sábado, 3 de maio de 2008


QUANDO CONVERSEI COM OS MAGOS DO ORIENTE.

Pastor Neucir Valentim

Era noite de natal, e como todo ano, antes da ceia, lia para os meus filhos a velha história bíblica da natividade descrita no Evangelho de S. Mateus, e contava-lhes acerca do nascimento de Jesus, falava-lhes dos magos do oriente, da fúria do rei Herodes quando soube do nascimento do menino Jesus, de Maria e José que prontamente receberam a mensagem angelical para fugir do perigo de morte que corriam por causa do rei Herodes, que mandara executar todos os meninos com menos de dois anos de idade, para assim eliminar o " rei dos judeus" que havia nascido em Belém.

Naquela noite, porém, depois de minha narrativa, fui dominado por uma sonolência gostosa. A partir daí a minha imaginação ficou fértil e então comecei de novo a pensar naquele relato bíblico, na bela história de natal. Logo dormi e sonhei.

No meu sonho eu estava nas remotas regiões montanhosas de Efraim, na Palestina, indo em direção a Jerusalém. Pelo caminho ermo, marcado por uma geografia árida, me vi montado em um camelo. Era noite, as estrelas no céu cintilavam como nunca, como se naquele dia elas estivessem em festa. Senti medo pois estava sozinho num local totalmente desconhecido. De repente percebi que em minha direção caminhava um grupo de pessoas em seus camelos e dromedários, semelhantes a beduínos do deserto. Com a cultura da violência na cabeça, temi por um assalto. Logo, porém, percebí que não eram beduínos. Caracterizavam-se pela tranquilidade no falar, pelas túnicas de linho fino e por turbantes excessivamente bonitos.

De imediato desejei travar um diálogo. Mas como? Não conhecia a sua língua. Lembrei-me, porém, que a linguagem dos sonhos não está circunscrita a cultura, povos ou línguas e, perguntei-lhes: - Para onde vão? Ao que me responderam. - "Vamos até Belém adorar aquele que é nascido Rei dos judeus, porque vimos a sua estrela no oriente". Pensei neste instante comigo mesmo: Conheço estas palavras, são da narrativa bíblica, e eles são os magos do oriente.

Logo identifiquei os seu nomes: Gaspar, Baltazar e Belquior, como nos ensinava a tradição cristã. A minha mente começou a vibrar ante a possibilidade de acompanhá-los e ver de perto o menino Jesus. Nisto, uma outra expectativa me surgiu na mente. Pela narração bíblica os magos iriam a Jerusalém e falariam ao rei Herodes sobre o nascimento do Messias, e isso provocaria no rei uma fúria tal que redundaria na morte de centenas de meninos na cidade de Belém.

Tratei de iniciar uma tentativa de demovê-los da ideia de falar com Herodes.

- Penso que vocês caminham até Jerusalém, não é verdade? - Sim, respondeu um dos magos - vamos até Herodes para contar-lhe a boa nova ! Isso me arrepiou. Então de forma delicada continuei: - Não seria perigoso informar ao rei Herodes acerca do acontecido, ele não ficaria furioso ante a possibilidade de perder o trono para um judeu de verdade, uma vez que ele nem judeu é, pois é um idumeu a serviço de Roma? Sim, isso é possível, disse-me o mago, admirando-se do meu conhecimento acerca da nacionalidade de Herodes.

