sexta-feira, 9 de maio de 2008


E A IGREJA EVANGÉLICA? NOSSOS OLHOS FORAM ABERTOS?


Pastor Neucir valentim



Na verdade o que temos sentido falta nos crentes hoje em relação ao evangelho está de alguma forma ligado com o extrínseco, mas, sobretudo, com o intrínseco, isto é, de dentro, o primeiro amor. E isso, só conseguimos, numa busca pessoal.

Tenho assistido de perto a crise da Igreja Evangélica, e confesso que vou lutar até o fim para manter esse nome, não é um ou outro que dele desfrutou e de suas benesses, que usaram e abusaram e agora o descartam, que descartarei também.

O que ocorre é que o mundo mudou e nós também.

Fomos contagiados pela embriaguês que Jesus falava, que atingiria a muitos, antes do fim.

Fomos contagiados com o consumismo.Fomos contagiados pela pós-modernidade da relatividade. Outrora, o que os nossos líderes diziam era a lei, agora não, tudo é relativizado. IsSo é bom? Tem seus valores, mas suas perdas também.

O mundo democrático e ocidental é visto como o Grande Satã pelos Árabes que não questionam seus aiatolás. Talvez, quem sabe, que a guerra árabe passe mais pela rejeição da anarquia do Ocidente do que por qualquer outro motivo. Ele tem medo da nossa promiscuidade, e nós de suas bombas!

É bom ser inocente, e seguir normas, obedecer, achar que alguém acima reponde e sabe por nós? Não sei! Mas, quando isso acontecia descansávamos mais. Só que na relativização, assumimos a liberdade de tudo, até de decidir as regras, o certo e o errado, e isso gera um desgaste enorme, um fardo que é pesado.

Quando os líderes carregavam por nós, embora falando bobagens, ou sendo ingênuos, não víamos isso, só experimentávamos a situação paternal por trás... Mas “os nossos olhos foram abertos”, e agora somos como deuses, conhecedores do bem e do mal e temos que carregar o fardo desse conhecimento. Perdemos a noção da inocência. Coisa rica, preciosa, mas ela foi embora, e agora sempre temos um "senão".

Perdemos a noção de segurança... Naquele tempo, disse esses dias o Arnaldo Jabor, 90% dos moradores das favelas não sabiam da sua criminalidade e nem eram cúmplices com o crime, hoje, disse ele, isto é uma falácia. Tá tudo dominado...Verdade, quantas vezes fui à casa do irmão numa favela, e via como, apesar de pobre o ambiente, era de paz, havia muita briga sim, de marido e mulher, briga de mulher por causa de água, mas não havia a falta da pureza em relação ao crime. Esses nossos irmãos hoje, estariam comprometidos com o que sabem ou deixam de saber. Embora não sejam culpados!

Certo pastor, amigo meu, cuja igreja é numa favela, disse-me que é obrigado a seguir certos caprichos porque senão, morre! De fato tudo mudou.

A igreja deixou de ser o referencial para nós, digo a igreja física mesmo, lembre-se:"nossos olhos foram abertos”, logo a igreja é apenas um prédio sem nenhum valor ou apego místico... histórico, totemizado, isso tem um preço. Lembro-me quando adolescente, uma bolinha de papel minha caiu no púlpito da minha igreja, e fiquei apavorado, não podia deixá-lá lá e ao mesmo tempo não tinha coragem de subir pois o local era santo... mas “nossos olhos foram abertos”, e a igreja agora é apenas um lugar em construção, pois desmistificamos a mesma, agora somos os construtores. Isso é bom? Tudo tem o seu preço.

Hoje ninguém se ajoelha mais no Templo, como disse o Edson Coelho... "Entrei no Templo, dobrei os meus joelhos, para conversar como Senhor..." ninguém o faz por livre e espontânea vontade, só quando o pastor quase obriga.

