sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Minha conversão e a importância do trabalho infantil

MINHA CONVERSÃO E 
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
 INFANTIL NA IGREJA!
Pastor Neucir Valentim



Lembro-me como se fosse hoje: Aos seis anos, andava pelos cantos de minha casa triste e chorando escondido, sem motivos aparentes para isso. Sentia vontade de expor aquela tristeza interna que marcava a minha alma, e por isso chorava muito. 
Sempre fui muito amado pela minha família, e nunca tive motivos aparentes para aquela compulsão para o choro que me vinha regularmente.  
Lembro-me que um dia, ainda  com aquela angústia na alma, fui para rua brincar, como todo garoto de minha  idade. De repente, olhei para o céu. 
Vi algo que parecia uma mão acenando para mim, chamando-me para si. Nunca havia tido tal experiência, nunca havia freqüentado a nenhum grupo religioso cuja idéia de "visões" era comum. Para mim aquilo era estranho, inusitado, mas gostoso. Incontinente, procurei minha mãe, e lhe mostrei o que estava vendo. Ela olhou para o céu e nada viu. 
A visão da mão no céu me era exclusiva. Mas, mesmo desconhecendo o fenômeno, ou o que pudera ser, deu-me ela uma grande orientação: - Meu filho, se você está vendo alguma coisa, vá para casa, dobre o seu joelho no chão e peça a Deus que Ele há de esclarecer. 
Sem mais delongas, sozinho, ajoelhei-me aos pés da cama de minha mãe, e fiz uma pequena oração, de alguém que  nem ao menos sabia orar: Em palavras pobremente  colocadas, mas numa oração sincera, pedi a Deus um esclarecimento daquilo que via. Quando então o meu coração ouviu e entendeu de forma clara o significado daquele episódio: Segurança, dizia ao meu coração - Salvação! Era isso o que eu ouvira, Era isso o que me  estava prometendo aquela mão  e o meu coração entendera bem. Pouco tempo depois, mudei-me para Niterói. 
Aquela experiência nunca mais fora esquecida, havia marcado a minha pequena existência. Certo dia, andando numa rua próxima a minha casa, ouvi uns cânticos de uma igreja evangélica na rua Visconde do Uruguai, elas me atraíram como os insetos são levados à luz. As músicas procediam de um culto infantil, com bandinha e tudo mais. Entrei meio perdido e desajeitado e fiquei para ver o que era. Ao final do culto, o pregador fez o seguinte apelo: Quem quer ter SEGURANÇA e SALVAÇÃO, somente poderá encontrá-las em Jesus! Nada mais claro em minha vida. Ele estava falando comigo sobre o que me acontecera algum tempo atrás. Para completar, o hino cantado logo após o apelo foi: "Quando Jesus estendeu A SUA MÃO, quando Ele ESTENDEU A SUA MÃO PARA MIM, eu era pobre perdido, sem Deus sem Jesus, quando ELE ESTENDEU A SUA MÃO PARA MIM..." 
Naquela hora me rendi a Cristo, indo a frente,  atendendo ao apelo do pregador e reconhecendo-me como pecador, e aquela tristeza que invadia meu  coração durante minha pequena existência fora embora instantaneamente, e nunca mais  senti aquela agonia de alma que me levava a chorar, sem saber os motivos, mas que certamente eram de alguém que precisava e queria conhecer a Cristo, ainda criança.
Convém lembrar que naquele dia ninguém anotou o meu nome ou me deu atenção, afinal, eu era apenas uma criança... mas Jesus havia anotado o meu nome no Seu Livro da Vida.
Querido irmão, essa experiência não é só minha. Segundo o "Hand Book on Children's Evangelism" de Lionel Hunt, publicado pela Moody Press, os números abaixo, revelam, de maneira inequívoca, que a melhor idade para a evangelização e a conversão de uma pessoa está na infância. Observe como os coraçõezinhos estão abertos para Cristo em tenra idade:

Antes dos 5 anos - 1%
De 5 a 15 anos - 85%
De 15 aos 30 anos -10%
Após os 30 anos - 4%

Perceba como é grande o índice de conversão nas idades de 5 a 15 anos! Segundo as estatísticas, essas conversões são genuínas e duradouras, e parte dos que se decidem por Cristo nessa idade, tornam-se crentes sinceros até o final de suas vidas.
D. L. Moody disse: "Eu creio que, se as crianças tem idade suficiente para vir à Escola Dominical, elas têm idade suficiente para vir ao Calvário. Vamos abrir nossas mentes e que Deus nos ajude a ganhar as crianças para Cristo." Observe que Moody não está apenas dizendo que as crianças devem vir à Escola Dominical, mas sobretudo, serem levadas ao Calvário. A Escola Dominical não deve ser um fim em si mesma, mas o instrumento de Deus para levá-las a cruz, caso contrário, será apenas mais um ativismo, cujo fim se perde em si. 
C.H. Spurgeon, o príncipe dos pregadores afirmou: "Geralmente tenho encontrado um conhecimento mais claro do Evangelho e um amor fervoroso na criança convertida a Cristo do que no adulto convertido. Elas não precisam abandonar a incredulidade e as noções erradas que impedem tantos de aceitar o Evangelho" e ainda acrescentou: "Uma criança de cinco anos, devidamente instruída, pode verdadeiramente crer e ser regenerada tanto quanto um adulto."

 Como seres espirituais, existe nas crianças uma profunda sede de Deus, que certamente este mundo não pode saciar. Quando o salmista diz que a alma tem sede de Deus (Sl 42: 1 e 5), está incluso todo ser humano, entre eles as nossas crianças. Que desesperadamente carecem de Deus, como todo pecador, sendo no entanto, segundo as estatísticas, mais prontas a ir às águas cristalinas da fé.
Que Deus abençoe a nossa igreja dando-nos a firmeza do ministério infantil. Que pensemos mais em nossas crianças, que elas possam ser levadas ao Calvário, numa experiência de profunda regeneração.
Lembro-me dessa canção como se fosse hoje! Veja  no vídeo o Hino na voz de Luiz de Carvalho: