vê-la em 1º lugar em breve. Mas será que a semelhança do texto de II Reis 2:19, referido acima, vivemos numa cidade agradável, mas que, espiritualmente falando, tem águas péssimas e a terra é estéril? Quando andamos pela cidade percebemos o quando isto é um fato. Percebemos nas faces, nos olhares dos transeuntes uma profunda sede de Deus, sede que só Jesus pode saciar.

Deus está convocando você, membro desta igreja, que vive no meio destas “águas paradas” para, sanear estas águas, e pelo Espírito Santo, canalizar nesta cidade “águas das fontes da salvação” Is 12:3. Proclamando a salvação em Jesus, que diz veementemente: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” Jo 4:14.

Aceite este desafio!

ENTREVISTA COM O SENHOR LEGALISTA
Pastor Neucir Valentim

O nosso Blog conseguiu falar com o senhor Legalista.







Blog: Tudo bom senhor Legalista? É um prazer para este Blog poder entrevistá-lo...

Legalista: O prazer é todo meu, desde que vocês não passem da hora marcada para terminar a entrevista. Comigo é assim: Tudo tem hora para começar e para terminar, caso contrário eu fico de mal humor e vou embora. Aliás, quando estou num culto e este passa cinco minutos do horário do término, sinto-me extremamente aborrecido.

Blog: Tudo bem, deixemos o horário de lado e falemos um pouco do senhor.

Legalista: Eu sou uma pessoa boa, cumpro com os meu deveres, sou honesto e até ajudo muito no reino de Deus.

Blog: Como o senhor ajuda?

Legalista: Eu me sinto um fiscal por natureza. Tenho esta vocação em mim. Não faço isso para ficar bisbilhotando a vida alheia para fazer fofoca, muito pelo contrário, meu objetivo é nobre, livrar a igreja daqueles que cometem faltas. Estou sempre pronto para identificá-los. Imaginem vocês se as pessoas erram e não tem quem as acuse?

Blog: Mas o senhor não acha que toda acusação obcecada, bem como toda busca detalhista de culpa, pode ser de origem diabólica, pois não se trata de justiça mas sim do prazer pela condenação?

Legalista: Eu não busco condenação, mas acho que pessoas que erram devem ser punidas exemplarmente. Sempre!

Blog: A que igreja o senhor pertence?


Legalista: Eu gosto apenas de algumas igrejas. Principalmente aquelas que buscam, como eu, descobrir os erros alheiros, publicá-los e disciplinar cruelmente os que erram. Mas a rigor não me adapto a igreja alguma. Elas tem tantos defeitos (...) com o tempo eu sempre descubro um erro aqui, outro ali, que não condiz com o meu padrão, e aí eu me aborreço.

Blog: O senhor tem alguma profissão?

Legalista: Sim, sou médico oftalmologista. Meu trabalho é examinar os olhos das pessoas, para ver se não tem algum argueiro... (Mt 7:3)

Blog: O senhor pratica algum esporte?

Legalista: Todo esporte que exija um árbitro. Eu gosto mesmo é de ser juiz!

Blog: O senhor tem alguma frustração? Algum sonho não realizado?

Legalista: Sua pergunta me pegou de surpresa, pois na verdade eu tenho uma grande frustração. Gostaria de ter sido promotor público, creio até que trabalharia de graça, por prazer. Com a minha visão crítica apurada, muito poderia ajudar a justiça. Geralmente sei de cor os estatutos, regimentos, regulamentos, códigos, etc., para ficar atento a qualquer irregularidade; Afinal não se pode confiar em ninguém!

Blog: Qual o texto da Bíblia que o senhor mais gosta?

Legalista: Gosto de Êxodo 21:24. “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé

Blog: Mas este versículo não pertence a uma época em que a misericórdia era pouco exercida?

Legalista: Sim, mas particularmente eu não gosto muito de falar sobre misericórdia, ver as pessoas sob misericórdia, julgar sob misericórdia, pois muita misericórdia alivia a culpa de quem está sob o peso do erro, que precisa ser punido.

Blog: Mas não foi por isso que Cristo morreu?

Legalista: Eu não entendo muito de teologia...

Blog: Qual o versículo da Bíblia que o senhor menos gosta?

Legalista: O de Romanos 2:1 “Portanto, és inescusável, ó homem, qualquer que sejas, quando julgas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, praticas o mesmo”, - Este versículo me faz sentir um pouco culpado... de algumas coisas que faço...

Blog: O senhor é parente de Arrogante?

Legalista: Sim, sou seu primo. Como vocês descobriram?

Blog: É simples: O legalismo é a pressuposição arrogante de achar que se pode agradar a Deus apenas pela observância de mandamentos legais, sem o exercício da misericórdia. E isto é parte de um espírito arrogante! Por isso a familiaridade.

segunda-feira, 5 de maio de 2008


E O GATO ME MORDEU...