Perdemos a sacrossanta visão do mesmo, a visão de Ana, que apenas balbuciava no Tabernáculo em Siló. “Nossos olhos foram abertos.” Perdemos a noção do místico, do sagrado, do misterioso, e não estamos muito preocupados com isso, “nossos olhos foram abertos” para outras coisas, para o mundo virtual, para a Internet, agora somos semideuses, achamos tudo num clicar de mouse. Somos aficionados pelas novidades, pelo mágico e misterioso, sem as quais, como Adão deve ter pensado, não podia viver sem elas... Foi o que o Diabo mostrou a Jesus, o mundo e sua glória, ele sempre faz isso, sabe como isso nos encanta também. “Ele tem aberto os nossos olhos”.

Temos tudo, somos preocupados demais em atender a indústria da tecnologia, dos celulares às máquinas mais modernas e não temos nem de perto um pouco da repulsa do unabomber, terrorista americano que preferiu explodiu um prédio por não se conformar com a evolução gigantesca da tecnologia avassaladora, antes que, segundo disse, fosse destruído por ela, não que o que fez estava certo. Vidas são vidas! Mas ele, louco, não soube administrar o novo século, não quis abrir os seu olhos, só usava máquina de escrever e olhe lá..

Cometeu uma loucura, mas a loucura maior ainda continua por aí, nos engolindo... A Bíblia chama isso de Aion, ou de Mundo, ou de Presente século...Ficamos encantados com a pós-modernidade, com suas facilidades, com o encanto de um mundo livre, mas com a pós-modernidade, veio também a pós-cristandade.

Ninguém, absolutamente passou ileso disso.

Perdemos o nosso tempo. Perdemos a nossa liberdade, perdemos a nossa inocência. Perdemos nossos afetos, perdemos, perdemos, perdemos, enquanto tentam nos dizer: Vocês ganharam, ganharam e ganharam... falácia pura!

Deus já vem desconstruindo a sua participação há muito tempo em muitas igrejas... Lembra-se de uma mulher chamada Rosalee M. Apeble? Que começou o trabalho sério em sua igreja com o pastor Enéias Tognine lá na igreja da década de 60? Lembra da onde era?

Da santa Igreja Batista de Goiânia? Agora é a Batista da Lagoinha, da Unção de Toronto, do transe da Ana Paula Valadão, das riquezas da sua grife e ao mesmo tempo das loucuras da sua fé... Há se a Missionária estivesse por aqui... Talvez estivesse inserida no contexto...O que nos resta é voltar, não a igreja antiga, mas ao primeiro amor, e isso é de fato algo muito difícil, pois envolve renuncia, não acontece com métodos, com programas, é com conversão do coração individual ao primeiro amor.

Como eu costumo dizer, o passado é um continente, por vezes parece bonito, mas que não há embarcações para lá.

Ou podemos "ter os nossos olhos abertos" por Deus ou pela velha serpente.

Peço a Deus que eu não veja o que não é para ser visto e ver o que é para ser visto.

Fico pensando em Ezequiel, que via e sofria com o que acontecia...

Fico pensando em Jeremias que via e chorava...

Fico pensando em Elias que via e protestava...

Fico pensando em Habacuque que via e reclamava...

Fico pensando em Daniel, que viu o tempo da bagunça acabar, e em meio a Babilônia previu o retorno, que Deus não se esquece do seu povo, que há lutas travadas no céu, que o diabo existe, que passado 70 anos, as coisas mudariam. Que o império ruiria... Fico pensando nesse homem que em meio à tudo isso que estamos vivendo ouviu... E sobreviveu cheio de graças, ainda que cercado de leões..." Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Ele respondeu: Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. "

Que o Senhor Jesus, que anda no meio dos candeeiros diga quem é igreja ou não, pois ele é o único que tem os olhos como chamas de fogo e pés reluzentes como bronze polido, pois nunca pisou em nada sujo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008


VOCÊ FALA SIBOLETE
OU CHIBOLETE?

Pastor Neucir Valentim


“Então os homens de Efraim se congregaram, passaram para Zafom e disseram a Jefté: Por que passaste a combater contra os amonitas, e não nos chamaste para irmos contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo.” E houve naquele dia grande batalha...

