quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não apenas um sonho de criança

NÃO APENAS UM SONHO DE CRIANÇA

Pastor Neucir Valentim



“E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, e verão a sua face; ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos.” Ap 22 ss

Para mim a morte sempre tem aquela cara feia e ameaçadora que nos lembra sempre o quão frágeis somos, e de que um dia voltaremos ao pó, sujeitos às suas garras, como nos diz a sentença de Deus proferida lá no Éden:

- Tu és pós e as pó voltarás!


Quando, porém, leio o texto bíblico de Apocalipse cap. 22, que fecha com chave de ouro as revelações de João na ilha de Pátmos, alguma coisa acontece dentro de mim que me faz ver a morte com outros olhos, os olhos da fé, que me levam a sonhar com a vida futura, prometida pelo Senhor, e que não mais nos levará as lágrimas, pois o Senhor as enxugará de nossos olhos.

Duas coisas neste texto me saltam aos olhos:
Em primeiro lugar é que não haverá mais maldição. Sim, para nós que vivemos num mundo de maldições, esta é uma realidade difícil de compreender, isto porque nascemos sob maldições: da morte, do trabalho com suor, do parto com dores, da terra que produziria cardos e abrolhos, a maldição das perdas, das dores, e dos sofrimentos, etc. Como já disse, com bastante razão o filósofo mais renomeado de nosso século, Jean Paul Sartre que, na sua completa ausência de Deus, revela uma profunda verdade existencial: Viver é sofrer!

Sim, viver neste mundo é sofrer quando não se tem a visão de algo maior, de alguma coisa transcendente, de uma realidade que seja maior do que esta vida medíocre.

A segunda coisa que me chama atenção neste texto é a presença visível, perceptível e acolhedora do cordeiro de Deus e do próprio Deus. Que coisa magnífica estar junto de Deus, da sua bondade, do seu amor, do seu carinho e da sua misericórdia, e tendo o cordeiro como o nosso eterno Sumo Pastor, que nos levará as águas cristalinas.

Lembro-me que um dia, ainda criança, sonhei que estava no céu. Hoje percebo como o céu do meu sonho se parecia com o céu de João. Chorei quando acordei porque não queria deixar aquele lugar maravilhoso.

Hoje, com o tempo já passado, lembro-me daquele sonho e, para minha alegria sei, pela fé que não era apenas um sonho de criança, mas a visão ainda que infantil daquilo que nos está prometido pelo Senhor todo poderoso, e mais, que um dia meu sonho de criança, há de se tornar um fato eterno na minha vida.

Por isso anseio o céu.

A inveja mata?

A INVEJA MATA?
Pastor Neucir Valentim
Disse Deus a Caim: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”


Costumo definir inveja como a sensação de mal estar ante a um bem alheio...

Não é o desejo de ter o que o outro tem, mas de mal estar pelo que o outro tem, representa ou é.

Certa pessoa me contou que sofria desse problema, chegou ao ponto em que tinha um livro raro, e que daria de presente... Mostrou ao “invejoso” sem maldades. Ele não se importou com o conteúdo do livro, mas ficou querendo ter um igual, mesmo sem entender bem do que se tratava.

A situação foi tão constrangedora que a pessoa teve que ir, debaixo de muita insistência num sebo (onde se vende livros usados) para achar algo parecido para ele. Ainda que inferior, não original e sem o valor daquele livro, mas meio parecido... Para aplacar o desejo infantil, mas perigoso do “invejoso”.

Contou-me ainda que a pessoa vivia observando os seus passos, copiando seus atos, imitando até seus pensamentos, sugando suas idéias, falas e quiçá, seus ditados. Disse-me a pessoa cuja credibilidade é indiscutível e não sofre de nenhuma patologia psicótica.

“Não sossegava enquanto me via bem, criativa e com os resultados do que tinha, fazia ou era.”- Contou-me. Aliás, algo comprovado pelo que observei também.

“Ao mesmo tempo em que me admirava, me angustiava,”- sofria assim a vítima da pessoa invejosa que vivia como Caim, pois não estava satisfeita com o que tinha, mas com o que a outra tinha.

Falei para quem sofria de tal caso, que tenho medo da inveja, sim, não a mística que trás presságios, agouros ou coisa do gênero, que faz secar plantas, de olho grande ou coisa assim, não, isso não existe! Isso é crendice pagã!

Existem cercas espirituais contra o Diabo! Mas temo a inveja que se manifesta de forma operacional, como Caim que pegou um cutelo e matou o seu irmão Abel. Fez diretamente! Invejou, sentiu-se mal e matou. Pronto. Fatídico e mortal, mas real. (Gn 4:8); José também foi vítima da inveja, e acabou sendo vendido por seus irmãos (Gn 37:11) pelo mesmo motivo.

Pessoas são capazes de tudo por causa da inveja, pelo medo de não ser admirada ou sentir-se mal ante o bem alheio.

Ocorre que eu nunca tinha ouvido nada assim, tão concreto, objetivo e real, e nem acreditava em tal situação.

Psicologicamente falando, poderia dizer que o ser humano é portador da díade “Existir-Sobreviver”, daí ter um instinto de competição voraz e antropofágica, que é a competição terrível de idéias, sentimentos e prazeres. Tal competição o leva a níveis altos de tensão, que gera o distresse (estresse maligno), causador de moléstias graves de caráter psicossomático.

Tenho entendido que “A Inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas (...). Assiste com despeito aos sucessos dos homens e este espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício”.

Como Cristão entendo que a inveja é obra da carne, apontada por Paulo em Gálatas 5:19 a 21, e como todas elas, deve ser mortificada como os demais pecados ali listados.