O outro mago que estava próximo entrou na conversa. - Ocorre que Herodes é a antítese do verdadeiro rei, ele é um déspota, e todo déspota precisa saber que é um usurpador, porque muitas vezes acaba acreditando na sua própria mentira, a de que é um legítimo rei. Calei porque percebi que eles não eram ingênuos quanto a natureza de Herodes. Resolvi então ser mais claro. - Precisam evitar Herodes; ele é perverso e fará de tudo para se perpetuar no poder. O mago que estava calado até o momento, falou pausadamente. - Não se acaba com Herodes evitando-o ou até mesmo matando-o, ele sobrevive sempre, e haverá sempre um herodes em cada história, porque os herodes estarão sempre em todo lugar. Como? perguntei confuso. Respondeu-me em tom professoral. - Os herodes existem na história de todo mundo, eles representam aquele tipo de gente que faz de tudo para conseguir o que quer, nem que para isso tenha que pisar, maltratar, caluniar, mentir, difamar, bajular e até...matar. Os herodes representam aqueles que usam de artifícios para se perpetuarem no poder, no comando dos outros, exercendo influências. Os herodes representam também as tentativas de acabar com os nossos sonhos e nossas esperanças. Existe um Herodes hoje, mas amanhã surgirão outros em todo canto, nas casas, nas ruas, nas instituições e na religião.

- Na religião? Perguntei ao velho mago, atônito !

- Sim, não vê que o rei Herodes está construindo o maior templo dos judeus em Jerusalém? Muitas vezes eles se escondem nas atividades religiosas para ocultarem os seus verdadeiros intentos. Então interrompi. - Mas crianças morrerão quando Herodes tomar conhecimento do nascimento do menino Jesus! O sábio mago continuou. - Elas morrerão independente de irmos ou não a Jerusalém, até porque toda Jerusalém saberá do nascimento do Messias, mas Herodes continuará matando crianças. Lembre-se ! os Herodes estarão em todos os lugares, dentro das famílias como pais que matam a sensibilidade dos filhos através da crítica contumaz, através de esposas e esposos que perdem o respeito entre si, de governos que deixarão as crianças morrerem de fome, e as crianças que pelo Herodes de hoje morrerão à luz das nossas candeias, amanhã, no futuro serão mortas em grandes candelárias, porque encontrarão os herodes que as matem. Certamente, herodes continuará matando...

- Mas então, vocês vão falar com Herodes? Exclamei.

- Ele precisa saber que por mais que queira, ele não é o Rei de direito, e que é nascido o verdadeiro Rei, e por mais que ele queira matá-lo o Rei verdadeiro nunca morrerá; ele vencerá por sua simplicidade e pelo amor, este Rei é a fonte de nossa resistência contra toda tirania. É preciso ensinar-lhe que os reis herodes não se perpetuam, que o seu fim é triste e solitário, e que ainda existe razão para crer na justiça, ter esperança e crer que os sonhos podem ser realizados, porque aquele que nasceu é a resposta de Deus a todos os Herodes de hoje e de sempre, que este menino que nasceu é um libelo de acusação contra os que usurpam, contra o déspota e contra o perverso.

Fiquei sobremodo emocionado com suas palavras e corri para abraçá-lo, ao fazer despertei do sonho com minha filha me abraçando e dizendo: Feliz natal papai, Jesus nasceu !

O DIA EM QUE ARRANCARAM A MINHA ÁRVORE...

Pastor Neucir Valentim

“Junto a o rio, às ribanceiras, de uma a outra banda, nascerá toda sorte de árvore, que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem faltará o seu fruto.” Ez 47:12a

Dizem que um homem para se sentir realizado tem que fazer três coisas: Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Bem, creio que neste caso sou um privilegiado, porque já fiz tudo isso em mais de uma vez.

Ocorre que a experiência de plantar uma árvore foi ilustrativa, isto porque, a primeira que plantei foi uma flamboyant, em frente à minha casa.


Lembro-me como se fosse hoje. Era uma manhã de sábado, e a minha primeira filha tinha ainda seus dois aninhos, juntos fizemos a empreitada.


Logo, a árvore tomou o seu rumo, e em menos de um ano já estava alcançando a janela do segundo andar do sobrado em que eu morava. No segundo ano, já uma árvore frondosa, chegava ao terraço, e sobranceira, jogava sua beleza por toda rua. Me sentia orgulhoso pela minha façanha. Afinal, fora eu quem plantara aquela maravilha da natureza.


Mas, nem tudo são flores, mesmo tratando-se de árvores. Por ser uma flamboyant, surgiu o problema de suas raízes, que logo, começaram a brotar com força total, levantando a calçada e adentrando para a casa da minha mãe no primeiro piso.