Nenhuma história bíblica retrata tamanha contradição e estupidez humana como essa. Os homens de Israel, da tribo de Efraim, ao saber que os homens de Israel da tribo de Manassés, estiveram lutando contra os amonitas, povo inimigo da nação, à qual pertenciam as duas tribos, ficaram profundamente irritados porque não foram convidados para pelejar juntos. E, assim, porque não foram lutar lado a lado, tornaram-se inimigos entre si, a tal ponto, que houve grande peleja naquele dia, de modo que nessa luta insólita, morreram, apenas de Efraim, cerca de 42.000 homens.

E para completar a tragédia, os homens de Manassés, chefiados por Jefté estabeleceram um código de morte: Para saber se os que vinham ao seu encontro eram efraimitas, solicitavam que dissessem: Chibolete; porém se o indivíduo dissesse: Sibolete, porque não o podia pronunciar bem, pegavam o tal, e o degolavam nos vaus do Jordão (Jz 12:6).

Traduzindo essa história estúpida em linguagem simples: O mesmo povo, a mesma gente, estava guerreando entre si, ao invés de unir forças e lutar juntos contra o inimigo comum a ambos, os amonitas, e por isso foram derrotados, porque, na ânsia de guerrear, usaram suas forças contra si mesmos.

Não bastasse isso, ainda estabeleceram esse código de morte: Quem usasse a palavra errada e trocasse, por descuido fútil ou banal, o som do “CH”, estava fadado à morte.
Essa história sinistra, tirada do livro dos juízes, faz-nos lembrar um pouco da nossa história evangélica no Brasil.

Isto porque, todos nós, enquanto denominações ou igrejas, as vezes ficamos profundamente irritados porque este ou aquele grupo ou seguimento evangélico, está travando uma peleja, da qual muitas vezes não somos chamados a estar juntos, quer por falta de contato, de comunicação ou de uma comunhão mais estreita, e aí surge aquele espírito “efraimita”, que começa a buscar um meio de estabelecer uma rixa, uma demanda ou contenda, de tal forma que, passamos a guerrear mais com os de dentro do que com os de fora. Ficamos, também como os homens de Jefté, buscando um meio de descobrir qual, dentre nós, tem a linguagem diferente, para patrulhá-lo e para segregá-lo, querendo saber se ele fala Sibolete ou Chibolete.

Só que os nossos ouvidos buscam identificar os sons de posições teológicas ou litúrgicas: Se tem um “essezinho” meio carismático ou quem sabe, se usa aquele “chezão” tradicional.

Busca-se descobrir até se é um CH misturado. Quem sabe pode haver um “S” camuflado!!! Cuidado com ele! O “CH” dele é diferente! etc. E dependendo da pronúncia, sai de baixo, porque a lenha desce, e desce feio! É por isso que temos um tão grande contingente denominacional espalhado por aí.

Um instituto de pesquisa religiosa do RJ - ISER, catalogou somente no Rio de Janeiro, mais de 8.000 nomes de igrejas ditas “evangélicas”, posto que cada qual quer batalhar sozinha e falar o “CH” certo! Uma vez que se acham como as únicas capazes de pronunciá-lo corretamente, e assim, não querem se juntar as que já existem, criam mais uma instituição, mais um nome, mais um grupo, mais uma facção, que ao invés de somar força na luta espiritual contra o Diabo, inimigo comum de todos os crentes, guerreiam entre si.

Reflitamos: Quantas vezes nos pegamos patrulhando o outro, não é verdade? Tentando descobrir-lhe a fala, a linguagem.

Se fala o nosso Chibolete ou um estranho Sibolete! Sim, e quantas vezes, também, nos vemos testados, onde desejam saber de nós qual tipo de “linguagem” usamos. Existem até aqueles que, na hora da Santa Ceia dizem: “Olha: - aqui só participam da Mesa do Senhor os que falam “Chibolete!”, como se a mesa fosse deles e não do Senhor.