Como simples mortal, tenho medo de gente assim, que é capaz de tudo por essa doença da alma. Talvez você tenha sido vítima de algo tão tangível e real e próximo ao mesmo tempo.

A pergunta que devemos fazer é: O que fazer diante de tal situação, visto que não podemos nos desprender de tais pessoas facilmente, em virtude da proximidade com que as encontramos?

Em primeiro lugar evite o juízo temerário. Cuidado, não julgue as pessoas porque visitaram, sua casa e no dia seguinte a sua planta morreu, secou ou o peixinho do aquário morreu isto é superstição do paganismo mais baixo!

Em segundo lugar, procure ver se o desejo da pessoa é por você, de forma altruísta, se gosta de você e por isso te admira tanto, ao ponto de confundir admiração com o desejo puro e simples de imitá-lo. Isso acontece sem maldades! Se você causa impressão em determinada pessoa, pode ter alguém que o copie mesmo.

Em terceiro lugar, procure entender se é uma pessoa carente e está tentando agradá-lo com os seus elogios, é mesmo um amigo que gosta sinceramente de você.

Por último, se constatar que a pessoa, tem um instinto de competição voraz e destruidor, que é a competição terrível de idéias, sentimentos e prazeres, e que tal competição o levará a níveis altos de tensão, que gera em você o estresse maligno, causador de moléstias que atingem não só sua mente e seu corpo. Tome tais atitudes:

- Ore para ver se você está julgando certo!

- Peça a Deus ajuda para compreender a pessoa e amá-la e curá-la dessa enfermidade da carne.

- Lembrando! Cuidado para não cair no paganismo. Olho grande, olho gordo, inveja não são poderes mágicos que entram na sua casa. Se você é filho de Deus, mal nenhum chegará a sua tenda, ainda que existissem dessa forma, é o que diz o salmo 91. E em números 23 a Bíblia diz que essas coisas não valem contra os servos do Senhor: “Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem adivinhação contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus têm feito!”

- Ore para Deus dar um basta nesse sentimento que é tão cruel que atinge aquele que o tem, o invejoso, mas que Deus te proteja. Entregue sua vida na mão do Senhor e descanse!

- Não seja tão próximo, não abra tanto as comportas do seu coração para gente assim, afinal, Jesus disse que deveríamos ser simples como as pombas, mas prudente como as serpentes. (Mt 10:16).

- Peça proteção a Deus contra atos que essa pessoa pode fazer para prejudicá-lo direta ou indiretamente.

Confie em Deus!


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O poder da entonação na voz!

O PODER DA ENTONAÇÃO NA VOZ!





Muitas vezes, temos problema no nosso relacionamento porque não colocamos bem as coisas, ou as pessoas que nos ouve, não nos ouve com a entonação certa, por isso, existe muito mal entendido nas relações entre as pessoas.

Quando nós escrevemos, a vírgula é quem determina a entonação, quando falamos, essa vírgula é a pausa que damos.

Muitas vezes falamos bem de uma pessoa para outra, mas ela repete exatamente o que falamos mudando apenas a entonação, é o pior meio de causar contenda entre irmãos e nos tornarmos abomináveis para com Deus (Pv 6:16 e 17), vejamos o exemplo através da vírgula no texto, que na verdade é a entonação que damos na voz:



Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere.



Ela pode sumir com seu dinheiro.

23,4.

2,34.



Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.



Pode criar heróis.

Isso só, ele resolve.

Isso só ele resolve.



E vilões.

Esse, juiz, é corrupto.

Esse juiz é corrupto.



Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.



A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.

Não, queremos saber.



Uma vírgula muda tudo.



Detalhes Adicionais

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA LOUCAMENTE À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.

Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.



Viu, da próxima vez preste bem atenção, a pausa é pequena mas muda muita coisa!!!!!!!!!!!!!!!!!



Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.



Adaptado da ABL pelo pastor Neucir Valentim

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Quando a angústia bate a porta!

QUANDO A ANGÚSTIA BATE A PORTA!
Pastor Neucir Valentim





Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele cuidaria de mim. Jó 23: 6
Gostaria que você desse asas a sua imaginação e contemplasse o autor desta oração.
Trata-se de Jó, homem íntegro e reto, que temia a Deus e desviava-se do mal, mas que por um momento de sua vida foi vítima de uma séria de tragédias. Perdeu os seus bens, sua família, seu status, sua auto-estima e seu amor pela própria vida (Jó 10:1).

Nesta sucessão de tragédias, surgem três amigos para consolá-lo. E Deus nos livre de amigos assim, “amigos da onça”, que acusavam-no de ser o responsável pela própria desgraça, não bastasse isso, surge em Jó um tipo de doença que produziu chagas purulentas em toda extensão de seu corpo.

Neste contexto, este homem torna-se uma ilha, ninguém, compreende a sua dor, ninguém fala a sua linguagem, não há quem dimensione aquilo que vai lá dentro de seu coração ou no recôndito de sua alma.
Talvez a saudade dos filhos que se foram, vergonha, depressão, medo, e muita angústia como se vê: “E agora dentro de mim se derrama a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim “ Jó 30:6.
A pergunta que cabe aqui é: Como Jó conseguiu vencer essa feia etapa de sua vida?

No capítulo 23:2 ele descobre que há um que pode entendê-lo, compreender o seu gemido e dimensionar sua dor, esse é Deus. Então sente uma profunda necessidade de chegar-se a Ele para expor sua miséria 23:3 e 4 pois diz: Com boa ordem exporia perante Ele a minha causa (...)
Jó percebe que em alguns momentos da vida, quando parece que não somos compreendidos, que a dor é lancinante, que a aflição é profunda, importa chegar-se a Deus de forma integral. Assim descortina o poder do Todo Poderoso , sua majestade, sua grandeza, que não o intimida, antes o estimula a buscá-lo. “Segundo a grandeza do seu poder contenderia comigo? Não; antes cuidaria de mim...

