quarta-feira, 5 de setembro de 2012

ENTENDES O QUE LÊS?
Concórdia Parvae Res Crescunt, Discódia Máximae Dilabumtur

Pastor Neucir Valentim

O pensamento acima, escrito em latim, data aproximadamente do segundo século da era cristã. E, apesar de ser antigo, é bastante atual em seu significado, que traduzido é: “PELA CONCÓRDIA AS PEQUENAS COISAS CRESCEM, PELA DISCÓRDIA AS MAIORES DESABAM.”

Ele encerra uma verdade comumente observável nas relações humanas, que vai desde a primeira relação que estabelecemos na infância, que é a familiar, entre pai, mães e irmãos, depois a vida conjugal, para muitos, e, atinge todas as relações sociais da vida: escola, trabalho, vizinhança, igreja, clube, etc.

O resultado deste pensamento poderia ser resumido assim:

Quando temos uma boa disposição prévia, com esta ou aquela pessoa, a chance de caminharmos bem é muito maior, pois a toleramos mais ou dilatamos bem a nossa compreensão para entender o que ela “quer dizer”, “quer fazer” ou, buscamos-lhe, sempre conferir um crédito antecipado.

Por isso, nesse espírito concorde, grandes problemas, pontos de vistas diferentes ou até posições contraditórias se tornam toleráveis, e, em alguns casos, até aceitas, pois pela busca da concórdia, damos mais valor as boas intenções, ao sentimento de carinho e afeto que crescem em nosso coração em relação ao outro, a despeito de um pensamento diferente, ou até de uma palavra mal colocada, pois a rigor estamos com um espírito concorde, que sempre julga com boa intenção o objeto de nossa apreciação, mesmo que para isso se tenha que fazer algumas concessões.

 Aliás, quem vive uma vida conjugal, sabe como isso é importante para um casamento feliz. De modo antagônico reagimos sob a discórdia, pois ela promove um desastre em qualquer ambiente.

Quando se tem um ambiente assim, a situação está fadada ao atrito, ao mau juízo, a má compreensão, porque, em última análise, ela está residente, antecipadamente no coração e, assim, promoverá um espírito pronto a reagir de forma negativa a qualquer ação em relação ao outro, uma vez que está predisposto a discordar, quer a atitude do outro seja certa ou errada, seja boa ou ruim, a intenção do outro, no caso do discordante, sempre será a pior e promoverá um ambiente propício aos maiores desabamentos.

Neste caso, grandes sentimentos se desintegrarão como pó, boas intenções serão destruídas pelo descrédito, e gestos simples e as vezes singelos, serão entendidos como agressões gratuitas, quer seja em casa, na igreja, com o colega de trabalho ou com o vizinho, etc.

Portanto há dois caminhos a seguir, sobretudo, quando vivemos em comunidade, e isso implica diretamente em vida eclesiástica.

O primeiro é o da concórdia, onde num espírito amável, podemos subtrair tudo o que de bom há, prontos a olhar a atitude do outro com bom olhos. E assim, certamente, perceberemos que ao plantar confiança, colheremos o seu fruto, descobriremos que existem muitos amigos e irmãos, que se empenham em estabelecer uma amizade sadia, com um espírito aberto e saudável, e esse pomar florescerá rapidamente.

O segundo caminho é o da discórdia, que examina tudo com um pré-julgamento arbitrário e maldoso, onde vê escondido em cada canto, em cada sombra, em cada palavra ou gesto, um inimigo ou um opositor, e assim, corre-se o risco de transformar o companheiro, o amigo, o irmão, o “outro”, num inimigo em potencial.

Jesus também abordou essa forma dupla de se ver a vida, quando disse: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas! MT 6: 22 e 23.

Portanto, meu querido irmão, como está o seu coração para com aqueles que se relacionam com você: Cheio de CONCÓRDIA ou de DISCÓRDIA? Seus olhos estão sendo BONS ou MAUS? Saiba que só a partir de sua resposta sincera você poderá descobrir se está fazendo pequenas coisas crescerem ou grandes coisas desabararem.



Pense nisso!