Para complicar a situação, estava já se encaminhando para o manilhamento de esgoto que saneava a rua. Senti no íntimo que teria que arrancar a minha árvore sem dó nem piedade, mas, comecei a defendê-la dos seus algozes: Aqueles que diziam sem nenhum tipo de piedade: Corta esta árvore fora! Tira isso daí, ela vai quebrar tudo! De alguma maneira, eu somatizava o assunto, e quando falavam nela, sentia-me como sendo a própria, e assim, tratava de argumentar ao contrário, dizendo que haveria um meio termo, quem sabe, cortando algumas raízes, etc. Sempre com desculpas esfarrapadas. Uma coisa era certa: Minha árvore estava causando problemas e eu não queria cortar as suas raízes.
Certo dia, cheguei em casa depois do trabalho, e para minha desagradável surpresa, ela não se encontrava mais lá, nem sombra, nem raízes. Havia sido arrancada totalmente.


Parecia que um vazio se instalara na paisagem. Fiquei triste. Soube mais tarde, que minha esposa, conivente com meu pai, deram um jeito de arrumar um trator da prefeitura para fazer o serviço, sem que eu pudesse intervir.
O fato inconteste é que a árvore precisava ser cortada, e eu, não queria admitir, apesar das conseqüências funestas que a mesma trazia, que a cada dia e a cada momento se ampliavam.


De alguma forma, somos assim para com algumas coisas que devem ser tiradas de nossas vidas, mas não temos coragem de fazer, porque nos agradam, “nos fazem bem,” ainda que, desagradando a muitos e até mesmo a Deus. E, em alguns casos o processo indica a necessidade de extração de uma raiz profunda, mas não queremos abrir mão, porque, afinal, nos causam certo “bem estar”, ainda que, prejudicando a muitos, destruindo coisas, quebrando a boa ordem da vida.


Eu sabia que se dependesse de mim, a árvore não seria arrancada; precisava de um auxílio externo, de alguém que, olhando o bem maior, a arrancasse. Mas, soube compreender o zelo dos que a tiraram sem dó nem piedade porque estavam com olhos corretos, desapaixonados. Logo plantei outra árvore no lugar, depois de uma pesquisa, descobri um tipo de árvore cujas raízes crescem para baixo, e não causam problemas a ninguém, e para minha felicidade, está lá até hoje, dando beleza, bem como, a satisfação que a primeira me traduzia, todavia, sem complicações.
Na nossa vida acontecem essas coisas. Plantamos árvores boas e más, e precisamos ter a coragem de arrancar as más, ou deixar que Deus as arranque, ainda que nos causem dores, para que outras surjam no lugar, que poderão embelezar a vida ao invés de criar problemas.
Querido, veja se existem raízes em sua vida que precisam ser radicalmente arrancadas. Quem sabe: Lembranças do passado, amargura, ódio, ou até mesmo ligações afetivas não saudáveis, que não produzem mais beleza alguma, apenas destroem as relações da vida. Se você não tem coragem suficiente para fazê-lo, peça a Deus que faça, mas deixe-O fazer por completo, e você verá que outras árvores bonitas aparecerão no seu caminho.
O CARÁTER DE EVA
Pastor Neucir Valentim

"Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Gn 3:6 "

O relato bíblico de Gênesis fala sobre a criação da primeira mulher Eva, mas conta-nos pouco de seu caráter antes da Queda do Homem, quando a mulher foi a primeira protagonista da história ao ouvir e conversar com a serpente.

Ocorre, todavia, que na teologia bíblica a mulher foi criada por Deus, e certamente tudo que Deus faz é bom, e a mulher não poderia ser uma exceção, portanto, tanto Adão como Eva eram perfeitos, e o caráter de Eva também o era, posto que a mesma era originária do homem e este de Deus (I Co 11:12).