O Deus a quem Jó recorreu em seu momento de angústia, dor e amargura, é o mesmo ontem, hoje e o será eternamente, e está a sua disposição para ouvir a sua dor e cuidar de você.

Por isso o autor de Hebreus nos orienta:
"Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” Hb 4:16. Sim, a mesma ousadia que Jó teve ao desejar apresentar-se a Deus, e expor a sua queixa devemos ter para sermos socorridos em tempo oportuno. Chegue-se a Deus!

Pastor Neucir Valentim

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alergia Espiritual

ALERGIA ESPIRITUAL
Pastor Neucir Valentim

A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo, uma hipersensibilidade além do normal a um estímulo externo. Em palavras simples alergia é uma ação desordenada e exacerbada do organismo, que ao invés de produzir saúde ao corpo, o adoece, pensando que o está protegendo.
Uma pessoa alérgica, reage muito diferente de uma pessoa comum a presença de um simples corante no refrigerante por exemplo, ou mesmo, pode desenvolver reações violentas no simples contato com um aracnídeo chamado ácaro que só é visto à luz de um microscópio, mas está em toda parte. Um alérgico pode ter uma reação de choque anafilático e mortal até por uma simples picada de abelha. Em outras palavras, o alérgico sofre com coisas com as quais todos convivem bem, como um simples pólen de flores, mas para ele é um grande problema. Seu corpo está em constante processo de irritação e inflamação, por qualquer bobagem.
Gostaria de pensar que assim como existem pessoas acima, existem também os alérgicos espirituais, gente que tem uma resposta exagerada e desproporcional ao que lhe cerca, e faz com que seu espírito adoeça facilmente.
Assim como há vários tipos de alergia física, há muitos tipos de alergias espirituais, desde uma pessoa que se sensibiliza fácil com o que vê, houve ou sente, como reage desproporcionalmente a uma palavra, uma ação que segundo os seus estímulos hipersensíveis, logo se ofendem. Ou pessoas que sofrem demasiadamente a coisas que são tão minúsculas como um micro ácaro. Gente que se escandaliza fácil, gente que se aborrece fácil, gente que se mordida por um pequeno inseto, é capaz de sentir-se ferido de morte.
Às vezes estranhamos aquelas pessoas que são perfeccionistas, exageradamente escrupulosas, ou profundamente sistemática que não consegue viver sem sofrer, as vezes por causa de uma vírgula, de uma coisa fora de lugar, de um simples esquecimento de alguém que deveria fazer alguma coisa e não o fez, a reação dessas pessoas é a de um alérgico espiritual, supersensível a qualquer coisa que entende como sendo certo, mas que na verdade, é uma reação exagerada as coisas comuns da vida.
O alérgico espiritual sofre tanto como o alérgico físico. Ele reponde a estímulos de forma desordenada ainda que não querendo, pois o seu grau imunológico é muito alto, e daí sofre mais do que os outros também.
Assim como a alergia simples que não tem cura, assim é a alergia espiritual, ambas precisam ser tratadas, cada qual de uma forma específica, através dos chamados histamínicos, remédios esses que informam ao organismo que esta tudo bem... Que ele se acalme e volte à normalidade diante de seu sofrimento desproporcional a um simples agressor, com quem todos convivem.
Assim como o alérgico começa na pesquisa das coisas que lhe fazem mal está na busca e na identificação do agente alérgino, assim também é o tratamento de quem tem alergia espiritual. A pergunta deve ser: O que me faz reagir assim, de forma exagerada? O que me causa problemas terríveis, mas a outros não? Por que eu tenho esse tipo de resposta onde poeira ser outra? Por que eu fico assim diante de coisas, as vezes, tão banais? E acima de tudo, qualquer alérgico deve ter em mente que o problema não está no mundo, nas coisas, nos detalhes, nos atos e fatos, está nele, no seu sistema imunológico adoecido, que lhe passa informações erradas.
Ao digitar essas palavras, o meu nariz está doendo, e acaba de pingar uma minúscula gota de sangue... Sabe por que? Eu sou alérgico. E o meu sistema imunológico não consegue viver com ácaro, mas como eu vou viver se tem ácaro em quase todos os lugares do mundo? E por que estou nesse estado? Porque as minhas reações imunológicas atentaram contra mim mesmo. Pensando em me defender, o meu sistema exagerou tanto que fez com que os cornetos do meu nariz ficassem inchados, que a adenóide ficasse com quase o triplo do tamanho, que a minha respiração se tornou um fardo. Por isso estou assim, e quando não consigo controlar mais essas coisas, elas são obrigadas a serem retiradas cirurgicamente! Quão terrível é ser alérgico! O que fazer? Em alguns casos um simples tratamento imunológico adequado resolve, ou vacinas sistemáticas, e remédios, mas uma coisa eu sei, o problema está em mim, não fora de mim. Se eu posso controlar o ácaro o farei, se não vou tentar usar remédios, caso contrário, vou parar é na mesa de cirúrgica mesmo.
Eu não gosto de ser alérgico, mas sou... Assim também como ninguém gosta de ser pecador... mas somos! Paulo, escrevendo aos Gálatas (Gl 5:19 a 21) ele enumera um monte de alergia que o nosso próprio ser produz... Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas. Sim, essas coisas são produzidas pelo homem pecador, que reage de forma errada a esses estímulos, e se agente não prestar atenção eles vão criar problemas, pois essas coisas reagem de forma errônea diante do mundo. Não é tirando o mundo que vamos resolver o problema, mas identificar “o quê” dessas coisas, nos faz enfermar.
No meu caso, como disse acima, não tive jeito, tive que ir para o bisturi, na vida espiritual é assim também, mas quem opera garante o resultado eficaz da cirurgia, não é como o meu médico, que disse que tenho 80% de chance de ficar bom, depois disso tudo, continuar tratando... na vida espiritual não é diferente.
Pense nisso, com carinho.