Caímos assim, como instituição evangélica, na mesma estupidez dessas duas tribos de Israel, que se digladiaram entre si, quando podiam unir as suas forças contra os filhos de Amom, ao invés de ficar guerreando internamente. A grande tragédia é que as nossas guerras circulam, de forma ainda mais medíocre, em termos de coreografia: Se levantamos ou não a mão na hora do culto, se batemos ou não palmas, se temos ou não “corinhos” no louvor, se oramos alto ou baixo, enfim, mata-se muitas vezes a comunhão com o irmão porque ele fala um pouquinho diferente de nós, porque o “CH” dele, tem uma tênue diferença quanto ao nosso, e aí, acontece aquela luta retratada no livro de Juízes: “Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão.” Que possamos ter o discernimento espiritual para não entrarmos em lutas tolas, mas estarmos lutando firmes contra o nosso inimigo comum: O Diabo. E quanto aos que falam Sibolete ou Chibolete, que possam viver em paz, cada qual com sua própria maneira de ser e de falar, porque, sobretudo, pertencemos todos à mesma nação (I Pe 2:9), somos o mesmo povo que vai para o céu, quer se fale Sibolete ou Chibolete.

Somos a Igreja de Jesus!

Glossário: Chibolete significa riacho fluente. Palavra que os Efraimitas não conseguiam pronunciar corretamente, à semelhança de certas palavras regionais brasileiras, cujo som é diferente em outros estados.
CIDADE DE NITERÓI
Pastor Neucir Valentim



Niterói é uma palavra indígena que significa “águas paradas” ou “águas entre pedras.” Para nós que temos a nossa igreja situada no centro da cidade que leva esse nome, é bem sugestivo. Pense bem: Somos uma igreja situada em águas paradas, ou que vive em águas entre pedras. A partir deste desafio etimológico, podemos crer que, enquanto igreja, devemos procurar mover as águas, ainda que existam pedras gigantes a nos desafiar.

Águas paradas, geralmente, não são boas, são propensas a se transformarem em depósitos de parasitas, tornando-se em águas doentes, a semelhança das águas amargas de Mara, imprestáveis para dessedentar aquele que tem sede da água da vida. Que a semelhança de Moisés clamemos aos Senhor para que transforme estas águas paradas em águas potáveis, cheias de vida (Ex 15:25).

Quem sabe, temos também ouvido o clamor de muitos dos que aqui vivem e passam como o profeta Eliseu ouviu no passado: “Eis que a situação desta cidade é agradável, como vê meu senhor; porém as águas são péssimas, e a terra é estéril.” II Reis 2:19.
Recente pesquisa do IBGE revelou que Niterói está em 4º lugar no quesito cidade com melhor qualidade de vida no Brasil, e os seus administradores desejam vê-la em 1º lugar em breve. Mas será que a semelhança do texto de II Reis 2:19, referido acima, vivemos numa cidade agradável, mas que, espiritualmente falando, tem águas péssimas e a terra é estéril? Quando andamos pela cidade percebemos o quando isto é um fato. Percebemos nas faces, nos olhares dos transeuntes uma profunda sede de Deus, sede que só Jesus pode saciar.

Deus está convocando você, membro desta igreja, que vive no meio destas “águas paradas” para, sanear estas águas, e pelo Espírito Santo, canalizar nesta cidade “águas das fontes da salvação” Is 12:3. Proclamando a salvação em Jesus, que diz veementemente: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” Jo 4:14.

Aceite este desafio!

ENTREVISTA COM O SENHOR LEGALISTA
Pastor Neucir Valentim

O nosso Blog conseguiu falar com o senhor Legalista.







Blog: Tudo bom senhor Legalista? É um prazer para este Blog poder entrevistá-lo...

Legalista: O prazer é todo meu, desde que vocês não passem da hora marcada para terminar a entrevista. Comigo é assim: Tudo tem hora para começar e para terminar, caso contrário eu fico de mal humor e vou embora. Aliás, quando estou num culto e este passa cinco minutos do horário do término, sinto-me extremamente aborrecido.