Por que então Eva foi tentada primeiro que o homem? A teologia judaica sempre achou que o ato de Eva foi mais culpado do que o de Adão. Por essa razão, por muito tempo achou-se que era fácil enganar uma mulher. Ao contrário de Adão que tornou-se mais resistente, todavia a epístola aos Romanos vai atribuir a culpa direta ao homem mesmo (Rm 5:12 a 19), porque a sua responsabilidade era objetiva sobre a ordem que lhe fora dada.

Mas se a mulher não fora a responsável pela queda, mas coadjuvante da mesma, qual o seu papel nesse grande pecado que subjugou a raça humana?

Talvez o caráter ou a estrutura natural da mulher expliquem melhor as razões dos “por quês” a serpente chamou-lhe mais a atenção do que a de Adão: Vejamos algumas características femininas: A capacidade de observação. É notória a capacidade de a mulher perceber coisas que o homem não percebe. Costumo dizer que as mulheres têm a capacidade de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, quando o homem pensa uma coisa de cada vez.

Uma coisa que sempre chama a atenção é a capacidade de a mulher perceber o mundo que a rodeia apenas num olhar, coisa difícil para o homem.

Quem nunca observou a diferença de uma mulher no tocante a vestimenta? Salvo algumas exceções, ela deseja que a combinação de sua roupa seja completa, ao passo que o homem pouco se importa com isso, muitas vezes, estes, misturam cores modelo, completamente desequilibrados, que para ele não diz nada, mas para a mulher é um desastre. Não quero dizer que esse padrão feminino seja errado, ao contrário, complementa ao do homem, todavia é mais fácil perceber uma serpente no Jardim do que o homem...

Ora o diabo é sagaz e atingiu qualidades especiais da mulher, usando-as a seu favor, ao passo que a mulher tem qualidades que os homens não têm, e vice-versa reside em si um misto de ingenuidade em contraste com sua grande observação.

Segundo o Livro Como se Comunicar melhor, de Colleen McKenna, existem características na mulher que a tornam mais suscetíveis a propaganda e ao apelo do Markenting: As mulheres, segundo o autor são mais suscetíveis a curiosidade. Ora, que mulher que passando, com a sua percepção aguçada, não seria chamada atenção por uma serpente falante, que atingiria suas necessidades básicas? Como sentir-se respeitada (a serpente encantou a mulher, encheu-a de respeito e elogio, certamente).

O relato bíblico é conciso quanto à tentação, mas podemos inferir que somos tentados de acordo com as nossas expectativas: A mulher gosta de ser compreendida, respeitada, elogiada. A serpente colocou-se como alguém que poderia atender seus reclames, seus sentimentos e compartilhar seus interesses.

O sexo feminino, também, gosta de sentir-se tranqüilizado. Não sejamos ingênuos com as artimanhas do diabo, em Efésios 6:11, o apóstolo Paulo nos adverte das ciladas do diabo, o vocábulo original nos remete mais para “métodos astuciosos”, logo os métodos que foram usados eram compatíveis com a natureza da mulher, e neste caso, por mais ousada que uma mulher seja, a sensação de ser tranqüilizada é imprescindível ao ataque do maligno, o autor enumera também a necessidade de sentir-se cuidada, e de ser útil, coisa que a serpente usou de forma a induzi-la ao erro: “Sereis semelhantes a Deus...” Ora, que coisa mais útil e de praticidade para a mulher, ser tão útil como o próprio Deus.

Na verdade o texto não afirma que ela queria competir com Deus, mas ter a capacidade de gerenciar os problemas da mesma forma que Deus gerencia... Não duvido que algumas mulheres gostariam de se multiplicar em mil para atender as necessidades da vida, até hoje é assim: Cuidam da casa, dos filhos, trabalham fora, estudam, cuidam dos maridos e ainda assumem outras atividades.

Na verdade a mulher tenta abraçar o mundo com suas mãos. Veja, essa característica em si só, não é pecaminosa, mas junto a sagacidade da serpente em fazê-la uma “deusa” ou uma super mulher, certamente aguçou os seus desejos femininos mais internos.
Por último, acrescento que a mulher tem uma capacidade de persuasão fora do comum.
As mulheres sabem seduzir bem o homem quando estão interessadas em alguma coisa, aliás, existem bastantes relatos bíblicos e históricos que nos remetem a essa verdade. Na verdade o homem comeu influenciado e persuadido pela mulher: O ditado: “Por trás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher”, não deve ser entendido como depreciativo, mas como a evidência de que a mulher está por trás de quase todo projeto masculino, direta ou indiretamente, e o homem, apenas leva a fama.

Portanto, para compreender o relato da tentação, não podemos desconsiderar as realidades, o caráter e as necessidades femininas, naturais e abençoadoras, mas que podem ser utilizadas nas tentações diárias como aconteceu naquela primeira lá no Éden. Nem podemos ser simplistas em achar que essa tentação foi corriqueira e banal, deve ter durado o tempo necessário para que a serpente atingisse a mulher de forma completa, e produzir o resultado esperado.

O diabo usou de astúcia, e a sua primeira vítima foi a mulher, usando as suas características mais íntimas. Poderíamos dizer que o homem ouviu a mulher sem medir conseqüências e ser conduzido ao erro por uma variedade de características ao seu próprio caráter, que justificam a dura punição que recebeu, junto a sua esposa, de acordo com suas próprias peculiaridades também.

sexta-feira, 2 de maio de 2008


CUIDADO COM O CÃO - ISSO NÃO É BRINCADEIRA


“O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas. Como o louco que atira tições, flechas, e morte, assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.” Pv 26:17 a 19


O livro de Provérbios, escrito por Salomão, deveria ser objeto de constante consulta por nós cristãos. Ao escrevê-lo, o autor buscou nas experiências da vida, uma fonte inesgotável de ensinamentos e assim, traduziu em linguagem simples, mas inspiradas por Deus, provérbios que nos ensinam a lidar com o nosso próximo numa relação interpessoal melhor.
Entre muitos ensinamentos deste livro, temos estes dois supracitados: O primeiro deles resume-se no seguinte: Cuidado ao se envolver com brigas alheias. Acaba sobrando para você. Se você quer entender como isso acontece, é só puxar a orelha de um cão, que por bonzinho que seja, há de reagir imediatamente com uma mordida, se não para atacar, ao menos para se defender. Tem gente que não perde a oportunidade de se envolver em brigas dos outros, e vive reclamado pois “não entende porque sempre é mal compreendido”, e não se cansa de levar mordidas, e nem de pegar cães pelas orelhas.
O segundo ensinamento bíblico mencionado no texto refere-se ao comportamento cínico de gente irônica, que atira flechas, joga com palavras, e muitas vezes, palavras que matam, pois segundo a bíblia “a morte e a vida estão no poder da língua” Pv 18:21, e depois dizem cinicamente: - Fiz isso por brincadeira. - O que disse não era para ser levado à sério, - Eram apenas palavras ao vento, - Mas você acreditou no que eu disse?, etc. Uma coisa é certa, na linguagem de Salomão, muita gente usa este artifício para enganar o seu próximo. Se você não se comporta assim, mas gosta muito de brincar com as palavras. Cuidado! Veja se você não está usando a brincadeira para dizer coisas sérias, ou se não está sendo irônico demais ao ponto de atirar flechas contra o seu irmão. Não quero dizer com isso que não podemos brincar, rir e ter um comportamento alegre com o próximo, mas devemos sempre ter o cuidado de viver aquele ensinamento da Palavra de Deus: “Seja sempre o vosso sim, sim e o vosso não, não.” (Tg 5:12) Isto é, seja sempre honesto no falar, nos momentos de brincadeira ou de seriedade. A verdade deve marcar o nosso comportamento, até porque está escrito: “Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo. ”Mt 12:36. Portanto, meu irmão, cuidado com as mordidas de cães e com as brincadeiras nas palavras.