Confissões de uma vela





CONFISSÕES DE UMA VELA

Pastor Neucir Valentim




Sou uma vela de cera, tenho um pavio feito para clarear, moldada a parafina.
Sou frágil, e minha vida é fugaz. Em pouco tempo acesa a minha utilidade vai embora, e só restam ceras derretidas de mim.

Sou usada para utilidades domésticas, como, por exemplo, quando falta energia elétrica em alguma casa; se bem, que ultimamente, tenho sido substituída por luzes de emergência. Fico feliz quando numa casa, na escuridão, usam-me para iluminar o ambiente, livrar alguém de um tropeço ou mesmo tirar o medo de alguma criança.

Mas, confesso que como vela, fico muito triste, quando alguém me usa para um fim para o qual não tenho utilidade. Fui feita para iluminar a escuridão deste mundo aqui, e mesmo assim de forma muito breve, mas alguns, na ingenuidade espiritual acreditam que eu posso iluminar o caminho da eternidade, e me usam para "iluminar" o caminho de algum morto.

Ora, quanta tolice, se eu mal consigo iluminar a vida aqui, como posso entrar no indevassável mundo dos mortos! Como posso iluminar uma vida espiritual na eternidade se na vida material minha luz é tão passageira.

Certo dia uma senhora me comprou em uma loja com o objetivo de iluminar o caminho de seu filho que havia falecido.

Acendeu-me em uma praça, próxima a uma igreja, fez petições, chorou, rezou e ofereceu-me como uma luz para o seu filho que havia partido deste mundo, como ela estava triste, e como eu também fiquei.

Eu queria ser usada para um fim, de fato, útil e não para algo que não posso realizar: Iluminar o caminho eterno de alguém. Como sou tão passageira, logo que a senhora saiu, deu um forte vento e apaguei, não fui criada para uma atividade tão inútil.

Como alguém pode pensar que uma vela, como eu, cuja luz é tão breve, pode iluminar a eternidade? Amigas minhas são levadas a procissões para acompanhar imagens com o mesmo objetivo, tentar entrar no indevassável mundo dos mortais, para conseguir algum tipo de graça.

Ora que coisa mais sem graça. No dia em que a senhora que me levou para tentar iluminar o caminho do seu filho, ela recebeu um folheto que falava de umas lindas palavras da verdadeira luz: onde Jesus, dizia assim: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida." Evangelho de João 8:12.


Fiquei pensando comigo mesma: como pode uma pessoa, que tem a possibilidade de ter a Verdadeira Luz do Mundo, optar por uma simples vela? Como pode alguém que em vida não conseguiu a iluminação para sua vida aqui e na eternidade, esperar que uma simples vela possa fazer alguma diferença?

Como podem me colocar no lugar de alguém cujo brilho é superior ao brilho do sol, posto ser ele o Criador do universo? Como pode alguém trocar o Senhor Jesus por uma vela? Como posso eu iluminar a eternidade de uma alma, se Ele, como diz as escrituras é a luz insubstituível para os mortos e vivos: "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela."

Sim, não há trevas que ele não ilumine! Por um momento fiquei confusa, até que entendi porque muita gente não escolhe Jesus, porque se olharem para sua luz que de fato é a verdadeira: É que as suas próprias obras serão reveladas: "
E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más." Jo 3:19.


Sim, muita gente usa a luz de uma vela porque a sua luz é incapaz, inclusive de revelar-lhes os seus próprios erros e pecados, por isso não querem Jesus iluminando e preferem uma vela, talvez apenas para aplacar seus sentimentos de tristeza, culpa e dor e nada mais. É justamente isso o que a escritura ensina: "Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Jo 3:19"

Outros fazem por ignorância mesmo, mas não tenho como falar as pessoas, até porque uma vela não fala. Mas se você é um cristão, pode ajudar as pessoas a ouvirem o que a Verdadeira luz falou: "Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida." Jo 8:12.

Diga a essa gente que eu nada posso fazer para ajudá-las a iluminar o caminho de alguém. Diga-lhes que isso é tolice, e diga-lhes do Salvador Eterno, que pode iluminar dar verdadeira luz a vida, mas não se esqueça de dizer como ele ilumina nas trevas da eternidade, apenas aqueles que o conheceram aqui, uma vez que deixando esse mundo sem ele, as trevas de fato prevalecerão em suas vidas eternas, e que esses, jamais verão a luz de novo.


Façam isso, porque muitos estão perdidos sem conhecer as confissões de uma simples vela. Pregue acerca do Salvador que disse: "Eu, que sou a luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas." João 12:46, e que nunca confiem na incapacidade de uma simples vela que se apaga ao vento ou se derrete a simples chama de um pavio.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Aitofel

AITOFEL
Pastor Neucir Valentim



Davi Está lutando com seu filho rebelde Absalão e, reconhece que está vivendo algo que está além de suas forças, porque um inimigo novo se apresenta no contexto, com o qual ele não contava, um agente a mais para somar contra, o que torna a luta extremamente desigual.