Blog: Tudo bem, deixemos o horário de lado e falemos um pouco do senhor.

Legalista: Eu sou uma pessoa boa, cumpro com os meu deveres, sou honesto e até ajudo muito no reino de Deus.

Blog: Como o senhor ajuda?

Legalista: Eu me sinto um fiscal por natureza. Tenho esta vocação em mim. Não faço isso para ficar bisbilhotando a vida alheia para fazer fofoca, muito pelo contrário, meu objetivo é nobre, livrar a igreja daqueles que cometem faltas. Estou sempre pronto para identificá-los. Imaginem vocês se as pessoas erram e não tem quem as acuse?

Blog: Mas o senhor não acha que toda acusação obcecada, bem como toda busca detalhista de culpa, pode ser de origem diabólica, pois não se trata de justiça mas sim do prazer pela condenação?

Legalista: Eu não busco condenação, mas acho que pessoas que erram devem ser punidas exemplarmente. Sempre!

Blog: A que igreja o senhor pertence?


Legalista: Eu gosto apenas de algumas igrejas. Principalmente aquelas que buscam, como eu, descobrir os erros alheiros, publicá-los e disciplinar cruelmente os que erram. Mas a rigor não me adapto a igreja alguma. Elas tem tantos defeitos (...) com o tempo eu sempre descubro um erro aqui, outro ali, que não condiz com o meu padrão, e aí eu me aborreço.

Blog: O senhor tem alguma profissão?

Legalista: Sim, sou médico oftalmologista. Meu trabalho é examinar os olhos das pessoas, para ver se não tem algum argueiro... (Mt 7:3)

Blog: O senhor pratica algum esporte?

Legalista: Todo esporte que exija um árbitro. Eu gosto mesmo é de ser juiz!

Blog: O senhor tem alguma frustração? Algum sonho não realizado?

Legalista: Sua pergunta me pegou de surpresa, pois na verdade eu tenho uma grande frustração. Gostaria de ter sido promotor público, creio até que trabalharia de graça, por prazer. Com a minha visão crítica apurada, muito poderia ajudar a justiça. Geralmente sei de cor os estatutos, regimentos, regulamentos, códigos, etc., para ficar atento a qualquer irregularidade; Afinal não se pode confiar em ninguém!

Blog: Qual o texto da Bíblia que o senhor mais gosta?

Legalista: Gosto de Êxodo 21:24. “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé

Blog: Mas este versículo não pertence a uma época em que a misericórdia era pouco exercida?

Legalista: Sim, mas particularmente eu não gosto muito de falar sobre misericórdia, ver as pessoas sob misericórdia, julgar sob misericórdia, pois muita misericórdia alivia a culpa de quem está sob o peso do erro, que precisa ser punido.

Blog: Mas não foi por isso que Cristo morreu?

Legalista: Eu não entendo muito de teologia...

Blog: Qual o versículo da Bíblia que o senhor menos gosta?

Legalista: O de Romanos 2:1 “Portanto, és inescusável, ó homem, qualquer que sejas, quando julgas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu que julgas, praticas o mesmo”, - Este versículo me faz sentir um pouco culpado... de algumas coisas que faço...

Blog: O senhor é parente de Arrogante?

Legalista: Sim, sou seu primo. Como vocês descobriram?

Blog: É simples: O legalismo é a pressuposição arrogante de achar que se pode agradar a Deus apenas pela observância de mandamentos legais, sem o exercício da misericórdia. E isto é parte de um espírito arrogante! Por isso a familiaridade.

segunda-feira, 5 de maio de 2008


E O GATO ME MORDEU...

Pastor Neucir Valentim





Meu gato "vive" na igreja.

Ouve hinos o dia inteiro. Muitas vezes me faz companhia quando faço minhas meditações bíblicas. É amigo de minha esposa e filhas, que lhes devotam mais atenção do que eu. É um bom gato. Calmo, sereno e tranqüilo... mas, não é crente! Sim, meu gato não é crente, porque animais não podem ser ou ter sentimentos transcendentes, como fé ou introspecção, posto que não possuem espírito, aquilo que a bíblia chama de nefech, tem apenas o fôlego de vida ou ruach.