Você já pisou em sepultura?
Pastor Neucir Valentim

“Ai de vós! porque sois como as sepulturas que não aparecem, sobre as quais andam os homens sem o saberem” . Lc 11:44

Segundo a lei mosaica, se um homem passasse por cima de uma sepultura sem o saber estaria imundo por sete dias, precisando submeter-se ao cerimonial judaico de purificação. Por isso um judeu tinha o cuidado de identificar as sepulturas a fim de não se tornar imundo por causa de, num descuido, pisar numa sepultura não identificada. Os fariseus sabiam disso. Conheciam a lei mosaica e ensinavam a religião, mas na linguagem de Jesus eles eram como estas sepulturas! Jesus foi, portanto, duro demais com eles ao identificá-los assim, não acha? Não! O Senhor estava retratando uma realidade espiritual de forma perfeita. Isto porque ele está falando para uma gente religiosa que colocava a religião acima da justiça, do amor de Deus, daqueles que buscavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus, daqueles que contaminavam os outros ao invés de salvá-los. Para estes não existia uma definição melhor! Sepultura oculta, escondida, pronta para tornar os incautos em vítimas de sua própria impureza. Quantos de nós já fomos vítimas destas sepulturas errantes e destes túmulos ambulantes que estão em nosso meio hoje? Gente com cara de santo, com jeito de santo, mas amarga e insensível para com tudo e para com todos. Gente legalista, que dá mais valor à regras do que ao espírito da lei, que é o amor. Gente que gosta de ser espiritual sem mostrar o fruto da piedade na existência. Como diz Paulo em II Tm 3:5 “tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder(..)”. Isto mesmo, gente que vive uma religião de fachada, que amaldiçoa ao invés de abençoar, que entristece ao invés de alegrar, que promove atrito e não a comunhão, que traz imundície a e não a santidade, que em última análise, traz morte e não vida, por onde passa e com quem se relaciona. Para esse tipo de gente só há uma orientação clara e objetiva na Palavra de Deus, no complemento do texto de II Tm 3:5 já citado: Afasta-te desses! Que saibamos identificar as sepulturas escondidas em nosso caminho.


LÁGRIMAS...
Jesus Chorou - João 11:35

João 11:35 é o menor versículo da Bíblia. Não obstante, encerra uma das maiores expressões de sentimento de Jesus em todo Novo Testamento, uma vez que ela descreve que Deus, não apenas se fez homem, em Cristo Jesus, como também participou da dor e da angústia humana. Em palavras simples, descobrimos que o evangelista, ao narrar-nos este fato leva-nos a pensar na belíssima expressão de compromisso de Deus com sua própria Palavra: “ Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos.” Is 57:15
O motivo imediato deste choro de Jesus é a morte de Lázaro, seu amigo. Bem como a dor de suas irmãs, Marta e Maria que estavam inconsoláveis ante a perda irreversível do mesmo, pois sabiam que a morte é absoluta, impenetrável e definitiva. Neste momento, o Senhor aparece, e sugere a Marta que há de ressuscitar o defunto, mas a despeito da incredulidade da mesma o Senhor opera o milagre e o morto ressuscita. A questão que se levanta é: Porque Jesus chorou mesmo sabendo que o morto recobraria a vida? Não foi afinal uma oportunidade impar para manifestar um dos seus maiores milagres? Ocorre que quando o Senhor Jesus olhou Lázaro morto, ele chorou não apenas por aquela família enlutada ou pela perda de um amigo, mas chorou pela morte que entrou na humanidade e enlutou a raça humana, que transformou as nossas relações em relações frágeis. Que limitou nossa vida a contos ligeiros, em dias efêmeros, que nos fragilizou, nos deixando suscetíveis a sepultura e a ter que viver neste vale de lagrimas. Jesus chorou por mim e por você, pelas perdas que certamente teremos. A grande lição destas lágrimas chama-se identificação, empatia e consolo que existirão nos momentos mais difíceis de nossa existência, visto que Deus estenderá a sua mão aos nossos olhos para enxugá-los de toda lágrima. Afinal, o próprio Jesus teve o seu confronto com a morte, por isso nos diz: “fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do inferno.(Ap 1:18). Ele também passou por este vale de lágrimas e por isso é o Deus de toda consolação. (Rm 15:5).

segunda-feira, 28 de abril de 2008


QUAL É O SEU MONSTRO?
Pastor Neucir Valentim
Podes tu, com anzol, apanhar o Leviatã ou lhe travar a língua com uma corda? 41:2
O Livro de , no capítulo 41, aponta o Leviatã como o maior dos monstros aquáticos já existentes (embora em algumas Bíblias traduzem a palavra hebraica equivocadamente como crocodilo).
No diálogo bíblico entre Deus e , o primeiro revela as características do monstro, tais como: "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror? Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre"
O filósofo inglês, Thomas Hobbes, em 1651, publicou o seu mais famoso tratado sobre Leviatã, em virtude de comparar o Caos ao monstro bíblico. Para ele, esse monstro representava toda maldade e conflitos que envolviam as sociedades, e que ninguém era capaz de domá-los.
Sendo ou não um monstro marinho antigo, Hobbes, em algum momento tem razão quando dá-lhe o nome de "caos", isto porque o caos é o ingovernável, é a mistura de coisas em total desequilíbrio; desarrumação, confusão, a mistura de idéias, sentimentos ruins, confusão e a balburdia.
Deus faz essa pergunta a , justamente porque ele estava vivendo um caos na sua vida, além de ter perdido tudo o que tinha, perdeu sua honra, sua saúde e seu rumo; na verdade a vida de estava uma verdadeira balbúrdia.
O mostro marinho, poderia ser compreendido facilmente por , tanto como a figura literal com o caos que se instalara em sua vida.
Depois que Deus pergunta-lhe quem pode domesticá-lo, apresenta-se no capítulo 42 como o "DEUS" que põe ordem em tudo, a tudo fez, e domina até mesmo o caos. Ele é o único que pode conter o Monstro, pois ele colocou ordem no caos quando a terra ainda era sem forma e vazia (era ingovernável e desequilibrada, imperando o caos), sim, nesse contexto de falta de governo de crise, de monstro marinho, Deus apenas com a sua Palavra, colocou ordem no caos, apenas dizendo, haja luz, e houve luz, haja separação entre mar e terra seca, e assim se fez, e ao final de cada ordem, lá no primeiro capítulo de Gênesis, ouvimos sempre o autor do livro dizendo: "e viu Deus que isso era bom!" e repete-se essa sentença a cada coisa que Deus põe em ordem!
Meu querido, conheceu o seu Monstro abissal, que lhe causava medo, sentiu o chão de sua vida ruir quando o caos de repente se instalou em sua vida. A confusão chegou, era notícia ruim, uma atrás da outra. Foi horrível a sua experiência, mas gostaria que você entendesse que ele também pôde aprender uma coisa: Quem coloca ordem no caos é o Deus Todo-Poderoso. Pode vir a confusão, pode vir os sentimentos mais perversos, a confusão mental ou até mesmo a balbúrdia, mas ao final, quem coloca o anzol no caos é o próprio Deus, o Deus que criou o mundo, que estava em desordem sem forma e vazio, e ordenou tudo conforme a sua Soberana Vontade.
Não há monstro que Deus não seja capaz de domar, não há situação onde Deus não possa entrar e colocar ordem, afinal ele é o Deus criador e sustentador de todas as coisas. só vai conhecê-lo plenamente depois que não tem mais respostas para sua vida. Que não há mais luz no fim do túnel, então, Deus abre-lhe o coração e se revela no capítulo 42 como o Deus que tudo pode! Afinal, diz o próprio Senhor: "Isaías 43:13: "Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?" Ele domina qualquer monstro que possa estar lhe aterrorizando, e põe ganchos nos mais poderosos monstros da terra pois ele há de colocar o anzol e livrá-lo.
Descansa nele, como ao final, o fez.