Este inimigo tem um nome: Aitofel! Em II Samuel 15:31, diz que, quando Davi estava fugindo de Absalão, recebe uma notícia bastante desagradável: "Aitofel está entre os que conspiram com Absalão", diante do que Davi clama: "Ó Senhor, torna em loucura o conselho de Aitofel! "



Davi sabia que Aitofel era um elemento desestabilizador, uma inteligência poderosa a serviço daquele que desejava destruí-lo. Convém lembrar que Aitofel era nos dias de Davi uma mente sagaz, genial e altamente estratégica ao ponto de ser considerada a "voz de Deus", o oráculo do Senhor, tanto para Davi quanto para Absalão.



Veja o que diz II Samuel 16:23: "O Conselho que Aitofel dava naqueles dias era como se o oráculo de Deus se consultara." É por isso que Davi fica perturbado. Sua luta contra Absalão era ruim, mas era uma questão de tempo, afinal o experiente rei era perito em enfrentar inimigos ousados, mas agora é diferente; não é apenas uma peleja comum, envolve conselhos ardilosos, estratagemas, planos inteligentes de um inimigo que certamente é pior do que seu filho Absalão, e superior a sua capacidade de luta.



Muitas vezes vivemos um quadro semelhante ao de Davi; são aquelas lutas que enfrentamos e que com o tempo aprendemos a levar em banho-maria, até que um fato novo acontece e descobrimos que existe uma outra mente por trás, muito mais inteligente, mais perversa, e que certamente nos dá uma tremenda sensação de impotência. Cremos que muitos são os "aitoféis" em nossas vidas.



Eles representam aquelas possibilidades embaraçosas com as quais nem gostamos de pensar, representam os nossos medos, nossos receios ante um confronto maior, representam os nossos pontos fracos ou nosso calcanhar-de-Aquiles.



Representam também aquele tipo de situação que, em apenas imaginar, o nosso coração estremece e diz: Ó Senhor, se isso acontecer eu não agüento, desisto! Até este ponto da história, a briga era coisa de família, e Absalão não convencia a ninguém que sua batalha contra o pai era séria, mas com o conselho de Aitofel a coisa assume proporções inimagináveis.



Em II Samuel 16:20 e 21, está registrado que o conselho que Aitofel dá a Absalão é de tirar o fôlego, revelando a sua malignidade e inteligência: "Violenta publicamente as mulheres de teu pai e o povo saberá que o seu ódio é sério, e que você não está aí para brincadeira."



Nada mais perverso, mas ao mesmo tempo verdadeiro do ponto de vista político. O que Absalão promoveria seria algo tão abominável que impossibilitaria qualquer meio de reconciliação.
Assim os inimigos de Davi confiariam em Absalão e se juntariam a ele. Este tipo de mente perversa muitas vezes entra em nossos conflitos elementares, tornando coisas pequenas em problemas insuportáveis, que quebram, rompem as nossas forças e também toda chance de uma saída honrosa, de um desfecho pacífico.



Portanto, em última análise, Aitofel representa o diabo e suas astutas ciladas, as quais não podemos vencer sem o discernimento e a ajuda que vêm do alto. Ele é, portanto, a síntese do encurralamento e do estreitamento angustiante nas situações beligerantes da vida.



O que Davi faz quando está numa situação assim é apelar para aquele que é mais forte do que ele e mais forte do que seu adversário; é isso que lemos em II Samuel 15:31. Ele ora, clama a Deus diante do quadro trágico que vive e o medo que sente.



O Salmo 55 foi escrito quando Davi vivia esse momento, observe então a sua oração para sentir a angústia de sua alma: “quem me dera ter asas como pomba, então voaria e encontraria descanso, fugiria para bem longe... ” Este Salmo revela a sinceridade e o desejo de seu coração. O que é isso senão a vontade de sumir diante de algo desagradável? “Quem me dera estar longe disso tudo!" Ora, essas palavras de Davi também passam pela nossa mente e coração.



O segredo da vitória de Davi, entretanto, não está no desejo de fuga que todos nós temos quando a situação aperta, está no versículo 16 deste Salmo: “Eu invocarei a Deus e o Senhor me salvará.” Aí está a sua arma poderosa, a confiança no Deus que tudo pode e que por nós tudo executa. (Salmo 57:2). E ele, como fez com Davi, há de atender a sua oração e transformar em loucura o conselho de Ailtofel.



Ao final da história, Deus ouve a roação de Davi, vai ao encontro de seu servo, e confunde o grande "conselheiro" Aitofel, de modo que só cabe a ele o suicídio, afinal, é impossível derrotar a voz soberana de Deus quando atende aos seus filhos.



Aitofel, na verdade, acaba confundido e torna-se o primeiro homem da Bíblia a se enforcar, pois Deus dera o seu basta. "Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai. Samuel 17:23."


Confie no Senhor e Ele há de derrotar qualquer Altofel da sua vida!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Conflito de gerações