Assim como o meu gato que "vive" na igreja e muitas vezes assiste aos cultos de "camarote" pela janelinha que dá para o templo, existem muitas pessoas, que "vivem" na igreja, participam dos cânticos, ouvem a Palavra, tem manias e jeito de gente crente, mas, que a semelhança de meu gato, não são crentes, pois não têm uma profundidade maior com Deus.


A igreja e o convívio com a comunidade eclesiástica não fazem deles um novo nascido, um salvo. Entendeu? Isso mesmo, para ser filho de Deus, requer-se muito mais do que estar, ficar ou fazer coisas na igreja, é necessário ter um profundo encontro com o Senhor Jesus, numa experiência pessoal, inigualável e sobretudo, de regeneração.


Ao escrever este artigo, o meu antebraço está inchado, com dois furos na altura de minhas veias, o tendão do meu braço está ferido fazendo com que os movimentos dos meus dedos me produzam arrepios, e as minhas pernas estão arranhadas, sinto inclusive, bastante dor ao digitar as teclas do computador.


Sabe por que? Por causa do meu gato, que não é crente! Nessa madrugada quis dar um passeio para conhecer a vida noturna, estava cansado da vida da igreja, para ele sem graça e sem emoções. De repente sumiu, foi à procura de aventuras. A minha família chorou pelo seu desvio, sua ida, sem dar satisfação ou pelo menos uma despedida. Foi bastante insensível!


Lá pela madrugada, ouvi um ruído, um miado de gato, perdido na noite escura, isolado, um clamor de um felino perdido, talvez, no refeitório da igreja. Entrei no referido recinto, fechado, escuro, com ares sepulcrais.


De repente, num susto, senti suas presas e garras em cima de mim, pois apavorado e com medo, não percebeu que se tratava de um amigo, e por isso atacou sem dó nem piedade. Em poucos segundos a roupa que usava estava repleta de sangue, que incontido, não parava de jorrar da veia do braço que fora perfurada pelos seus dentes.


Uma vez identificando o seu dono, voltou para casa meio ressabiado, sem pedir desculpas a ninguém, apenas deitou e dormiu... Enquanto eu usava compressas e analgésicos!


A história contada, de alguma forma, ilustra aqueles que vivem na igreja, mas, não têm um conhecimento do Dono da Igreja. Assim como o meu gato que vivia na minha casa, há muita gente que vive na Casa de Deus e não O conhece, e por isso, na primeira oportunidade, fortuita, busca uma forma de pular o muro, a janela, a rotina eclesiástica, para achar na vida, fora dos limites estabelecidos, prazeres que o levarão a perdição. O meu gato ficou perdido numa noite escura.

Ocorre que, para seres humanos, essa noite escura pode se tornar eterna. E um pequeno desvio de rota, pode levá-los a perdição. O profeta Daniel diz que esta noite será de pavor e vergonha eterna: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno."


E a grande tragédia dessa história toda, é que, assim como, com boa vontade e ternura, busquei achar o meu gato no meio da noite, atendendo o seu clamor felino, existe um Salvador, que anda pelas noites, pelas regiões da sombra e da morte, buscando aqueles que por Ele clamam, pronto a buscá-los, como o Sumo Pastor faz com suas ovelhas: " Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? (Mt 18:12).


Mas, assim como fui mal compreendido pelo meu gato, muitos assim fazem para com Deus, e ao invés de conhecer a sua voz, confundem-se, pois não são ovelhas do Seu aprisco e por isso, não conhece a voz do pastor: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem" (Jo 10:27). E nesses casos, não importa a dor e o sangue derramado pelo Senhor, porque, por mais que se busque apanhá-las no meio da noite, e colocá-las em lugar seguro, haverá sempre uma outra ocasião para novas fugas, desvios e desencontros...