Pastor Neucir Valentim





Meu gato "vive" na igreja.

Ouve hinos o dia inteiro. Muitas vezes me faz companhia quando faço minhas meditações bíblicas. É amigo de minha esposa e filhas, que lhes devotam mais atenção do que eu. É um bom gato. Calmo, sereno e tranqüilo... mas, não é crente! Sim, meu gato não é crente, porque animais não podem ser ou ter sentimentos transcendentes, como fé ou introspecção, posto que não possuem espírito, aquilo que a bíblia chama de nefech, tem apenas o fôlego de vida ou ruach.


Assim como o meu gato que "vive" na igreja e muitas vezes assiste aos cultos de "camarote" pela janelinha que dá para o templo, existem muitas pessoas, que "vivem" na igreja, participam dos cânticos, ouvem a Palavra, tem manias e jeito de gente crente, mas, que a semelhança de meu gato, não são crentes, pois não têm uma profundidade maior com Deus.


A igreja e o convívio com a comunidade eclesiástica não fazem deles um novo nascido, um salvo. Entendeu? Isso mesmo, para ser filho de Deus, requer-se muito mais do que estar, ficar ou fazer coisas na igreja, é necessário ter um profundo encontro com o Senhor Jesus, numa experiência pessoal, inigualável e sobretudo, de regeneração.


Ao escrever este artigo, o meu antebraço está inchado, com dois furos na altura de minhas veias, o tendão do meu braço está ferido fazendo com que os movimentos dos meus dedos me produzam arrepios, e as minhas pernas estão arranhadas, sinto inclusive, bastante dor ao digitar as teclas do computador.


Sabe por que? Por causa do meu gato, que não é crente! Nessa madrugada quis dar um passeio para conhecer a vida noturna, estava cansado da vida da igreja, para ele sem graça e sem emoções. De repente sumiu, foi à procura de aventuras. A minha família chorou pelo seu desvio, sua ida, sem dar satisfação ou pelo menos uma despedida. Foi bastante insensível!


Lá pela madrugada, ouvi um ruído, um miado de gato, perdido na noite escura, isolado, um clamor de um felino perdido, talvez, no refeitório da igreja. Entrei no referido recinto, fechado, escuro, com ares sepulcrais.


De repente, num susto, senti suas presas e garras em cima de mim, pois apavorado e com medo, não percebeu que se tratava de um amigo, e por isso atacou sem dó nem piedade. Em poucos segundos a roupa que usava estava repleta de sangue, que incontido, não parava de jorrar da veia do braço que fora perfurada pelos seus dentes.


Uma vez identificando o seu dono, voltou para casa meio ressabiado, sem pedir desculpas a ninguém, apenas deitou e dormiu... Enquanto eu usava compressas e analgésicos!


A história contada, de alguma forma, ilustra aqueles que vivem na igreja, mas, não têm um conhecimento do Dono da Igreja. Assim como o meu gato que vivia na minha casa, há muita gente que vive na Casa de Deus e não O conhece, e por isso, na primeira oportunidade, fortuita, busca uma forma de pular o muro, a janela, a rotina eclesiástica, para achar na vida, fora dos limites estabelecidos, prazeres que o levarão a perdição. O meu gato ficou perdido numa noite escura.

Ocorre que, para seres humanos, essa noite escura pode se tornar eterna. E um pequeno desvio de rota, pode levá-los a perdição. O profeta Daniel diz que esta noite será de pavor e vergonha eterna: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno."


E a grande tragédia dessa história toda, é que, assim como, com boa vontade e ternura, busquei achar o meu gato no meio da noite, atendendo o seu clamor felino, existe um Salvador, que anda pelas noites, pelas regiões da sombra e da morte, buscando aqueles que por Ele clamam, pronto a buscá-los, como o Sumo Pastor faz com suas ovelhas: " Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? (Mt 18:12).


Mas, assim como fui mal compreendido pelo meu gato, muitos assim fazem para com Deus, e ao invés de conhecer a sua voz, confundem-se, pois não são ovelhas do Seu aprisco e por isso, não conhece a voz do pastor: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem" (Jo 10:27). E nesses casos, não importa a dor e o sangue derramado pelo Senhor, porque, por mais que se busque apanhá-las no meio da noite, e colocá-las em lugar seguro, haverá sempre uma outra ocasião para novas fugas, desvios e desencontros...


Saiba que o Senhor está sempre disposto a dar a sua vida e o seu sangue pelos que se perdem, ou melhor, pelos que nunca se acharam nele... pense nisso. Mas, é necessário reconhecer-lhe a voz.
Quanto ao meu gato. Não usarei mais de misericórdia ou farei qualquer esforço para buscá-lo, se quiser ir que vá, pois a dor que estou sentindo é muito grande agora... e ele continua dormindo cinicamente, esperando a próxima noite, a próxima fuga, e quem sabe, da ida sem volta. A bem da verdade... Não sou pastor de gatos!