CONFLITO DE GERAÇÕES

Pastor Neucir Valentim

"Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los." Mt 23:4

Ao longo de minha vida tenho observado algumas coisas que me chamam a atenção. Entre elas está a briga de gerações. Ela está presente todo dia e em todo o lugar, mas na igreja se evidencia de maneira mais peculiar.
Dias desses dei-me contas de como somos diferentes. Usei como teste um som emitido pelo computador que somente ouve quem tem menos de 24 anos , e que em contrapartida, os mais velhos, nos quais me incluo, não ouvem.
Coloquei o tal som para tocar... Confesso que não ouvi absolutamente nada. Pensei que fosse mais uma mentira da Internet, mas quando chamei minhas duas filhas para onde eu estava fazendo o meu teste com som, elas me disseram quase que juntas: "Pai, pelo amor de Deus, abaixe esse som terrível do computador"; como tinham outros adolescentes na sala todos ouviram, menos eu.
De fato, o som criado para espantar multidões de adolescentes, para mim não fazia nenhuma diferença, devido à natureza de decibéis do meu tímpano em contraste com o tímpano com os de idade mais jovem.
O que pude perceber é que em virtude das nossas idades, o funcionamento e a reação do nosso corpo, através de seus sentidos, mudam a cada geração ou à medida que uma geração se afasta da outra.
Se não levarmos isso em consideração, numa comunidade como a igreja, que deve pertencer a todos, teremos sérias dificuldades de vivermos juntos, em outras palavras, precisamos entender que o outro nem sempre tem a mesma percepção de mundo como a nossa...
Quando eu penso em som, penso também em outras coisas típicas da juventude e que, porque já passamos por ela, esquecemos.
Lamento quando um adolescente não entende que para os nossos ouvidos, os sons que esbravejam, através de instrumentos musicais e microfones, agridem a nossa audição, ainda que eu saiba que seu tímpano, em fase de desenvolvimento peça mais som, e aí, coitado dos ouvidos dos mais velhos e da queixa dos passantes. E a lei está justamente aí para ajustar o som em 75 decibéis, no máximo, para resguardar os nossos ouvidos.
Por outro lado, fico triste com os mais velhos que não suportam as atividades dos adolescentes, saem dos cultos aborrecidos, sem nenhum tipo de piedade ou compreensão, falando um monte de palavras duras.
Se por um lado os adolescentes ainda não desenvolveram a maturidade da audição, sinto que muitos "mais velhos" não desenvolveram a maturidade da compreensão. Isto porque, vejo homens e mulheres que fizeram muita bobagem na sua juventude, agora esquecem completamente como viveram, foram barulhentos, e pior ainda, quando muitos, nem pertenciam a Cristo, usaram seus membros para perdição, agora, sem nenhuma compaixão com aqueles que estão dedicando a sua juventude a Cristo, e que deviam louvar ao Senhor porque estão vivendo uma vida diferente da de muitos outros jovens perdidos no mundo, e que, porque são mais velhos, reclamam por uma bobagem que façam, e esquecem que Deus perdoou caminhões de erros de suas vidas quando jovens.
O que proponho é que haja bom senso em nossa "guerra" de gerações. Um armistício, um desarmamento, pois caso contrário não poderemos dizer que vivemos no mesmo corpo, a Igreja.
Dessa forma, solicito aos mais velhos que por um momento lembrem-se das bobagens que fizeram na sua juventude e agradeça a Deus pelos problemas que a juventude, cheia de vivacidade produz, sem colocar sobre os mais novos um jugo que alguns sequer puderam suportar quando a viveram. Ao mesmo tempo, solicito carinhosamente aos adolescentes, jovens e afins, que entendam que os nossos ouvidos são mais sensíveis, e que o que para eles pode ser bom, para nós é uma agressão auditiva digna de qualquer bom senso. E que também atrapalha o nosso culto e o nosso bem estar.
Igreja não é lugar de uma categoria apenas, mas de várias, tanto de classes sociais, como também de grupos de gerações diferentes, enquanto não entendermos isso, estaremos colocando sobre o outro um jugo insuportável, que quando estamos em outra realidade, jamais suportaríamos.
Pensem nisso com amor.


Choro de raiva ou de pena?



CHORO DE RAIVA OU DE PENA?
Pastor Neucir Valentim
Estou triste,

Acordei triste hoje, e ando meio desiludido com o que vejo. Primeiro a decepção com os arraiais evangélicos, e com a própria Instituição Evangélica, que abriu mão de valores básicos e está negociando outros valores, como status, fama, poder e dinheiro.

Segundo, porque vejo na maioria das pessoas da fé, uma profunda falta de raiz com os valores que eu achava que elas tinham. Ninguém tem convicções sólidas, o relativismo de fato, ocupou a mente de quase todos.

Duas pessoas me procuraram para dizer que estavam deixando a suas “igrejas”, porque estavam com situações irregulares na vida conjugal, mas esse não foi só “o” problema. O que me deixou triste e perplexo é como acharam tão fácil renegar a fé, e a igreja, sem nenhum senso de perda.

Tudo é como se os vínculos espirituais não fossem mais nada.

Acabei de ouvir um amigo meu, veterano no evangelho dizer que está gostando muito de um pastor Adventista, que prega muito bem na TV! Fiquei curioso, porque sei que o tal pastor só prega heresias (ora bolas, o pastor é adventista...), e ele, veterano crente no seio evangélico, nem sabe mais discernir o que é certo ou errado, e o que aprendeu anos a fio, ou será que não tinha aprendido nada?

Acabei de receber um vídeo pela Internet de uma pessoa evangélica próxima: Adorou o vídeo... Mas ela não se deu conta e que o vídeo é uma pura mensagem das Testemunhas de Jeová! Não teve ou tem nenhum pouco de senso bíblico crítico.

Levei outro susto quando fui conversar com uma determinada pessoa que me disse que ia mudar de igreja, porque estava querendo variar um pouco, apenas por isso. Perguntei-lhe: Mas sua igreja está com algum problema?
Ela me disse friamente: Não, não há problemas, mas o pastor de lá me chamou para conhecer um pouco a igreja dele, e vou ver se é legal... Isso me assusta. Mudar de igreja para ver se lá é legal!

Muda-se de igreja hoje como se escolhe uma blusa, uma muda de roupa, que pode ser melhor que a usada no dia seguinte, ou uma nova lanchonete na área a ser experimentada. Onde estão as Raízes?