Saiba que o Senhor está sempre disposto a dar a sua vida e o seu sangue pelos que se perdem, ou melhor, pelos que nunca se acharam nele... pense nisso. Mas, é necessário reconhecer-lhe a voz.
Quanto ao meu gato. Não usarei mais de misericórdia ou farei qualquer esforço para buscá-lo, se quiser ir que vá, pois a dor que estou sentindo é muito grande agora... e ele continua dormindo cinicamente, esperando a próxima noite, a próxima fuga, e quem sabe, da ida sem volta. A bem da verdade... Não sou pastor de gatos!




O ANSIOLÍMETRO
DE DEUS...

Pastor Neucir Valentim




“sabe também que eu julgarei a nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens. Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado. Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.” Gn 15:14 a 16.




Abrão está vivendo uma agonia mental, tipo aquelas que nos acometem à noite, quando estamos bastante preocupados.



Deus havia lhe dito que cumpriria a promessa feita, e ele teria um herdeiro, Abrão havia crido, e até fez uma altar para que o Senhor confirmasse a promessa. Neste ínterim, o velho patriarca, é vítima do pavor noturno, do medo de descrer, ou talvez, da falta de uma “materialização” mais clara da promessa feita.



O Texto diz (Gn 15:12) que caiu um profundo sono sobre ele, e grande pavor e cerradas trevas. Certamente Abrão foi acometido por algo muito conhecido nosso, chamado ansiedade. O grande homem de Deus, o Pai da fé, estava sentindo as garras da ansiedade, que se materializavam como aves de rapina, e desciam sobre o holocausto que oferecera ao Senhor (Gn 15:11). Por mais que ele as enxotasse, elas permaneciam em cima dele.



Se você já ficou ansioso um dia, sabe como a ansiedade age, a semelhança destas aves de rapina, que descem sobre a nossa mente, provocando medo, pavor e insegurança.



A primeira coisa que Deus faz quando a ansiedade chega é dizer que Ele tem o controle de tudo, do hoje, do amanhã e do depois de amanhã. Por isso Deus diz a Abrão o que vai acontecer nos próximos 400 anos! (Gn 15:13). Quantas vezes nos preocupamos com o hoje e Deus quer nos mostrar o resultado de sua ação à longo prazo? Mas nós nos ofuscamos com o agora, e não percebemos os horizontes divinos.



Em segundo lugar Deus Diz ao patriarca, que a sua “pré-ocupação” isto é, que o fato de ocupar-se antecipadamente com as coisas, não vai mudar o futuro. Por isso o Senhor Jesus falando aos discípulos diz o seguinte sobre a ansiedade: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. (Mt 6:34). Logo depois o próprio Deus revela a Abrão que as coisas circunstanciais não afetariam o futuro da vida do patriarca: “Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado.” Ou seja, Fique tranqüilo Abrão, porque ainda viverás bastante tempo, ficarás velho e gozarás uma boa aposentadoria com os seus netinhos! Não se preocupe à toa.



Em último lugar, Deus fala algo que julgo muito interessante: Que nada fica desapercebido do seu olhar perscrutador, as injustiças, os erros e os maltratos que sofremos, etc. “porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.” O que significa isso? Significa que Deus tem uma medida, um “ansiolímetro”, um medidor de ansiedade causada. E toda essa gente que nos causa mal estar, ansiedade, dificuldade ou até mesmo perseguição, terá o seu dia de juízo, quando a medida chegar ao limite máximo.
Eu não conheço as razões de suas ansiedades, ou mesmo as suas preocupações, mas segundo o texto título desta pastoral, elas são inúteis e não modificarão o curso da vida. Portanto, não vale à pena ficar ansioso. Uma outra coisa, em não conheço a sua realidade, se existe alguém que o estressa, que o faz perder a paz, que o maltrata. Mas uma coisa sei, que se porventura existe, a medida está sendo controlada por Deus, e quando ela chegar no nível máximo, Ele certamente agirá de forma surpreendente a seu favor dando um basta final! Portanto, meu irmão, descansa em Deus até que se encha a mediada dos amorreus.