Em terceiro lugar, tenho visto uma profunda desvalorização do caráter, onde não escapa nem os líderes, que perderam os escrúpulos e não estão nem aí para a ética, para o “agir” bem, para o compromisso com a seriedade, aliás, acho até que alguns esqueceram o que significa essa palavra... Traem, enganam, falam mal, criam situações embaraçosas, dissimulam, fazem qualquer negócio para conquistar ou ganhar algum prestigio em troca de uma idéia nebulosa de se perpetuarem no comando ou num poder tão firme como a areia da praia e tão sólido como a neblina que se esvai com o calor do sol. Quanta tolice!

Acho que alguns deveriam refazer a matéria chamada ÉTICA nos seminários onde aprenderam a teologia... Bobagem, teologia sem ética é mais perigosa ainda...Mata!

Em quarto lugar, muitos que ainda mantinham escondidos os seus problemas e a sua pequenez, além de perderem o caráter estão também perdendo a honra. Não estão nem aí para o que os outros vão pensar do julgamento moral de seus atos, de sua postura e imagem pública. Estão olhando apenas para o seu interesse imediato, para o seu pequeno mundo de valores tão baixo.

Em quinto lugar, não consigo acreditar no que se faz em nome da fé...

Embora a história fale do que já se derramou de sangue em nome da “fé” e do “cristianismo” já era para desconfiar que não existem limites quando se quer usar a religião ou a “fé”, para fins espúrios, que vai de uma mentira banal a todo o tipo de má fé usada para que se logre êxito em qualquer coisa, nem que se negocie importantes valores espirituais, por interesses tão passageiros e ilusórios. Não há mais nada que não se negocie ou jogue fora, depois que se acabam os valores mais básicos de quem crê – a sua fé!

Pois é, está tudo mudado, não há de se apostar mais em nada, porque quando se perdem os valores, perde-se tudo, pois quando se vai a essência, o que fica é fumaça.

Mas eu ainda penso que vale a pena acreditar, ser honrado e honrar a fé, a despeito de tudo isso, afinal, Jesus já havia dito: Quando o Filho do homem voltar achará fé na terra? (LC 18:8). Cada dia fica mais difícil admitir que essa pergunta incomoda muito diante do que vemos e ouvimos.

Pense nisso.




Como amo essas mulheres!


COMO AMO ESSAS MULHERES!
Pastor Neucir Valentim
Existia um homem muito próximo a mim, éramos muito ligados! Vivíamos juntos! Não sei como, mas disputávamos, milímetro a milímetro, o mesmo lugar... Na barriga da minha mãe, compartilhando o mesmo ventre comigo, na mesma ocasião, no tempo e no espaço o tempo todo. Deve ter sido uma briga boa. Confesso que não me lembro. De verdade! Explico. Eu era gêmeo bi-vitelino, mas creio que não deu para nós dois disputarmos o mesmo ambiente, o mesmo carinho, o mesmo afeto. Era ele ou eu! E ele, então certo dia, sem falar com ninguém, resolveu sair “de casa antes”. Minha mãe pensou que tivesse perdido o seu bebê, mas era o outro que tinha vindo, que saíra antes do tempo. Não sobreviveu... Mas, para surpresa dela, e do médico, eu ainda estava lá, agora sozinho... Reinando sem nenhum concorrente por perto. Meses depois nasci para viver entre as mulheres.
Amo as mulheres, no sentido mais puro da frase.
Fui criado com mulheres. Minha mãe e três irmãs. O contato que tinha com meu pai era mais esporádico, pois ele trabalhava, saia cedo de casa, etc. Meu pai sempre foi gente boa, mas gostava de futebol, de campeonatos, e confesso que como não sou nenhum Ronaldinho, acabei não acompanhado tanto as suas atividades esportivas...
Já com minha mãe e minhas irmãs, eu era mais próximo. Dormia no mesmo quarto com minhas irmãs, não brincava “de” bonecas, mas “com” bonecas. Queria saber o que elas tinham dentro do corpo... Abria uma ou outra de vez em quando, fazia pesquisa. “Matava” as suas bonecas. Eu sei que isso é feio, mas a minha natureza era, como a dos homens, predatória.
Aceitei a Jesus muito cedo, e me tornei um “rato-de-igreja” e estava em todas as reuniões. Como na maioria das igrejas, a União Feminina é mais forte, lá estava eu, de novo, entre as mulheres... Não perdia uma reunião feminina... Conhecia o seu “moto” sua música e suas manias... Queria estar na igreja! Como naquele tempo não era comum ser crente. Havia poucos adolescentes na igreja, então acabei mesmo, ficando junto às mulheres de Deus. Com o tempo, é óbvio, as coisas mudaram, quando chegaram então os adolescentes, os jovens, etc. Me enturmei com a minha categoria.
Cedo me casei. Encontrei outra mulher, agora a minha esposa, e logo depois, chegava em minha vida outra mulher, a minha filha mais velha... Que felicidade! Na segunda gravidez de minha esposa, na ultra-sonografia a médica falou: “O papai vai ter mais uma menininha!” Um pouco encabulada. Mas para mim, quanta felicidade. Agora estava eu, de novo, cercado de mulheres.
Sempre entendi que Deus é sábio, e quando ele disse que não era bom que o homem estivesse só, e que far-lhe-ía uma adjutora - A mulher. Acertou em cheio – Aliás, Deus sempre acerta, nós é que erramos.
A mulher preenche as necessidades do homem. Deus fez assim – Homem e mulher, e não mais que isso! Fora disso não presta, e fez para o nosso bem, digo, o bem dos homens. Por isso Adão, o primeiro homem falou: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada”.Gn 2:23.
Deus ama as mulheres, de forma especial. Foi por um ventre materno que ele entrou na História do homem. Foi através das mulheres que Jesus teve a sustentação do seu ministério: “Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Susana, e muitas outras que os serviam com os seus bens.” Lc 8:3.
Foram as mulheres as primeiras testemunhas da ressurreição. Tudo bem, nenhum dos homens acreditou nelas, e Pedro teve que conferir, mas foram elas que souberam da boa notícia primeiro!
Hoje digo para os homens que são pais: o que seria de nós se não fossem as mamães. Somos tão atolados!
Mas elas são fortes! Não sentimos os enjôos da gravidez, não ficamos com varizes, não temos o nosso corpo deformado, não temos que sentir aquelas fortes dores do parto. Não temos que amamentar ninguém...
Fico imaginado os homens, tão moles e tão sensíveis como são, sobreviveriam as dores do parto, alguns que sequer agüentam uma dor de cabeça...
Bem, são as mulheres que embalam os homens no mundo. Cantam as primeiras canções, dão as primeiras lições, etc. Se existe até um dia dos pais, foi porque antes, houve um dia das mães, e uma mãe que cuidou com carinho desse pai...Que agora pode ser homenageado. Mas cá entre nós, as mulheres são as mulheres, Deus nos fez muito bem.
A minha filha acaba de ler este artigo, e com a peculiaridade da sensibilidade feminina me perguntou: “Pai, os homens não vão ficar chateados por um artigo que não fale sobre eles?” Então tive que lhe explicar uma coisa sobre os homens que, certamente ela não conheça: Nós homens não somos tão sensíveis nessa área não. Para nós as palavras não têm o mesmo significado que as mulheres (e eu conheço de mulheres, lembram?) Para nós homens, palavras deste gênero não são tão importantes assim.... Nós homens somos meio frios, mecânicos, às vezes insensíveis e durões demais para isso, mas já as mulheres... Bem elas pensam bem diferente da gente. Ainda bem!
Como amo essas mulheres.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Qual é o seu monstro?

QUAL É O SEU MONSTRO?
Pastor Neucir Valentim




Podes tu, com anzol, apanhar o Leviatã ou lhe travar a língua com uma corda? Jó 41:2
O Livro de Jó, no capítulo  41, aponta o Leviatã como o maior dos monstros aquáticos já existentes.
No diálogo bíblico entre Deus e Jó, o primeiro revela as características do monstro, tais como: “ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror? Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre”
O filósofo inglês, Thomas Hobbes, em 1651, publicou o seu mais famoso tratado sobre Leviatã, em virtude de comparar o Caos ao monstro bíblico. Para ele, esse monstro representava toda maldade e conflitos que envolviam as sociedades, e que ninguém era capaz de domá-los.
Sendo ou não um monstro marinho antigo, Hobbes, em algum momento tem razão quando dá-lhe o nome de “caos”, isto porque o caos é o ingovernável, é a mistura de coisas em total desequilíbrio; desarrumação, confusão é a mistura de idéias, e sentimentos, confusão mental e a balburdia.
Deus faz essa pergunta a Jó, justamente porque ele estava vivendo um caos na sua vida, além de ter perdido tudo o que tinha, perdeu sua honra, sua saúde e seu rumo, na verdade a vida de Jó estava uma verdadeira balbúrdia.
O monstro marinho, poderia ser compreendido facilmente por Jó, tanto como a figura literal com o caos que se instalara em sua vida.
Depois que Deus pergunta-lhe quem pode domesticá-lo, apresenta-se no capítulo 42 como o “DEUS” que põe ordem em tudo, a tudo fez, e domina até mesmo o caos. Ele é o único que pode conter o Monstro, pois ele colocou ordem no caos quando a terra ainda era sem forma e vazia (era ingovernável e desequilibrada, imperando o caos), sim, nesse contexto de falta de governo de crise, de monstro marinho, Deus apenas com a sua Palavra, colocou ordem no caos, apenas dizendo, haja luz, e houve luz, haja separação entre mar e terra seca, e assim se fez, e ao final de cada ordem, lá no primeiro capítulo de Gênesis, ouvimos sempre o autor do livro dizendo: “e viu Deus que era isso era bom!” e repete-se essa sentença a cada coisa que Deus põe em ordem!
Minha querida, Jó conheceu o seu Monstro abissal, que lhe causava medo, sentiu o chão de sua vida ruir quando o caos de repente se instalou em sua vida. 
A confusão chegou, era notícia ruim, uma atrás da outra. Foi horrível a sua experiência, mas gostaria que você entendesse que ele também pode aprender uma coisa: Quem coloca ordem no caos é o Deus Todo-Poderoso. Pode vir a balbúrdia, pode vir a confusão, pode vir os sentimentos mais perversos, a confusão mental ou até mesmo a balbúrdia, mas ao final, quem coloca o anzol no caos é o próprio Deus, o Deus que criou o mundo, que estava em desordem sem forma e vazio, e ordenou tudo conforme a sua soberana vontade.
Não há monstro que Deus não seja capaz de domar, não há situação onde Deus não possa entrar e colocar ordem, afinal ele é o Deus criador e sustentador de todas as coisas. 
Jó so vai conhecê-lo plenamente depois que não tem mais respostas para sua vida. Que não há mais luz no fim do túnel, então, Deus abre-lhe o coração e se revela no capítulo 42 como o Deus que tudo pode! Afinal, diz o próprio senhor: “Isaías 43:13: Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?” 
Ele domina qualquer monstro que possa estar lhe aterrorizando, e põe ganchos nos mais poderosos monstros da terra.
Descansa nele, como ao final, Jô o fez.